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Passos N.142, Outubro 2012

A História

O Meeting a todo custo

Voluntários estrangeiros, vindos de longe, chegam muitos. Normalmente usam suas férias inteiras para trabalhar no Meeting de Rímini. Ficamos encantados só de cruzar com eles trabalhando. E, muitas vezes, de repente, chegam aos nossos ouvidos trechos de suas histórias, no meio da conversa dos outros ou em suas tentativas de falar em italiano: poucas palavras, mas vibrantes.

Entre os quatro mil voluntários deste ano, no vai e vem da área dos restaurantes, está Galja, que recolhe os talheres, limpa e organiza as mesas do “Il Chicco e Il Grano”. Tem trinta e oito anos, veio do Cazaquistão, trabalha como pedreira. É mulher. E está aqui pela primeira vez.
Já ouvimos falar dela, porque tem uma história intensa. Cresceu sem família, num orfanato, com uma pergunta sobre Deus, a quem todos em sua volta negavam, quase mantendo-O escondido. Começa a trabalhar aos nove anos, sem nunca pedir ajuda de ninguém: trabalha e estuda, consumindo-se. Muitas vezes, não come, porque o dinheiro não é suficiente. Depois, um fato divide sua vida. Num curso de informática Galja encontra um homem que cresceu órfão com ela. A partir de então, o segue, porque percebe que ele mudou e ela quer entender como isso aconteceu. Assim, encontra o Movimento, e pede o Batismo.

O que Galja fez para vir a Rímini nos maravilha novamente. Em janeiro, perdeu o emprego. Seu trabalho é do tipo que “às vezes tem, às vezes não, depende do período”. Então, pegou todo o dinheiro que tinha juntado até aquele momento e entregou para a amiga Lyubov: “Fique com ele até agosto”. Não quer gastá-lo, usará para ir ao Meeting. O dinheiro não é suficiente. Por isso, começa a renunciar a tudo, inclusive a comida.

É um sacrifício que ela já conhece. Primeiro o fazia porque era habituada a não pedir nada. Hoje o faz, pedindo tudo. “Queria vir a Rímini de qualquer jeito porque Dom Giussani diz que o trabalho é oração. Precisava saber o que isso significa”. Diz que a mentalidade com a qual está acostumada a trabalhar “é que você faz a sua parte e para aí. No Meeting, ao contrário, vi outra coisa: trabalhar juntos. Tudo e todos os que estão juntos tem a ver com você”.
Agora está de novo em casa, no mesmo quarto de um pensionato para quem não tem família, com a mesma profissão, instável e de homem. Valeu a pena? “Assim que voltei, vi que aquilo que acontece e as pessoas que trabalham comigo me interessam. O trabalho é para Cristo e com Cristo, e Ele se torna presente nas minhas ações”.
Já sabe que em alguns meses ficará sem emprego, só não sabe por quanto tempo. “Estou tranquila. Se Deus permite essa situação, Ele a quer para mim”. E você? “Aprenderei como responder a Ele”.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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