Passos N.138, Junho 2012

DESTAQUE

A família

No dia 30 de maio, em Milão, aconteceu a abertura do VII Encontro Mundial das Famílias. Cinco dias de reuniões, catequeses e testemunhos que tiveram como base o tema “o trabalho e a festa”. Até o fechamento desta edição esperava-se para os primeiros dias de junho a presença de Bento XVI.
Uma ocasião única para “redescobrir mais profundamente a beleza, a bondade e a verdade da família”, como escreveu o cardeal Angelo Scola, arcebispo de Milão e “dono da casa”. Mas também uma chance para examinar até o fundo a origem dessa beleza, levando a sério o verdadeiro desafio lançado ao homem e à mulher dentro e além dos problemas que surgem na vida familiar. Não se trata apenas da defesa de valores, da elaboração de leis, do enfrentamento das muitas – e justas – batalhas em defesa da ideia e do valor da família. Trata-se de algo mais radical. Trata-se do eu.
“Os cônjuges são dois sujeitos humanos, um eu e um tu, que decidem caminhar juntos em direção ao destino: como vivem seu relacionamento, como o concebem, depende da imagem que cada um faz da própria vida, da realização de si”, lembrava padre Julián Carrón, presidente da Fraternidade de CL, em um encontro análogo acontecido em Valência, no ano de 2006, citando uma das primeiríssimas colocações de Bento XVI: “A questão do justo relacionamento entre o homem e a mulher tem suas raízes dentro da essência profunda do ser humano e não pode ser separada da pergunta do homem sobre si mesmo: quem sou eu? O que é o homem?”. E esta é, no fundo, a pergunta central destas páginas composta por uma entrevista concedida pelo próprio Cardeal Scola, que sempre dedicou uma atenção especial ao tema, e histórias de famílias como lugares em que homens e mulheres vão ao coração de suas vocações e do relacionamento com o Destino.