Vai para os conteúdos

Passos N.145, Fevereiro 2013

RUBRICAS

A História

Um ônibus especial e com asas

Sexta-feira, 7 de dezembro. Na praça Gabrio Rosa, em Milão, os dois ônibus, como os jovens do coral, estão com os motores ligados. Uma conferência para ver se todos estão ali, e partimos. Durante o trajeto até Rímini, para os Exercícios do CLU – os universitários de Comunhão e Libertação –, Samuel, sentado na primeira fila, conhece Alessandro, o motorista. Falam um pouco de tudo, depois ele explica: “Queria lhe dizer que nós, para chegar a tempo de treinar os cantos, precisaremos ir mais rápido do que o outro ônibus. Enfim, os horários serão mais apertados. Sempre correndo”. “Então, neste ônibus, vocês todos são cantores?”. “Sim”. “Posso, um dia, ir ouvi-los?”. “Claro. Quando quiser, só me avise”. “Ok”.
Sábado, no hall do hotel, Alessandro cruza com Samuel: “Hoje à tarde eu tentei entrar, mas me pediram uma carteirinha... Mas eu não tinha e voltei para o ônibus”. “Culpa minha, me desculpe, eu devia ter pensado nisso. Venha esta noite. Deixo com você a minha carteirinha”. À noite, quando está para começar o testemunho, o celular de Samuel toca. É uma mensagem de Alessandro: “Quando vocês vão cantar?”. “Já cantamos”. “Que pena! Será amanhã, então”.

Domingo cedo, Alessandro está na terceira fila. Não há mais ninguém no salão, a não ser os jovens do coral. Durante 45 minutos escuta os ensaios. No final, se levanta e vai até Samuel. “É incrível como vocês cantam. Parabéns. Vejo que estão chegando os outros jovens. Bem, fico aqui para ouvir um pouco e depois vou embora”.
Voltam a se ver no ônibus. Samuel se aproxima, com alguns amigos. “Então, ficou até que hora?”. “Até o final. Saí junto com todo mundo”. “Você ficou para as Laudes, para a palestra, para a missa? Por quê?”. “Eu estava me sentido tão bem quando ouvia os cantos que fui ficando para ver o que ia acontecer. E aí...”. Põe a mão na barriga e diz: “Sinto uma coisa dentro, no estômago... Vocês me derrubaram. Nunca vi gente igual a vocês”.

Partem de volta. Na entrada da autoestrada, Alessandro chama Samuel: “Na próxima vez, me chamem. Venho com um ônibus de ouro e com asas. Vocês são jovens especiais. Agora quero ficar em silêncio até Milão, porque não há nada a dizer, a acrescentar ao que vi”. “Será que podíamos fazer alguma parada antes de chegar?”. Ele ri: “Peçam o que quiserem. Eu hoje estou feliz da vida”.
Na praça Gabrio Rosa, saudações e abraços. Também com Alessandro. Ele leva alguns amigos até o ponto final do ônibus. Samuel ouve o som prolongado de uma buzina. Todos se viram para ver. “O que é isso?”. É o ônibus. Alessandro dá a volta em toda a praça com a mão na buzina. Todos riem e levantam braços para saudá-lo. À noite, Samuel recebe esta mensagem no celular: “Hoje foi um dia especial. Jovens, vocês têm um dom, um precioso presente que Deus deu a vocês, e é a voz, e tudo o mais que vocês têm que torna tudo simples, relaxante, harmonioso e encantadoramente sublime para quem lhes ouve pela primeira vez. Faço os melhores votos pelo que a vida lhes dará no futuro. Vocês, sim, é que são o futuro desta Itália. Um abraço deste simples motorista. Ale. P.S. – Eu não estava brincando quando disse que era preciso um ônibus especial para vocês, porque vocês são especiais!”.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

Volta ao início da página