Passos N.177, Fevereiro 2016

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Em Foco: Tempo da Quaresma

“É agora o momento favorável, é agora o dia da Salvação” (2Cor 6,2). Assim proclama a Liturgia, na celebração de cinzas, que abre a Quaresma. Como deve ser vivido este tempo especial? Assumindo o dúplice propósito de “progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa” (Oração do 1º domingo). Ambos estes propósitos correspondem ao significado batismal que caracteriza a Quaresma, tanto para os catecúmenos, quanto para os fiéis.

Para os catecúmenos, trata-se de viver o tempo da purificação e iluminação, em vista da celebração do batismo que acontece normalmente na vigília pascal. Faz-se mais intensa a preparação espiritual purificam-se os corações pela penitência: descobre-se o que houver de imperfeito e mau para curá-lo; o que houver de bom para consolidá-lo. Eles são exortados a orar e jejuar. Já os fiéis, nos quarenta dias que precedem a Páscoa, se dispõem à renovação das promessas do Batismo que também é feita na vigília pascal.

Quanto ao propósito de progredir no conhecimento de Jesus Cristo, isto só pode ocorrer inspirando-se naquilo que se diz d’Ele na Sagrada Escritura. Quanto ao propósito de corresponder a seu amor por uma vida santa, trata-se de entrar na dimensão da penitência como luta, seguindo o exemplo de Jesus. Nessa luta contra o espírito do mal, dispomos de umas armas típicas, sempre recomendadas pela Igreja e especialmente eficazes: o jejum, a esmola e a oração. O jejum: nos dias previstos, privar-se de alimentos, total ou parcialmente. Existe também jejum de TV, de lazer, de consumos supérfluos... A esmola: doar em caridade o fruto das privações voluntárias. Ou cooperar ativamente com obras de solidariedade. A oração: dedicar mais tempo ao encontro com Deus. Uma forma muito amada e adequada é a Via-Sacra.

O ponto alto dos quarenta dias há de ser o sacramento da reconciliação, em vista de uma digna celebração da Semana Santa. Cristo é o “mistério da Piedade”, no qual Deus nos mostra o seu coração compassivo e nos reconcilia plenamente consigo, através do sacramento da Penitência, que constitui a via ordinária para obter o perdão e a remissão dos seus pecados. O período que prepara a Páscoa representa um providencial dom do Senhor e uma preciosa oportunidade de se aproximar dele, entrando em si mesmo e colocando-se à escuta de suas indicações interiores.