A Escola de Comunidade é um instrumento educativo de desenvolvimento (como consciência e afeição) da experiência do encontro feito com o carisma do Movimento. Para ajudar a fixar a importância deste gesto na nossa história, retomamos seus fatores constitutivos nestas notas sintéticas de uma palestra do fundador de CL proferida em 1997
O início da experiência é o encontro com uma realidade humana diferente. Uma Escola de Comunidade que prescindisse disso seria ideologia ou abstração.
Na Escola de Comunidade certamente se deve falar da vida, mas à luz da experiência nova que se encontrou. Do contrário, fala-se da vida tal como se pensa nela, tal como ela é sentida, tal como ela faz reagir em termos naturais, mas sempre segundo um critério diferente do pertencer.
A Escola de Comunidade é o instrumento principal da vida nova, da maneira nova de buscar a finalidade do eu novo.
Quem guia
Tudo depende de quem guia a Escola de Comunidade. Se quem guia é uma presença, então a inteligência e a afetividade são movidas de maneira diferente. A novidade guia. Se, em vez disso, a pessoa dá uma aula, então não é uma presença, não move. No máximo move uma dialética, uma discussão, uma sucessão de pensamentos. E no dia seguinte, quando a pessoa se levanta de manhã, todo aquele tumulto de pensamentos não tem mais nada a ver com a existência.
A. O sintoma de que a Escola de Comunidade é guiada é que a pessoa sai diferente de como entrou.
B. A Escola de Comunidade deve representar um desenvolvimento do encontro que se fez: nela toda a vida do Movimento é sempre resumida e superada.
C. Sem existencialidade (nexo entre a palavra e a realidade) não se pode fazer Escola de Comunidade: só assim ela é expressão de uma experiência. Se não leva ao menos à identificação de algo que deve mudar e, portanto, ao desejo de fazer acontecer essa mudança, não se pode tratar de Escola de Comunidade.
Como se faz Escola de Comunidade?
Como oração. Sendo que a Escola de Comunidade deve resumir o próprio fenômeno do Movimento em seu desenvolvimento, lembremo-nos de que não há busca da verdade acerca do Destino, acerca de Deus, sem oração. Rezar, portanto, no início da reunião.
É preciso rezar também durante a reunião, como posição assumida por aquele que pergunta e por aquele que responde: como posição de humildade, contente e segura a respeito do que carrega.
A oração se torna também descoberta da necessidade do sacramento, no qual o acontecimento inicial volta a se tornar presença.
Como acontece a Escola de Comunidade?
Em primeiro lugar, é uma escola: um lugar e um método em que se aprende.
Aprender significa aumentar a consciência da realidade.
Aprender implica entender o significado do texto, ou seja, a sua relação com a realidade e as razões que apresenta para que essa sua relação com a realidade seja compreendida.
É inevitável que, para entender, se deva repetir (petere ad = tender a): aumentar a atenção. Repetir com atenção equivale a ver.
Quando é que se entende? Quando se experimenta a correspondência das palavras que são lidas e ouvidas com aquilo que se vive.
Assim a realidade, na medida em que nos aproximamos dela, se torna epifania da consciência de pertencer.
Quatro pontos de trabalho
I) Leitura inteligente, atenta à maneira de se relacionar com as coisas, aos juízos que faz nascer, às razões que dá.
II) Comunicação da experiência (tudo pode entrar), em comparação com o texto.
III) Uma cultura que se desenvolve. A fonte das motivações e dos critérios deve nascer de dentro da natureza da experiência e não vir de fora. Quanto mais penetramos no acontecimento que nos tomou, quanto mais seguimos, mais somos geniais.
IV) A síntese de quem guia: exemplo comunicado do desenvolvimento de experiência que aquele que guia fez durante ao acontecimento da Escola de Comunidade.
A comunicação como resultado
De uma Escola de Comunidade assim concebida e vivida nasce um ímpeto afetivo de comunicação que tem três flexões:
a) testemunho e missão;
b) atenção às necessidades, caridade que chega à constituição orgânica de obras;
c) cultura: o ímpeto afetivo de comunicação inspira imaginação, caminhos de juízo, descobertas lógicas, com todos os instrumentos necessários que daí nascem.
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