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Passos N.87, Outubro 2007

RUBRICAS

Cartas

pela Redação

Provocação à vida
Caríssimo Julián, diferente de tantos momentos em que o Acontecimento é reduzido a um roteiro a ser colocado em cena – um roteiro tão analítico e preciso a ponto de destituir o drama da liberdade –, nestes dias de Assembléia Internacional o Acontecimento se deu diante dos meus olhos, invadiu a minha pobreza e a minha complicação por meio do seu testemunho e do de tantos que o assumem com o frescor e a totalidade de sua humanidade. O que me surpreendeu foi perceber-me olhando o mistério daquilo que acontecia, comovido porque colocava em ação o meu eu, milagrosamente libertado dos mil problemas que o sufocam e colocado na posição justa para começar a enfrentá-los. É aquela religiosidade à qual você está nos educando para que não seja mais a premissa do real, mas a forma de estar dentro dele. Agradeço-lhe por isso, porque você tem sido incansável, não cedeu um milímetro, tem sido sempre e de modo vertiginoso aquela “provocação à vida a ser seguida” que há trinta anos Dom Giussani, em Viterbo, nos indicou como movimento inicial da educação. E também agradeço às muitas pessoas com quem sentei à mesa, com quem bebi um café, com quem troquei algumas poucas palavras e que me falaram de suas vidas, porque fizeram crescer em mim a certeza da Sua Presença, que me tomou mais do que eu poderia ser capaz de conseguir e compreender. Isso é bonito e acontece porque existe e não porque eu sei, então acontece!
Gianni,
Abbiategrasso – Itália



Espera superada
Caríssimo padre Julián, foi muito forte em mim o contragolpe, o baque no coração, por causa dos entusiasmantes dias que passamos juntos em La Thuile na Assembléia Internacional de Responsáveis. São tantos e tais os acontecimentos que aconteceram nestes quatro dias (encontros e amizade com pessoas de outros continentes, narração de fatos acontecidos, cantorias multinacionais, encontros de realidades semelhantes, como o nosso entre a CdO Brianza e a CdO Kenya, etc.), que toda noite, para não perder nada, pensava em cada fato acontecido e escrevia-os sinteticamente em meu caderno, ao lado das anotações das assembléias e dos testemunhos, também para poder lembrar e contá-los à minha mulher e aos meus amigos. A grande expectativa com a qual fui ao encontro não só não decepcionou, mas foi muito superada pelos eventos e é grande a minha gratidão por ter participado. É mesmo verdade que o Mistério responde sempre de maneira mais abundante quando encontra um coração aberto e leal que não dá nada por óbvio ou previsível. Quando voltei para casa ontem à tarde não pude deixar de chamar à minha casa os amigos da fraternidade para lhes contar o que mais tinha me tocado. Fazendo isso, entendi um pouco mais o que é a missão.
Alberto


O reacontecer da maravilha
Durante muito tempo, tive uma grande dificuldade para me aproximar dos amigos do Jovens Trabalhadores (JT). Para mim, não era uma amizade de grande ajuda, eu não me sentia parte daquela comunidade. Apesar disso, continuava indo aos encontros porque percebia algo de diferente naquele lugar e desejava muito fazer parte daquilo. De alguns meses pra cá, quase sem que eu percebesse, as coisas mudaram. Durante a Equipe do JT, conversando com amigos de outros Estados, me dei conta de como hoje é bonito aquilo que vivo aqui, na comunidade do Rio. Percebi o quanto a nossa amizade cresceu nos últimos meses e como a minha postura diante desses amigos e da Escola de Comunidade também mudou. O mais impressionante é perceber que essa bela amizade começou não por um esforço meu, não no momento em que eu quis e nem mesmo da forma como eu esperava. A única coisa que eu fiz foi estar aberta a essa proposta, deixar que entrasse Cristo no nosso relacionamento. E eu, que fui para a Equipe esperando nada mais do que um belo final de semana em um lugar bonito, encontrei amigos que me fizeram perceber a beleza da experiência que eu vivo na minha cidade. Amigos que me fizeram olhar para o ponto central dessa comunidade. Voltei para casa tranqüila, certa de que a minha amizade com essas pessoas não vai acabar, estejam elas onde estiverem (aqui no Rio ou em outros lugares), pois uma amizade que vive verdadeiramente por Cristo, dura no tempo. Ao chegar, conversando com um outro amigo que não é do Movimento, qual não foi a minha surpresa ao ouvi-lo dizer que ele sabe que os meus amigos de CL me fazem muito bem e que ele espera que eu nunca saia desse lugar, pois me ver vivendo as coisas dessa forma o deixa muito feliz. Foi então que eu entendi (com imensa alegria) que essa comunidade nova da qual eu faço parte é algo tão diferente do comum que toca não somente a mim e aos meus amigos do Movimento, mas a todos que estão por perto, como “algo de novo, de estranho, de perturbador, de humano ideal”.
Pollyanna,
Rio de Janeiro – RJ



O dom do Batismo
Caro Carrón, sou albanesa e moro na Grécia. Este ano aconteceu algo grande na minha vida: o Batismo dos meus filhos, que eu nunca pensei que pudesse acontecer porque meu marido é muçulmano. Tudo isso pôde acontecer graças ao encontro com a amizade de Cristo por meio do rosto de uma pessoa de seu Movimento; hoje, também meu. Sempre fui, por natureza, uma pessoa positiva, mas a um certo ponto essa positividade diminuiu por causa das grandes dificuldades da vida. Apesar disso, continuei buscando. Um dia, estava na missa, muito triste. Pedi ao Senhor que me indicasse o caminho, que me desse um sinal da sua Presença. No final da missa uma senhora se aproximou de mim e perguntou como eu me chamava e de onde vinha. Fiquei tocada pelo seu olhar, pelo modo como me olhava e falava comigo. Era um olhar completamente novo e diferente daqueles que até agora havia encontrado. A partir daquele momento começamos a nos conhecer e a compartilhar nosso cotidiano. Isso levou a uma grande mudança na minha vida e meu marido percebeu porque mudou também a forma como eu o olhava e como fazia as coisas de sempre. Assim, ele também começou a participar desta amizade e, um dia, me disse: “Sei que você quer batizar nossos filhos e espera meu consentimento. Pois bem, pode escolher a data do Batismo”. Por um momento, eu fiquei desnorteada e lhe perguntei: “Por que você está me dizendo isso?”. Meu marido olhou para mim e disse: “O caminho que estamos seguindo agora traz luz para nossa casa e eu desejava muito isso!”. Hoje, tenho a certeza de que quando reconhecemos Cristo em nossa vida, o coração sente-se livre para enfrentar os problemas da vida, que são muitos. Por tudo isso que aconteceu na minha vida eu peço a você, que é o Pai desta família, que esteja sempre conosco por meio da Fraternidade.
Mimosa,
Grécia



“Fazer” o Meeting
É domingo à noite, o meu Meeting terminou ontem à tarde, tomei uma ducha, partimos de Rímini, paramos para jantar com uma dezena de amigos e, depois de levar meus companheiros de viagem até em casa, finalmente, à 1h30, entrei em casa. Passei o domingo desfazendo as malas, visitando meus pais, assistindo à abertura do campeonato de futebol, um belo cochilo e, para concluir o dia, coloquei no Dvd um concerto de Claudio Chieffo. Revivi todo o meu Meeting olhando e ouvindo a poesia de Claudio, comovendo-me por sua simplicidade e pela experiência vivida que era contada em suas canções. Mas, o que foi o Meeting para mim? Fiquei com essa pergunta na cabeça o dia inteiro e, também agora, assistindo ao Dvd. Meu amigo Marco, chefe dos caixas, começando a semana de trabalho em Rímini me disse que o Meeting passava pela tecla que digitamos quando trabalhamos no caixa. Foi assim para mim? O Meeting, para mim, foi digitar o teclado de um caixa, mas também foi conhecer Beethoven, conhecer melhor a Associação Cometa, sorrir para um homem com raiva que queria seu dinheiro de volta porque a bebida que pediu não chegou. O meu Meeting foi andar com os amigos pelos estandes, participar de encontros, ceder ao cansaço e procurar um canto para poder dormir. Foi participar todas as manhãs da missa da militância, ficar até tarde da noite para esperar um amigo que trabalhava na tesouraria e precisava fechar as contas para depois ir beber uma cerveja juntos. Foi rezar o Angelus assim que chegava à feira, aprender a viver aquilo que me acontece simplesmente olhando um amigo em dificuldade que, na sua simplicidade, enfrenta a vida assim como ela é, enquanto eu, ao contrário, tenho a pretensão de mudá-la para torná-la mais adequada a mim. Poderia continuar listando por horas, tão intenso foi o Meeting para mim. Então, me voltam à mente as palavras de um amigo que dizia que para ele o Meeting era ele próprio enquanto protagonista do evento. Não sei se é certo, porém foi isso que vivi nesta semana porque, citando Chieffo, não tenho sorte porque tenho esta companhia, mas porque faço parte dela.
Alex,
Milão – Itália



Dentro das circunstâncias
Meu marido Simon estava acompanhando um projeto da Associação de Voluntários para o Serviço Internacional (Avsi) na Jordânia e depois de alguns meses (julho de 2006) entrevi a possibilidade de compartilhar sua experiência transferindo-me com ele para Amman. Nisso, foram envolvidos nossos três filhos e meu trabalho. Organizamos a vida seguindo “uma inspiração” que nos parecia boa, “aderindo positivamente a uma possibilidade delicadíssima”. Em janeiro de 2007, depois de um exame de rotina, fui diagnosticada com câncer e precisei interromper minha estada ali, os relacionamentos iniciados, o curso de árabe. Vi-me vivendo “a experiência de impotência e solidão”. Enfrentei com seriedade esta situação, perguntei a Deus o que queria de mim e, por fim, aceitei e ofereci a dor da primeira operação por aquela frágil amizade que estava nascendo com alguns na Jordânia, pelo trabalho de Simon, pela Igreja. Deus me deu a força física e a alegria de participar do grande evento da audiência de CL com o Papa em Roma junto a toda a minha família e a comunidade do Oriente Médio. Em maio, precisava fazer uma segunda e mais radical cirurgia, mas eu não queria aceitar. Por que Deus me pedia também isso? E por fim, o desafio da universalidade: “Vá e anuncie a todos os povos”. E isso me fez pensar na minha incapacidade numa sociedade árabe em que 95% são muçulmanos, e onde eu e meu marido estamos sós. Na verdade, não estamos sós porque além de alguns relacionamentos significativos temos os instrumentos do Movimento e fomos educados a viver de forma cristã o particular. Foi assim que durante a minha permanência na Jordânia procurei viver com empenho a família, o estudo da língua, cultivar certos relacionamentos e aceitei o convite para fazer caritativa com as irmãs de Madre Teresa, visitando as pessoas idosas que se contentavam com meu árabe (e que, agora, junto com as irmãs, rezam por minha saúde). Nasceu uma bela identificação com algumas realidades da Igreja local, mas, em particular, um diálogo profundo com minha cunhada, que começou a fazer caritativa comigo e agora continua com entusiasmo, além de fazer Escola de Comunidade com Simon.
Alessandra,
Padova – Itália



Fraternidade
Caro padre Carrón, pela primeira vez este ano, em Sassari, começamos a experiência dos ginasiais. Por isso os amigos do Colégio Sagrado Coração, de Milão, nos convidaram para passar as férias de julho com eles em Corvara. Houve um grande entusiasmo por parte de todos e graças a um organizadíssimo programa de autofinanciamento conseguimos também arcar com as despesas para que todos pudessem ir. Mas nem sempre as coisas acontecem como nós pensamos! E, de fato, no mês de junho, minha mãe adoeceu e ficou na cama completamente dependente e a única que podia cuidar dela era eu. Fiquei com raiva, pensava que não agüentaria e, sobretudo, que Deus não podia me pedir também isso depois da morte de meu marido há pouco tempo. Com rancor, pensava que precisaria renunciar às férias com as quais estava envolvida de modo particular até porque tinha convidado meus alunos. Neste momento os amigos do grupo de Fraternidade e outras pessoas próximas organizaram turnos para me substituir durante os dias em que eu estaria ausente para garantir uma assistência contínua à minha mãe. Entendi, então, que não estava sozinha, que sozinha não era capaz e que poderia pedir, perguntar, rezar. Entendi que Jesus pode pedir muito, mas depois, não me deixa sozinha, está comigo por meio da companhia que me deu. E, assim, a amargura transformou-se em gratidão por aquilo que via acontecer ao meu redor. Durante a minha ausência, enquanto estava em Corvara, minha casa tornou-se a sede da Fraternidade: as famílias se encontravam, faziam Escola de Comunidade e os relacionamentos se fortaleceram, tornando-se experiência visível para quem olhava.
Tonina,
Sassari – Itália



A vida é bela
Caríssimo padre Carrón, pode-se estar no Movimento há 20 anos ou mais e esquecer-se da grandeza que somos chamados a viver e das infinitas possibilidades que a vida nos dá. Maravilho-me, lendo Passos, por tudo aquilo que me oferece, das cartas que sempre me comovem aos testemunhos e aos juízos sobre a vida. Desde fevereiro, com um grupo de mães de alunos (dou aulas no ensino fundamental), começamos um grupo de Escola de Comunidade. A descoberta mais extraordinária foi o relacionamento com essas quatro amigas, por meio do qual a realidade se transformou. Vimos toda a beleza à qual somos chamadas e entendemos cada dia mais que toda pergunta, mesmo a mais dramática e aparentemente mais tola, é ocasião para aprofundar o relacionamento com Cristo. Entendi duas coisas fundamentais:
1. A vida é bela porque dá continuamente a possibilidade de encontrar pessoas com as quais aprender (é a minha experiência, porque sempre pensei que só aqueles que eram realmente “bons” pudessem aprender).
2. Fazer Escola de Comunidade todos os dias gera um olhar e um coração novos que levam a entender que reconduzir tudo a Um não é uma coisa forçada ou um moralismo, mas a possibilidade de viver cada coisa com plenitude e segundo a sua verdade.
Silvia,
Cidade de S. Angelo – Itália



História abençoada
Caro padre Carrón, acabei de ler em Passos a palestra de Dom Giussani: “Ter certeza de algumas grandes coisas” e me sinto comovida e grata pelo dom que recebi. Reconheci nas palavras de Giussani o caminho que fiz nestes 35 anos de Movimento, as minhas resistências, a minha presunção, o meu problematicismo e as minhas censuras. Mas também a alegria e a letícia de pertencer a esta história abençoada, de ser sustentada e corrigida tanto pela maravilhosa “família de CL” quanto pelo meu maravilhoso grupo de Escola de Comunidade composto por seis senhoras maduras com idades entre 71 e 90 anos! Percorremos um longo caminho juntas, compartilhando as alegrias e ajudando-nos mutuamente nos dias cansativos que certamente não faltaram a nenhuma de nós. É importante, na nossa idade, ter um lugar que nos chame a elevar o olhar, a evitar lamentos e pretensões e a não curvar-nos sobre nós mesmas. Realmente podemos dizer que a nossa amizade é o abraço do Senhor à nossa vida, é a sua Presença real entre nós. Mas se Cristo se faz Presença entre nós, o que nos resta fazer se não nos confiarmos totalmente? A chegada da velhice não pode ser um álibi para não se empenhar com a tarefa que o Senhor confia a cada um de nós: testemunhar, em cada circunstância, a beleza e a razoabilidade da fé cristã.
Enrica,
Chiavari – Itália



O protagonista da história é o mendicante
Tivemos do dia 6 a 10 de julho as férias dos universitários (CLU). Eu ainda estava fazendo provas na faculdade e tinha uma grande possibilidade de não ir se não conseguisse passar direto. Foi um tempo de esforço e dedicação que nunca tive, pois a certeza de que o momento das férias iria me ajudar era cada dia maior. Consegui ir, e nunca estive tão desejoso de prestar atenção em cada gesto, querer cuidar de cada coisa. Na síntese, o Raul de São Paulo disse: “Fiquemos atentos a esse tempo de férias, pois é aqui nos dedicamos ao que amamos de verdade”. Fiquei muito provocado e voltei para casa querendo me dedicar a quem passei a amar de verdade: Cristo. E de fato, o meu relacionamento pessoal com Ele nunca foi tão verdadeiro quanto nesse tempo e o meu pedido nunca foi tão concreto. Passado o tempo de férias, estava para começar a universidade e me vinha uma tristeza porque conhecendo bem as pessoas de lá, eu me dava conta de como seria difícil que esse meu relacionamento pessoal com Cristo continuasse. Só me vinham na mente os rostos dos meus amigos do Movimento, lembrava de como tinham sido as férias e queria isso na universidade também, mas só conseguia lembrar de como as pessoas ali não iriam me ajudar. Que mentira! Se Cristo envolve tudo, deveria estar relacionado com a universidade também, com minha família, com tudo. Veio-me um pedido imediato: “Senhor, tira minhas imagens, se mostra pra mim ali dentro também!”. Começaram as aulas e como sou representante de turma, tinha muitas coisas pra resolver. Problemas de divisão de turma pra uma matéria (o que estava gerando algumas discussões entre meus amigos) e compra de material. Enfim, me dediquei a ajudar minha turma por um interesse por eles também. Mas vieram as dificuldades e quando estava quase tudo resolvido, comecei a perceber que algumas das pessoas estavam abusando da minha boa vontade e falando mal de mim pelas costas. Isso foi só a confirmação do que já esperava, de que ver a Beleza que vi nas férias era quase impossível na universidade. Pensei em largar o cargo de representante, mas antes liguei para o Carlinhos, que me disse: “Você é livre pra sair, mas não saia antes de se perguntar pra quem você realmente faz esse esforço e porque você ajuda a sua turma nisso”. Comecei a pedir pra entender isso, e então, uma amiga da minha sala me disse: “Queria te contar uma coisa. Você me ajuda muito na universidade, pois me lembro que você dizia que rezava sempre antes de estudar e eu estou rezando sempre e estudando todos os dias. Estou muito alegre de estar na universidade hoje, o que não estava quando começamos!”. No dia seguinte, outros amigos que souberam dessas coisas me disseram: “Que coração é esse que você tem? Eu não continuaria a ajudar a turma. Você não pode sair mesmo, pois para quem nós iríamos olhar se não fosse pra você?”. Imagine, o que sou eu? Cheio de limites, cheio de pretensões, cheio de incertezas, mas carrego comigo um Tesouro, Jesus Cristo, e agradeço muito por isso.
Ele faz mesmo grande todas as coisas.
Leandro,
Rio de Janeiro – RJ



O valor da companhia
Caríssimos, queria compartilhar com vocês a atenção de um amigo com minha vida! Simples, porém grande: encontrei um fato, então esse amigo e fraterno me ajuda a entender que não posso viver o trabalho, os relacionamentos, o estudo, sozinha... “Nada pode deter a certeza deste caminho misterioso rumo a um destino bom!”. Eis o que ele me escreveu: “ Ana, antes de mais nada, não vale a pena agüentar sozinha o peso de não entender o que acontece. Esse fardo achatou a sua experiência elementar, causando esse sentimento de separação das coisas, das realidades, mesmo aquelas mais queridas. Agora você entende que ‘a Escola de Comunidade’ não lhe salva? É necessário um acontecimento em cada manhã! ‘A presença é uma plenitude’, lembra? Se nossa presença (de quem você segue) não é uma plenitude, uma hipótese de novidade em cada manhã, para que serve? Mas serve! É preciso deixar que essa presença entre em cada manhã. Mas atenção: o problema não é a presença, mas ser surpreendida pela simplicidade do seu coração atraída pela nossa presença. Porque há um ‘ar que vibra ao redor da nossa presença’. A nossa presença existe porque existe esse ‘ar’. Essa é a dinâmica do conhecimento de qualquer ser humano. Basta ser leal a ela! Basta o ‘eu’, a pessoa! Uma pedra não reconhece. Uma pessoa, sim! Seu trabalho é esse, não outro. Afeiçoadíssimo, seu Wandré”.
Ana Paula,
Belo Horizonte – MG

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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