Vai para os conteúdos

Passos N.84, Julho 2007

DESTAQUE - Leitura

Cristo atrai-me todo a si, tão belo é (Jacopone da Todi)

Abaixo propomos algumas contribuições literárias que documentam a verdade de algumas passagens das palestras de padre Carrón, nos Exercícios da Fraternidade de CL deste ano. Mostram a experiência comum a todo homem como grito do coração, como fechamento preconcebido ou como surpresa por um encontro imprevisto. De fato, a esta nossa comum humanidade, a experiência cristã apresenta-se como uma proposta conveniente

Este ano, os Exercícios Espirituais da Fraternidade de CL desenrolaram-se sob a luz do grande encontro na praça de São Pedro com Bento XVI, que, no dia 24 de março, convidou todo o Movimento para viver “uma fé profunda, personalizada e fortemente enraizada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja, que garante a contemporaneidade de Jesus conosco”.

E padre Carrón, várias vezes, no decorrer dos Exercícios, fez desse apelo o conteúdo de um desafio: “Teremos a coragem de, às vezes, examinar profundamente se a proposta de vida que Cristo nos oferece como realização da nossa humanidade (por isso, da nossa afeição) é capaz de responder, ou ficamos sempre na metade do caminho?”.

A partir de um verso poético de Jacopone da Todi – Cristo atrai-me todo a si, tão belo é – e evocando a insistência de Bento XVI sobre a beleza atraente de Cristo, padre Carrón falou da concepção que Jesus tem da vida, revisitando um capítulo do livro de Dom Giussani Na origem da pretensão cristã (Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2003; nde). Dom Giussani, durante toda a sua existência, deu testemunho do relacionamento pessoal que mantinha com Jesus, “ferido” pela beleza dEle e, por isso, se tornou pai de um povo dentro do grande álveo da Igreja.

“O Senhor Jesus – recordou padre Carrón, citando a exortação apostólica pós-sinodal Sacramentum caritatis – se dirige ao coração necessitado do homem, que se sente peregrino e sedento, ao coração que suspira pela fonte da vida, ao coração mendicante da Verdade. De fato, Jesus Cristo é a Verdade em Pessoa, que atrai o mundo para Si”, sublinhando que Deus teve piedade do nosso nada e se tornou carne e sangue para salvar a nossa humanidade.

Por isso, padre Carrón fez um convite para nos identificarmos com o olhar que Cristo dirigiu aos Seus discípulos, cheio de simpatia, notando que, na relação com Ele, toda a experiência humana deles estava compreendida e suas necessidades trazidas à luz. Nós somos um inextinguível desejo de Infinito, dependemos até o ponto de podermos dizer a Deus: “Eu sou Tu-que-me-fazes”. A pessoa é irredutível aos seus antecedentes psicológicos, biológicos, sociológicos, diferentemente do que afirma a mentalidade moderna, que assim reduz o homem e o deixa sozinho. Ao contrário, afirmando a sua dependência em relação a Deus, a solidão é eliminada pela raiz, pois a comunhão está inserida em seu eu. A ponto de sermos levados a reconhecer que, sem a Sua beleza, não podemos ser nós mesmos.

Na segunda meditação, padre Carrón enfocou o tema “a lei da vida” que emerge da concepção que Jesus tem da existência: o dom de si. O homem se completa quando se doa; sacrifício e amor formam a personalidade do cristão. “Como é possível trabalhar sem fazer memória de Cristo?”, interrogou ele. Sem isso, de fato, o homem se sente prisioneiro das circunstâncias da vida e logo se aborrece. Então, oferecer significa reconhecer que Cristo é a substância de toda a vida. Nossa humanidade não é um obstáculo, mas um meio para o fim; ela nos é dada para reconhecermos Cristo. E a nossa instintividade - aquilo que carregamos dentro de nós, que nos determina, que nos atrai -, justamente a partir disso, o homem é introduzido no serviço à realidade, dentro do trabalho para ordenar o desejo ao Todo. Concluindo as meditações, padre Carrón disse, citando Dom Giussani, que “não é humano dar-se se não a uma pessoa; não é humano amar, se não uma pessoa. O `todo’ é a expressão de uma pessoa, Deus”. Reconhecer e seguir Cristo faz do homem “um caminhante ereto e incansável rumo à meta...; na entrega de si e na adesão a Jesus Cristo, floresce uma afeição nova por tudo, que gera uma experiência de paz”.

Alberto Savorana

****************************************************************************************************

Qual é o valor do eu? Onde se fundamenta? “A evidência última da vida, depois do fato de que existíamos, é que antes não existíamos. Por isso dependemos” (L. Giussani, Na origem da pretensão cristã). Peço-lhes que não passem distraídos por essas frases, com se fossem coisas já sabidas. Basta pensar: qual foi a última vez que de fato sentimos a nossa dependência, a verdade de nós mesmos, ao ponto de reconhecermos que dependemos, ao ponto de sentirmos o calafrio dessa dependência? O valor do eu, o valor de cada um de nós, é que é relação direta, exclusiva, com Deus, cujo eco em nós é a necessidade, é a nossa dependência. Nós temos a mesma dificuldade que todos têm de reconhecer o dado, e pensamos que as coisas são convenções, que podemos jogá-las no lixo sem que aconteça nada. Por isso, afirmar que nós somos essa relação direta com o Mistério é a única possibilidade de defender o homem tal como ele foi feito, com esse desejo de plenitude, de felicidade, que carrega dentro de si.
Julián Carrón

****************************************************************************************************

Marcelo Rubens Paiva

“Às vezes, você está rodeado de pessoas, e está só. Pode estar só no meio da multidão. Pode estar só no seu casamento, com os seus filhos. Até as desejadas por todos podem estar só. Marylin Monroe esteve só. Como Virgínia Woolf.
O que aflige um solitário é imaginar que faz sol lá fora, e o frio encontrou a sua alma para se instalar. O que aflige um solitário paulistano é que tem alguma coisa acontecendo, e ele está perdendo. É daqueles que precisam dar cinco telefonemas e trocar e-mails com alguém que também não está fazendo nada, ou também sofre de amor, ou também pegou aquela gripe, para se certificar de que, apesar de se sentir só, não é o único. Existe alguém auto-suficiente?”.
(O Estado de S. Paulo, 09.jun.2007)

****************************************************************************************************

Fryderyk Chopin

A tristeza tomou conta de mim. Por quê? Hoje, nem a música me consola... Já é tarde da noite e não tenho vontade de dormir; não sei o que me falta, e já tenho mais de vinte anos...

****************************************************************************************************

Franz Schubert

Ninguém compreende o sofrimento dos outros, ninguém compartilha a alegria. Acreditamos sempre que caminhamos de braços dados; no entanto, caminhamos apenas uns ao lado dos outros.

****************************************************************************************************

Cecília Meireles
Poema da ternura


Se Tu fosses humano,
as minhas mãos
viveriam tecendo
carinhos e sedas,
para te darem trajes prodigiosos
de lenda...
Se Tu fosses humano,
Os meus olhos andariam acesos,
noite e dia,
e tão postos em Ti
que brilharias todo,
como quem se houvera coroado
com o sol...
Se Tu fosses humano,
a minha boca seria
fruto para a tua sede,
música de amor para o teu sono,
festa da Consolação
para a tua tristeza...
Se Tu fosses humano,
eu seria o teu brinquedo
de criança,
as tuas armas
de guerreiro,
a flauta em que a tua velhice
louvasse o próximo cerimonial
da Morte...
Se Tu fosses humano,
ó Eleito,
eu seria tudo, na tua vida...
Mas eu não sou nada...
Eu não sou nada mais
que esta ansiedade impossível de ser...

****************************************************************************************************

Vinícius de Moraes
Vigília


Eu às vezes acordo e olho a noite estrelada
E sofro doidamente.
A lágrima que brilha nos meus olhos
Possui por um segundo a estrela que brilha no céu.

Eu sofro no silêncio
Olhando a noite que dorme iluminada
Pavorosamente acordado à dor e ao silêncio
Pavorosamente acordado!
Tudo em mim sofre.
Ao peito opresso não basta o ar embalsamado da noite
Ao coração esmagado não basta a lágrima triste que desce,
E ao espírito aturdido não basta a consolação do sofrimento.
Há qualquer coisa fora de mim, não sei, no vago
Como que uma presença indefinida
Que eu sinto mas não tenho.

Meu sofrimento é o maior de todos os sentimentos
Porque ele não precisou a visão que flutua
E não a precisará jamais.
A dor estará em mim e eu estarei na dor
Em todas as minhas vigílias...
Eu sofrerei até o último dia
Porque será meu último dia o último dia da minha mocidade.

****************************************************************************************************

Bruno Tolentino
O castelo interior


Mas a recém-nascida borboleta
não sabe onde pousar...E bate a asa
de um lado para o outro, irrequieta,
que tudo é espinho, cinza, urtiga, brasa,

e nada satisfaz a pobre seta
acordada a esvoaçar fora de casa!
Que uma vez entrevista aquela meta,
aquele alvo alvíssimo, essa asa,

esse dardo embriagado, não aceita
nada menos: o mundo não tem nada
sequer de parecido! E a insatisfeita

borboleteia cheia da saudade
dos inefáveis que provou, coitada!
Pequena espiga ansiosa da colheita...

****************************************************************************************************

Dom Giussani já havia identificado o início de um processo ocorrido séculos atrás, da “possibilidade permanente do espírito humano, [...] de falta de empenho autêntico, de interesse e de curiosidade com o real total” (Na origem da pretensão cristã). A falta de empenho com o que somos não é algo que não nos diz respeito. Podemos tomar o ônibus, percorrer um monte de quilômetros, cansar bastante, gastar muito dinheiro, e continuar fixos, bloqueados no centro do eu, sem nos movermos. É a passividade. E podemos estar sós e ser reduzidos aos fatores antecedentes, às nossas reações, sem tomar consciência de que eu sou relação com o Mistério. Enquanto eu não me mover, enquanto não colocar em jogo o centro do meu eu, aquilo que é o mais íntimo do meu eu, esse meu eu ficará imóvel, e isso não pode deixar de ter conseqüências.
Julián Carrón

****************************************************************************************************

John Henry Newman
O coração do mundo


Temo que a maioria dos que se dizem cristãos, qualquer que seja o credo que professem, qualquer que seja o seu sentimento, qualquer que seja o ardor e a iluminação e o amor que achem possuir, prosseguiriam em seu caminho tal como fazem agora, nem muito melhor, nem muito pior, se acreditassem que o cristianismo é uma fábula. Quando são jovens, eles satisfazem suas vontades ou, pelo menos, saem à procura das vaidades do mundo; na medida em que o tempo passa, abraçam alguma promissora carreira profissional, ou alguma outra forma de ganhar dinheiro; depois se casam e se organizam; e quando o interesse deles coincide com o próprio dever, parecem ser (e eles acreditam ser) homens respeitáveis e religiosos. Crescem apegados às coisas tais como são; começam a mostrar certo zelo na luta contra o vício e o erro, e seguem a idéia da paz entre todos os homens. Essa é uma conduta que, até onde se pode ver, é justa e digna de louvor. Eu apenas digo que ela pode não ter necessariamente nada a ver com religião. (...) Não arriscam nada, não correm nenhum risco, não sacrificam nada, não abandonam nada pela fé na palavra de Jesus Cristo.

****************************************************************************************************

Cecília Meireles
Como se morre de velhice


Como se morre de velhice
ou de acidente ou de doença,
morro, Senhor, de indiferença.

Da indiferença deste mundo
onde o que se sente e se pensa
não tem eco, na ausência imensa.

Na ausência, areia movediça
onde se escreve igual sentença
para o que é vencido e o que vença.

Salva-me, Senhor, do horizonte
sem estímulo ou recompensa
onde o amor equivale à ofensa.

De boca amarga e de alma triste
sinto a minha própria presença
num céu de loucura suspensa.

(Já não se morre de velhice
nem de acidente nem de doença,
mas, Senhor, só de indiferença.)

****************************************************************************************************

Carlos Drummond de Andrade
Carrego comigo


Carrego comigo / há dezenas de anos
há centenas de anos / o pequeno embrulho.

Serão duas cartas? / Será uma flor?
Será um retrato? / Um lenço talvez?

Já não me recordo / onde o encontrei.
Se foi um presente / ou se foi furtado.

Se os anjos desceram / trazendo-o nas mãos,
se boiava no rio, / se pairava no ar.

Não ouso entreabri-lo. / Que coisa contém,
ou se algo contém, / nunca saberei.

Como poderia / tentar esse gesto?
O embrulho é tão frio / e também tão quente.

Ele arde nas mãos, / é doce ao meu tato.
Pronto me fascina / e me deixa triste.

****************************************************************************************************

Thomas Mann
A montanha encantada


O que chamamos de tédio é sobretudo um doentio encurtamento do tempo, causado pela monotonia: longos períodos de tempo, se não for interrompida a uniformidade, reduzem-se de um modo espantoso; se um dia é igual a todos, todos são como se fossem um só; e, na uniformidade perfeita, a mais longa vida seria revivida como se fosse brevíssima e desapareceria repentinamente.

****************************************************************************************************

Fëdor Dostoevskij
Memórias do subsolo


Ao homem, sempre e em todo lugar, qualquer que fosse ele, sempre agradou agir segundo a própria vontade, e não como lhe ordenavam a razão e o seu próprio bem; e a vontade pode ser exercitada inclusive contra o próprio bem, e às vezes devemos positivamente fazê-lo (essa já é uma idéia minha). O nosso querer, espontâneo e livre, o nosso próprio capricho, mesmo que muito extravagante, a nossa fantasia, irritada, às vezes, até à loucura, tudo isso é justamente aquela vantajosíssima vantagem deixada de lado, que não se enquadra em nenhuma classificação e por causa da qual todos os sistema e teorias acabam mal. E de onde deduziram, todos esses sábios, que o homem precisa de um querer normal, virtuoso? Como imaginaram justamente que ao homem seja possível um querer sábio e vantajoso? Ao homem só é possível um querer independente, qualquer que seja o custo dessa independência e qualquer que seja o resultado final disso. Bem, essa vontade conhece-a bem o diabo...

****************************************************************************************************

Somente um cristianismo como beleza, como atração, é o único capaz de responder ao desafio do coração, o único capaz de encarar, de enfrentar esta necessidade de totalidade que o coração possui; por isto é o único capaz de vencer a distância, se o coração cede à sua atração. Por isto, se Cristo é somente regra e não esta presença afetivamente atraente, é impossível que realize afetivamente o homem. É aqui que se vê o alcance da promessa de Cristo. Pois quando a pessoa provou que nada satisfaz, começa a entender que talvez lhe convenha abrir-se a Ele. Jesus se apresenta como o centro da afetividade e da liberdade do homem: pondo-se a si mesmo no centro dos próprios sentimentos humanos, ele se coloca com pleno direito como sua raiz verdadeira. De tal forma Jesus revela o alcance da promessa. Jesus tem a pretensão de que somente seguindo-O o homem pode encontrar verdadeiramente resposta a isto.
Julián Carrón

****************************************************************************************************

Romano Guardini
A essência do cristianismo


O cristianismo não é uma teoria sobre a Verdade ou uma interpretação da vida. Ele é isso também, mas não é aí que está o seu núcleo essencial. Este é constituído por Jesus de Nazaré, pela Sua existência concreta, pela Sua obra, pelo Seu destino, isto é, por uma personalidade histórica. Uma certa analogia com tal situação pode ser percebida por quem encontrou uma pessoa que tem para ele um significado essencial. Em tais casos, não é a “Humanidade” ou o “Homem” que são importantes, mas essa pessoa concreta. Ela determina todo o resto, e tão mais profundamente e universalmente quanto mais intensa for a relação. Isso pode acontecer de um modo tão poderoso que tudo – mundo, destino, função – se realiza através da pessoa amada; ela está como que presente em tudo, tudo faz recordá-la, a tudo ela dá um sentido. Na experiência de um grande amor, o mundo todo se resume na relação eu-tu, e tudo o que acontece torna-se um acontecimento no seu âmbito. O cristianismo afirma que, pela Encarnação do Filho de Deus, pela Sua morte e Sua ressurreição, pelo mistério da fé e da graça, toda a criação é chamada a colocar-se sob o senhorio de uma pessoa concreta, Jesus Cristo.

****************************************************************************************************

Virginia Woolf
Momentos de ser


O não-ser é semelhante ao cobertor, no qual estão envoltas os nossos dias.Todo o problema da existência consiste em captar os momentos em que as coisas se tornam transparentes e podem ser encontradas as pegadas. Como se por uma brecha imprevista o fundo do ser se tornasse visível e a poesia se tornasse realidade.

****************************************************************************************************

Wolfgang Amadeus Mozart

Entreguei-me completamente à vontade de Deus... Existe, por acaso, outra possibilidade de manter-nos serenos? Relativamente serenos, porque nunca podemos sê-lo plenamente. Manterei o bom humor, não importa como andem as coisas, sabendo que, de qualquer modo, será feita a vontade de Deus, que dispõe todas as coisas para o nosso bem, mesmo quando tudo parece arruinar-se...

****************************************************************************************************

Bruno Tolentino
Um dom dado de graça


Vai, entrega-te a Deus, que Ele te quer
e veio procurar-te nessa cama
em que agonizas, onde o corpo ama
e morre: todo filho de mulher

deita a cabeça quando ele quiser.
Deita-a no colo de Maria, a ama-
de-leite que O ninou e que Ele chama
de mamãe, Deus é filho de mulher...

como o menino que Ele foi, que és,
confia-te também às mãos daquela
que O amamentou para juntar-Lhe os pés

ensangüentados. Confiado nela,
hás de te levantar, mas desta vez
perfeito, e hás de correr como a gazela!

****************************************************************************************************

Guimarães Rosa
Grande Sertão: veredas


Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, já-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar – é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor. E a vida do homem está presa, encantoada – erra rumo.(...) O senhor não vê? O que não é Deus é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir pra ver – a gente sabendo que ele não existe, aí que ele toma conta de tudo. O inferno é um sem-fim que nem não se pode ver. Mas a genter quer Céu é porque quer um fim: mas um fim com depois dele a gente tudo vendo.

****************************************************************************************************

Santo Agostinho
Confissões


É isso, Tu estavas dentro de mim, eu estava fora: aqui eu Te buscava e, deformado como eu estava, me lançava atrás das coisas belas que Tu fizeste. Tu estavas comigo, mas eu não estava contigo. Me mantinham longe de Ti aquelas coisas que, não estivessem em Ti, não existiriam. Chamaste, gritaste, venceste a minha surdez; lançaste um fulgor para espantar a minha cegueira; exalaste o teu perfume, eu o aspirei e passei a desejar-Te; eu Te experimentei e agora tenho fome e sede de Ti; me tocaste e fervi de desejo da Tua paz.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

Volta ao início da página