Passos N.115, Maio 2010

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RIBEIRÃO PRETO – SP
Experiência elementar:
Giussani como amigo da nossa humanidade

Na semana de 22 a 27 de março de 2010, ocorreu no Departamento de Psicologia e Educação da USP de Ribeirão Preto, o curso “Introdução à experiência elementar: implicações para a Psicologia”, ministrado pelos docentes Miguel Mahfoud e Roberta de Vasconcelos Leite. Participaram cerca de 30 alunos (de graduação, pós-graduação, profissionais das áreas de: Psicologia, Educação, Saúde e Marketing). Pelos depoimentos unânimes de todos os participantes, o curso foi um “acontecimento”. Cada um foi provocado em seu posicionamento pessoal diante de si mesmo e dos outros, do trabalho, do estudo... Mas deixemos que as palavras deles sejam o melhor comentário:
“Participar do curso foi uma das atividades, dentro da universidade, mais intensas que pude vivenciar, indo ao encontro de algumas inquietações minhas a respeito do modo como me posiciono diante da construção do conhecimento, diante da produção dos saberes na Psicologia, diante do modo como tenho conduzido minha própria vida. Com as discussões feitas nas aulas, ficou mais evidente o quanto tenho mantido uma posição que me implica muito pouco naquilo que faço, assumindo mais uma postura ‘tarefeira’, de cumprimento de prazos e, por vezes, tomando demandas exteriores que não correspondem minimamente às minhas questões fundamentais.” (Luciana, pós-graduanda em Psicologia)
Miriam evoca uma história que começou com sua participação na mesa-redonda de lançamento da nova edição de O senso religioso (L. Giussani, Ed. Universa, Brasília, 2009) em outubro do ano passado e continuou no curso: “Fomos convidados para o lançamento do livro O senso religioso e, tal como o piano que tocava naquela noite (o prelúdio A gota de Chopin), fomos tocados por uma melodia que reverberava por dentro de nós... Foi o início do encontro com a busca do sentido... A melodia daquele piano que reverberava dentro de mim achou eco naquele livro sobre a experiência elementar, que li naquela noite e na seguinte, devorando-o, como se estivesse saciando a minha fome e a minha sede de muito tempo. Os sinais estavam me apontando um caminho. O caminho para a minha busca original por um bem maior a ser compartilhado com o outro. O caminho que se mostrava como uma espiral para o alto: a psicologia, o judaísmo, o cristianismo, e mais no alto, Deus. (...) Gostaria de agradecer a professora Roberta ao professor Miguel pela possibilidade que nos ofereceram de vivenciar as exigências da experiência elementar na teoria e prática durante o excelente curso ministrado na USP. Durante suas aulas tive atendida a exigência de que os professores devem ensinar sempre sobre o que acreditam e dessa forma nós, alunos, podemos aprender sobre o que compreendemos. A aprendizagem realmente é uma troca de experiências significativas”. (Miriam, psicóloga)
“Do curso resultou-nos a compreensão de que a experiência elementar está ligada a estruturas originárias da pessoa. (...) De cada situação experienciada surgem questões radicais que pedem respostas totalizantes. Neste sentido é que se dá a importância da mediação educativa própria da nossa profissão. (...) A partir destes conceitos pude entender, como profissional da educação, o objeto do meu trabalho cotidiano.” (Rodrigo, pós-graduando)
“Desde o primeiro dia das lições, foi profunda a comoção em que me encontrei. Fiquei intrigada e busquei compreender o motivo de tal comoção. Tenho consciência da longa peregrinação que terei de fazer em busca da resposta à pergunta fundamental que se refere à definição do meu ser. Como Giussani afirma, a evidência que tenho é a de que não me fiz. Perguntar-me a respeito de mim, leva à pergunta a respeito d’Aquele que me fez, que me imaginou antes mesmo que eu existisse. Para tanto, parto do momento em que me encontro, no ambiente acadêmico. O ambiente universitário é provocador: pude resgatar meu caminho universitário relacionando-o com as premissas de que parte Giussani para apresentar a experiência elementar.” (Carol, pós-graduanda)
Sintéticas e conclusivas, a avaliação de Giovana e de Eneida: “Cabe o estudo, mas me tranqüiliza tomar nota de algo tão consistente como vi e tenho visto surpreendentemente em Giussani.” (Giovana, estudante de Psicologia); “Esse curso falou comigo o tempo todo” (Eneida, pós-graduanda)
(por Marina Massimi)


CAMPINA GRANDE – PB
Doação de si

A pequena comunidade de CL de Campina Grande reúne-se, fielmente, uma vez por mês para o gesto da caritativa. O horário é um pouco insólito: de 12h às 13h, de plena quarta-feira. Alguns utilizam o horário do almoço e outros trabalham no período da tarde-noite e por isso conseguem se organizar. O local visitado é a Casa de Caridade Padre Ibiapina, no bairro José Pinheiro, na periferia da cidade. “Para mim, participar da caritativa é uma provocação e um desafio. É cansativo, pois saio correndo para chegar a tempo no trabalho, que é em outra cidade, mas ao pensar na alegria das crianças que correm para nos abraçar, e em como me faz bem, volto sempre”, afirma Messias.
A Casa é uma entidade filantrópica fundada há pouco mais de cinquenta anos e que hoje abriga em regime semi-interno quarenta crianças de 6 a 10 anos. São crianças e adolescentes vivendo em situação de risco social e, assim, quando estes amigos começaram a visitá-las, há cerca de três anos, elas pediam dinheiro e ajuda material. Agora se tornaram amigos. “Começamos fazendo um círculo e dizemos uma oração. Depois, cantamos e brincamos com elas. Com as crianças maiores ajudamos a fazer algum exercício da escola e elas mesmas vêm mostrar o caderno e pedir ajuda”, conta Messias.
A presença deles na Casa já passou a constar nos relatórios anuais da instituição. Eles estão presentes para ajudar nas principais festas, como Páscoa, Natal e dia das crianças. Por isso, dona Severina Oliveira, Assistente Social da Instituição, fez questão de inserir as atividades do grupo no folder informativo da Casa. Ela afirma: “O Movimento religioso Comunhão e Libertação tem sido um dos nossos parceiros, dando apoio religioso, cívico, psicológico e financeiro, sendo considerado de grande relevância no atendimento e nas atividades que desenvolvemos”.
(por Isabella Alberto)