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Passos N.140, Agosto 2012

RUBRICAS

Cartas

CARO PAPAI, NÃO QUERO MAIS PERDER ESSES AMIGOS
Carta que um menino do ensino médio escreveu ao seu pai.
Escrevo durante uma chatíssima aula de italiano, assim me distraio um pouco e tento colocar você a par do que estou pensando e vivendo nestes dias. Quero lhe contar como um encontro casual acabou me fazendo renascer. Duas semanas atrás, eu estava completamente desanimado. Estava cansado da escola, dos professores, das provas. E aí mergulhei de cabeça no Facebook. Escrevi que os professores são um bando de “retardados” e que não mereciam nada da vida. Quarenta amigos clicaram no “curti”, dando-me razão. Fiquei orgulhoso. No dia seguinte, li este comentário: “Você é mesmo um doido. Mas parece um cara legal e gostaria de conhecê-lo”. Comecei a aprofundar essa mensagem e a pesquisar o perfil do tal Lúcio, que ousou me chamar de doido. Que sensação quando descobri que ele era um professor. Até que ele me desafiou: “Se você é mesmo um cara legal, apareça na terça-feira e a gente conversa cara a cara”. Você sabe que sou um cabeça dura. Eu queria mesmo encontrá-lo e repetir para ele os meus pensamentos. Nós nos apresentamos. Ele fez umas brincadeiras e logo me pareceu um cara simpático. Disse que não costuma escrever no Facebook tudo o que pensa, porque se não acabaria preso. Ele tem razão! Ou seja, é preciso usar a cabeça antes de se meter em confusão. Depois me fez uma proposta: vamos a Milão, são só três dias, vamos ver o Papa. Eu me defino como ateu, não quero saber nada de religião, mas com essa proposta nasceu em mim o desejo de ir. Gostaria de ver se aquele professor dizia bobagens ou se, de fato, usar a cabeça torna a vida melhor. Então pedi a sua permissão e fui a Milão. Papai, renasci! Vi o mundo. Vi amigos da minha idade vivendo felizes, “doidos” como eu, mas gente que sentia prazer em estar junto. Quase chorei uma noite quando o professor me puxou de lado com outros dois amigos meus e começou a conversar conosco, um pouco brincando e um pouco falando sério. Você sabe quando a gente vai dormir, à noite, cansado, mas com o coração feliz? Comigo é difícil acontecer isso. Em Milão, porém, aconteceu. O professor se despediu me dizendo duas coisas: 1) sou um cara legal; e 2) que quer ficar em contato comigo. Disse que está organizando um tipo de férias-trabalho junto às vítimas dos terremotos de Áquila, além de uma caminhada pela Espanha, até Santiago de Compostela. Como eu trabalho, já tinha assumido compromissos. Mas, papai, eu preciso ficar perto dessa turma. Sinto isso como uma exigência, uma coisa forte que eu não gostaria de perder. Papai, eu preciso viver assim. Preciso da sua ajuda. Vamos dar um jeito. Ajude-me a não perder essa oportunidade para a minha vida. É a minha chance. Não posso perdê-la. Eu amo você, embora eu nunca diga isso. Não fique bravo!
Miguel

A POSSIBILIDADE DE ALEGRIA
DENTRO DAS DIFICULDADES

Caro Carrón, trabalho nas Obras Educativas Padre Giussani em Belo Horizonte. Escrevo para compartilhar com você um pouco do que tenho vivido nos últimos dias. Decidi fazer isso como sinal da minha gratidão pela sua companhia e paternidade. Desde o primeiro dia em que cheguei à Creche Dora Ribeiro (onde trabalho como diretora desde 2002) fiquei muito tocada por três coisas: o ônibus que precisava pegar chama-se “Providência” (nome do bairro onde a creche está situada); a Creche foi fundada no dia 13 de maio (uma data Mariana!) e é toda construída sobre uma grande pedreira (uma evidência impressionante do que diz o Evangelho sobre a casa construída na rocha...). A princípio, apenas “colhi” esses dados. Não refleti muito sobre isso, mas ficaram impressos no canto dos meus olhos. Na verdade, o que mais me marcou foi que todos eles eram sinais muito evidentes de uma Presença que só muito tempo depois consegui nomear. Ao longo desses anos, diante de tantas coisas que aconteciam, muitas vezes me via inadequada dentro do trabalho. Não pelo trabalho em si, mas porque desde o início intuí que esse lugar me pedia algo que incidiria em toda a minha vida. E isso me dava ao mesmo tempo medo e um grande fascínio. Diante da presença e do testemunho vibrante da Rosa ficava envergonhada. Queria ser como ela, principalmente na certeza da fé e na forma livre de ser. Mas eu experimentava exatamente o contrário. Por isso, decidi ir embora. Mas ela, vendo minha confusão e também o meu desejo, me pediu para permanecer. Eu passei a pedir a Nossa Senhora que me ajudasse a encontrar um novo trabalho ou a encontrar o que precisava encontrar neste trabalho. Mas eu sabia, desde o início, que o ponto não era o trabalho, era eu mesma. Mas eu não sabia o que pedir para mim. Estranho admitir que eu não sabia qual era a minha necessidade. Acontece que entendi que para aprender precisava ficar diante dos fatos e ver o que despertavam em mim. E nisso você me ajudou muito! Porque muitas vezes eu censurava as perguntas... e assim bloqueava o relacionamento com as pessoas e todo o resto! E você, assim como a Rosa, sempre se colocam em jogo. E isso é fascinante! Foi isso que fui descobrindo e pude confirmá-lo mais conscientemente nos últimos dias quando um menino que hoje tem 11 anos veio à creche. Ele ficou conosco de 2007 a 2010. É um dos meus preferidos. Infelizmente se envolveu com as drogas o que complicou ainda mais seu quadro – que já era difícil. Quando chegou estava com a mão machucada. Fizemos um curativo, mas ele não quis dizer como havia se machucado. Enfim, estava ali e cuidamos dele mais uma vez. Depois quis conversar comigo – o que era comum. Mas percebi que estava diferente. Supondo que tinha usado drogas e pudesse causar problemas comecei a conduzi-lo para a saída. A princípio parecia ir, mas bruscamente se voltou e tentou descer as escadas, mas o segurei. Disse que ele poderia voltar em outro momento, mas que naquele instante precisava sair. Antes que eu conseguisse fechar o portão ele me cuspiu e disse que entraria de novo. Quando vi que ele estava subindo para tentar passar por entre as grades, pedi ajuda e fui novamente contê-lo. Ele estava realmente muito alterado. Tive dificuldades para contê-lo (apesar do seu tamanho, tem muita força e agilidade). Nunca tinha ocorrido algo parecido. Evidentemente a situação se agravara muito e a família, infelizmente, não consegue ajudá-lo. Eu sabia apenas que tinha que ficar com ele e evitar que descesse, o que aumentaria a confusão (era dia normal de atendimento e havia mais de 120 crianças na creche). Segurei-o por muito tempo. A certo ponto, ele tentou me morder o braço. Por um tempo, estranhamente, descansei – porque enquanto ele me mordia, a força do seu corpo tinha diminuído. Ele agredia com chutes todos os que tentavam se aproximar para contê-lo ou para me proteger. Quando consegui retirar o braço que estava entre seus dentes, ele puxou meu escapulário e o arrebentou. Com uma agilidade incrível pegou meus óculos e quebrou-os – para mim, com 11 graus de miopia em cada olho, os óculos são imprescindíveis! Nesse momento falei com ele: “Eu ainda posso te ver do jeito que você é. E você não é nada disso que está fazendo”. Não pude ver sua expressão, mas aqueles que estavam por ali me descreveram que mudou muito. Passou de agressivo para assustado e até mesmo arrependido. Parou de se debater e agredir e deixou-se conduzir até a porta. Olhando na direção em que ele estava, ainda falei: “Você não pode destruir tudo. Tem coisas que você não pode destruir”. Ele estava sentado na porta e neste momento chegou a polícia. E, com violência jogou-o para dentro da creche. Foi terrível! Eu disse que não era para agredi-lo e muito menos dentro da creche. O policial se irritou e no fim pôs o menino para fora dizendo que ele ia morrer cedo. O menino sumiu da nossa vista. Depois de tudo, pedi para ligar para a Rosa. Ela estava em casa e em poucos minutos chegou à creche. Fomos juntas até minha sala e, enquanto relatava o ocorrido, ela viu o menino escondido debaixo da mesa. Neste momento, eu chorei e ao perceber minhas coisas jogadas perguntei-lhe o que ele tinha pegado ali. Ele levantou-se e fugiu correndo. Só depois vi que ele tinha levado o meu celular. Rosa deste momento em diante ficou ao meu lado e tentou de todo jeito consertar meus óculos: me levando em óticas ou ela mesma (com cola, durex...). Mas não teve jeito! Acabamos ficando num mercado e ela pediu vinho “para comemorarmos”. A partir daí pude constatar muitas coisas. A primeira é que eu estava feliz. E que sentia realmente o desejo de comemorar. Porque o que tinha acontecido ali, por pior que fosse, não podia eliminar toda a beleza que encontrei e que encontro a cada dia. Aliás, curiosamente, a exaltou! Pude experimentar de forma ainda mais consistente a graça de uma companhia verdadeira. E uma certeza de ser amada não só pelos meus amigos, mas por Cristo. Em nenhum segundo passou por mim nem sombra de desespero, medo ou lamentação. Ao contrário, cada instante era vivido intensamente como parte de um Desígnio que me conduzia. Não pensava que a realidade era contra mim, mas estava agradecida por entender, em condições tão estranhas, que eu era amada e cuidada por Deus e por tantos amigos. E por isso estava feliz. No dia seguinte já estava previsto o encontro mensal que realizamos junto com todos os que trabalham comigo. Ao longo do encontro, cada um foi se colocando, comparando suas experiências e eu pude ver, em cada um, uma alegria e uma disposição renovadas! Que mistério! Perguntei-lhes se eles se davam conta do que estava acontecendo: estávamos felizes diante de circunstâncias duríssimas! Como era possível? Eles também se surpreenderam... uma disse que valia a pena porque mesmo dentro das dificuldades viam que as crianças e famílias cresciam. E que ela também aprendia. Olhei para eles como fui – e sou! – olhada por você, por Rosa, por Dom Giussani e por Cristo. E não tinha nada mais a dizer como síntese, senão retomar o Evangelho de São Lucas: “Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos estão sujeitos (porque os meninos aprendem a andar, a falar...), mas alegrai-vos de que os vossos nomes estejam escritos nos céus”.E aqueles três fatores do início se transformaram numa certeza que me sustenta diariamente: quem chega até a Creche é guiado e trazido pela Providência divina, Nossa Senhora protege e sustenta este lugar, e a casa que é feita na rocha não é abalada. Num mundo cheio de incerteza, medo, insegurança e instabilidade, as Obras Educativas Padre Giussani são testemunhos vivos de que a experiência cristã revela-se dentro da história como possibilidade de realização e salvação para o homem. Hoje, aqui e agora. Sou grata por pertencer a essa companhia que incessantemente me educa.
Regina Álvares, Belo Horizonte (MG)

ALGO PARA MIM EM PRIMEIRO LUGAR
Nas férias dos universitários deste ano, nós e mais três meninas (Alice, Isabela e Yasminne) tivemos a oportunidade de compor a Equipe de Ordem. Nosso trabalho consistia em arrumar o salão, ajeitar as carteiras, dispor nelas os livrinhos, receber cada pessoa e indicar um lugar para sentar; em suma, “ordenar!”. Tarefas como essas, aparentemente muito simples, não foram assim tão fáceis! Nem sempre os amigos “nos obedeciam”, querendo sentar em lugares que não os indicados, olhando-nos sem entender a razão de nossas ordens, bagunçando os livrinhos e/ou levando-os consigo na saída do salão. Também nós, membros da equipe, tivemos lá nossas dificuldades, seja na comunicação, seja nas decisões quanto à organização do espaço. Mas o principal nisso tudo é que todas as coisas que estavam relacionadas a esse gesto geravam uma provocação: não era óbvio, em um primeiro momento, que o simples arrumar de um espaço pudesse remeter a outra coisa, a um mistério. Afinal, olhando superficialmente, tudo não passaria de rigidez e de perfeccionismo, talvez uma formalidade dispensável. Por outro lado, era-nos perceptível que, apesar de todas as dificuldades (e, por que não, através delas), estávamos ali inteiras, dispostas a fazer daquele gesto uma experiência real de descoberta do sentido mais profundo de cada coisa. Respondendo à proposta de tornar aquele espaço cuidado, o trabalho foi sendo cada vez mais revelador de uma unidade, “de um só corpo e um só espírito”, e o laço entre nós cinco começava a ganhar uma consistência diferente. Na Assembleia, que aconteceu na manhã do último dia das férias, Alexandre nos perguntou se havia acontecido algo ali que intuíamos permanecer para sempre. Durante a viagem de volta, a Mariana não pôde deixar de lembrar todo o trabalho feito pela nossa equipe, partilhando com a Giovanna e com a Alice o caminho que tinha percorrido colhendo as indicações da experiência proposta no gesto. Para nós, aquela tinha sido uma ocasião onde as exigências originais, que Giussani e Carrón nos fazem sempre lembrar, tinham se tornado concretas. Cuidar da Beleza, ajudar a lembrar que pertencíamos uns aos outros através de uma Presença maior que nós – e que estar perto de quem amamos não é, necessariamente, sentar ao lado dela – foi uma surpresa e uma Novidade! Participar da Equipe de Ordem nos ajudou a entender que a consistência da nossa pessoa não estava no limite, no nosso estado de ânimo, naquilo que podíamos fazer ou garantir com as nossas próprias forças, mas nesse pertencer ao Mistério que invadia cada detalhe, tornando-o um sinal, um convite discreto e humano para nos mostrar Cristo presente. Esse era um dos acontecimentos das férias cuja pertença suscitava em nós aquela “alegria mais completa”, como nossa amiga Alice bem apontou na Assembleia. Assim, o que levamos das férias para o cotidiano (não sem um tanto de espanto!) é a certeza de que somos feitas, e que é este o ponto de partida para entender a companhia que pode nascer entre nós! Entre o nosso coração e, por exemplo, o coração de Leopardi (o “profeta do Verbo encarnado” – como dizia Giussani)! A realidade toda (sem precisar tirar nada) e a nossa humanidade como é, convidava-nos a viver em carne e osso aquele pensamento dominante, “nesta época soberba/ que busca a indiscrição/ que foge à virtude/ tola, que pede o útil, mas que não vê sua vida/ Assim fazer-se mais e mais inútil...”. Junto com esse mesmo coração, estava ali o fato que na história ganhava corpo em nós! Era mesmo essa condição mísera cheia de admiração, por mais paradoxal que seja, a razão da nossa comoção em cada Ângelus que rezamos juntos: a nossa fragilidade diante do Acontecimento mais sublime da história! Vimos que nada mais sincero do que escrever e agradecer, juntas, esse Fato.
Mariana Gomes, Rio de Janeiro (RJ) e Giovanna Ottoni, Ribeirão Preto (SP)


Por entre as bancas da feira
Caríssimo Julián, encontrei o Movimento em 1975 e desde então foram muitos os encontros dos quais já participei, com os universitários e com a Fraternidade. Mas este ano tomei uma decisão: o aviso a respeito da divulgação do número de Passos de junho foi um empurrão. Eu me dizia: “Se você sentiu como verdadeiras as coisas ouvidas nestes dias dos Exercícios e, sobretudo, se não é você, mas um Outro, que pode mudar a vida de um homem, por que não dizê-lo a outras pessoas?”. Assim, junto com alguns amigos, decidimos vender Passos na feira. Duas palavrinhas juntos, o Veni Sancte Spiritus e à luta... Minhas pernas tremiam, eu hesitava em deixar o estacionamento e ir em direção às bancas. Fazia tempo, desde a época como universitário, que eu não fazia uma ação como essa. Faltavam as palavras, mas esse obstáculo e essa dificuldade me levavam a questionar continuamente sobre as razões desse gesto e aos poucos fui ficando mais seguro e confiante. Outra coisa surpreendente foi encontrar uma amiga do Movimento que estava fazendo compras na feira. Caminhando, ela me disse que ficaria feliz de participar, na próxima vez, da venda da revista.
Beniamino, Perugia (Itália)


A beleza no aspirador de pó

Quinta-feira, Long Beach (Califórnia). Com onze jovens que trabalham na limpeza – alguns mais, outros menos deficientes, mas isso só importa pelo fato de que essa condição torna mais clara a necessidade de serem salvos – nos encontramos em nosso escritório ao final de um curso de formação (duas horas de treinamento sobre o funcionamento do aspirador de pó e sobre as funções do operador). Nancy convida – sem nós sabermos – a nossa amiga Mary, formada em violoncelo. Nancy introduz a execução de Mary (três peças de Bach e uma de Rachmaninov) dizendo: “A nossa vida é feita para a Beleza, cada um de nós é constituído para ter relação com a Beleza, o que mesmo inconscientemente experimentamos com o nosso trabalho é o desejo último de Beleza, de felicidade e de realização total”. O concerto começa. Olhos e corações fascinados frente a um espetáculo, uma música que levava o coração e abraçar aquele algo mais, tão presente. Silêncio pleno de admiração ao final, rompido por um dos jovens que com voz comovida, em absoluta humildade, diz: “Obrigado, Mary, volte mais vezes, aqui você sempre será bem-vinda”. Ele estava em casa. Casa: o lugar onde somos nós mesmos. Nós mesmos porque frente a um Tu em que tudo o que somos se dissolve, o limite, as fraquezas, as traições, tudo se purifica. Quem és, Senhor, para me dar tudo isso? Para tornar a minha vida um instrumento da Tua glória? Eu, sem Ti e sem este carisma, jamais teria experimentado a Beleza. Frente à verdade que se comunica numa experiência, o grito do coração é um só: fica conosco! Só Cristo presente torna uma classe de treinamento para operadores de aspirador de pó em estrada para o destino.
Guido, Los Angeles (EUA)



A surpresa de não ter mais a cabeça “torta”

Caro padre Julián, escrevo para lhe agradecer pelo final de semana em Londres (onde se reuniram os responsáveis das comunidades de vários países europeus; ndr) e para compartilhar o que aconteceu comigo. Há anos vou à Assembleia Internacional de CL. O meu encontro inicial foi há doze anos e muitíssimas graças aconteceram. De qualquer modo, parti para Londres com as minhas imagens de Movimento e a cabeça “torta”. Não estava claro para mim como posso seguir verdadeiramente o carisma agora. Mesmo fazendo com toda fidelidade a Escola de Comunidade, onde ficou a experiência verdadeira? Como é possível seguir, identificar-se e viver não com a “minha medida”, mas com a medida do Mistério? Notei que a maneira como segui até agora o Movimento foi com grande confiança, mas como “ovelha”. Assim, permaneci na superfície e cresci só até certo ponto, ficando com muitas fraquezas. Eu me pergunto sempre: como devo fazer? Para mim, você é uma autoridade verdadeira, que provoca em mim a experiência. A coisa engraçada é que não me faltam pessoas de referência para seguir (Pepe, Davide, Maxi), mas como os segui de um modo reduzido, sem perguntas pessoais, minhas, e sem maravilhamento, todos os critérios dos mestres ficaram sendo teorias. Estou muito agradecido por esse fim de semana porque destruiu todas as minhas objeções. Posso dizer que retornou a surpresa e encontrei de novo a correspondência com o meu coração. Agora não tenho mais medo de como fazer para manter a experiência ou de como cresce a comunidade. Não imponho mais as minhas imagens de como devem ser os meus colegas e amigos da comunidade. Que libertação! Observar o que existe é algo muito bonito.
Thomas, Viena (Áustria)

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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