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Passos N.199, Fevereiro 2018

RIO DE JANEIRO | CLU

Seguindo a estrela

por Marco Montrasi

Um grupo de universitários do Rio de Janeiro, junto com alguns amigos de São Paulo, participaram de um momento de férias regionais entre 11 e 14 de janeiro em Visconde de Mauá, Resende/RJ. Participaram 47 pessoas, na maioria jovens estudantes e também alguns adultos, que passaram este momento juntos com brincadeiras, caminhada, orações, seguindo como ponto de partida a reflexão de Luigi Giussani, fundador de CL, numa conversa com seus estudantes em 1964, e que valem sempre: “A espera das férias documenta uma vontade de viver: exatamente por isso não devem ser ‘férias’ de si mesmo. Então, as férias não serão uma interrupção ou uma prorrogação do levar a sério a vida”.
Desta vez, a reportagem sobre as férias dos universitários foi realizada por meio de gravação em vídeo, no qual os jovens contaram as descobertas e experiências daqueles dias. Confira tudo em nossa página do Youtube. A seguir, algumas notas da fala de Marco Montrasi, responsável nacional de Comunhão e Libertação, durante a assembleia final.


Que a nossa vida possa ser como a trilha que fizemos, que teve tantas coisas bonitas. Não caminhamos só pela fadiga. Este foi um aspecto, mas a coisa mais bonita era o objetivo. Podemos ter vindo aqui e deixado as confusões de lado um pouquinho para passear num lugar bonito, mas o meu desejo é que o objetivo da nossa vida possa estar dentro das coisas que temos que fazer. Muitos de nós já ouviram falar de Cristo. O que tem a ver este nome com a trilha que é a nossa vida? O que significa ter encontrado vocês, a ajuda que nos demos? O que significou para cada um se surpreender que, assim como sou, com todos os próprios limites, dentro de um caminho, juntos, eu até posso mudar, posso ser bom? Tem alguém que desperta em mim o melhor de mim? Isso depende se temos o objetivo todos os dias. Eu vou embora desejando isso. E agora temos que voltar para casa e precisaremos verificar se apenas acaba algo bonito, ou se desejamos mais.
Nestes dias nós festejamos a Epifania, que é a festa dos Reis Magos, que foram ver o Menino Jesus que nasceu. E eu fiquei marcado pelo que o Papa falou, pois pode ajudar a entender algumas questões que apareceram aqui. Não é uma historinha de dias de Festa, mas tem algo a falar para nós. Primeiro: os Magos seguiram a estrela. “Por que foi que só os Magos viram a estrela? Porque talvez poucos levantaram o olhar para o céu. De fato, na vida, muitas vezes, contentamo-nos com olhar para a terra [ou para o celular, poderíamos dizer]: basta a saúde, algum dinheiro e um pouco de diversão. E pergunto-me: Nós ainda sabemos levantar os olhos para o céu? Sabemos sonhar, anelar por Deus, esperar a sua novidade, ou deixamo-nos levar pela vida como um ramo seco pelo vento?”. Essa é a primeira coisa que podemos aprender. Vivemos nos deixando levar pelas coisas ou temos momentos em que levantamos o olhar? “Os Magos não se contentaram com deixar correr, flutuando. Intuíram que, para viver de verdade, é preciso uma meta alta e, por isso, é preciso manter alto o olhar.”
Depois, além dos Magos, outros viram a estrela, mas não seguiram. “A estrela de Jesus não encandeia, não atordoa, mas gentilmente convida. Podemos perguntarnos pela estrela que escolhemos na vida. Há estrelas deslumbrantes, que suscitam fortes emoções, mas não indicam o caminho. Tal é o sucesso, o dinheiro, a carreira, as honras, os prazeres procurados como objetivo da existência. Não passam de meteoritos: brilham por um pouco, mas depressa caem e o seu esplendor desaparece. São estrelas cadentes, que, em vez de orientar, despistam. Ao contrário, a estrela do Senhor nem sempre é fulgurante, mas está sempre presente: é meiga, guia-te pela mão na vida, acompanha-te. Não promete recompensas materiais, mas garante a paz e dá, como aos Magos, uma ‘imensa alegria’ (Mt 2, 10). Pede, porém, para caminhar.” Então, o que preciso fazer? “De fato, a sua estrela solicita a decisão de se pôr a caminho, a fadiga diária da caminhada; pede à pessoa para se libertar de pesos inúteis, aceitar os imprevistos”. Quando vivo essa companhia começo a aceitar também os imprevistos e não fico dominado pelo medo. “Jesus deixa-Se encontrar por quem O busca, mas, para buscá-Lo, é preciso mover- -se, sair. Não ficar à espera; arriscar. Não ficar parados; avançar.” Nestes dias, quem arriscou começou a experimentar coisas novas. E pode acontecer um momento em que não sentimos isso, podem ter momentos mais áridos. Mas se vocês caminham, se vocês são fiéis, se eu não perco essa companhia, vai acontecer de novo do brilho dele me contagiar. É preciso ficar nesta espera. Sempre em caminho, sem cansar de esperar. É uma busca!
João e André, os dois primeiros discípulos que encontraram Cristo eram pescadores. Tinham os problemas deles, a vida deles, e o trabalho às vezes ia bem e às vezes não. Mas naquele dia, não se sentiram um peixe fora d’água porque nunca tinham sido olhados daquele modo. Só que no dia seguinte, nem sempre Jesus estava com eles. E o que faziam? Iam procurá-Lo. Quando você se apaixona por uma pessoa não é pelo rosto bonito dela, mas porque você nunca se sentiu tão “eu”, nunca se sentiu tão vivo. Isso aconteceu com João e André, e depois quando vinha a aridez, não ficaram com medo de sentir isso, mas foram procurá-Lo de novo.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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