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Passos N.78, Dezembro 2006

SOCIEDADE - SÃO PAULO | 1ª COLETA DE ALIMENTOS

Seguir a realidade

por Pedro Machado e Ulisses Brandão

Aconteceu no último dia 8 de novembro um encontro com nosso amigo Marco Lucchini, Diretor Executivo da Fundação Banco de Alimentos da Itália, para avaliar a Coleta de Alimentos realizada no início de outubro em São Paulo.
A Coleta teve a participação de 800 voluntários e o engajamento de instituições como os supermercados Sonda e Wal Mart, a Universidade Mackenzie e as ONGs Banco de Alimentos e Amigos do Bem, além da Companhia das Obras (CdO).
No total foram arrecadadas cerca de 12 toneladas de alimento, que foram repassadas a diversas entidades assistenciais pelo Banco de Alimentos.
Esse encontro promovido pela CdO teve o apoio da FIESP e realizou-se no auditório da sede desta entidade na Avenida Paulista. Na ocasião foi bastante significativa a presença de Tereza Maia, Diretora de Responsabilidade Social da FIESP – representando o presidente da instituição, Paulo Skaf – que colocou-se à disposição para apoiar outras ini-ciativas da CdO.
Lucchini assinalou que os testemunhos dos que participaram da Coleta documentaram a mesma expe-riência de todos aqueles que realizaram Coleta de Alimentos em outros países: não foi tirado o cansaço, mas o que prevalece é a alegria, sendo impressionante como realizar algo bonito toca a todos igualmente, pobres ou ricos, crianças ou velhos.
A partir do que foi testemunhado, Lucchini sublinhou 3 pontos:
1. Fazer um gesto de bem corresponde ao desejo de felicidade que cada um possui. Este desejo de fazer o bem é um dom, nos é dado e é parte de todo e qualquer homem. Isto nós verificamos quando, ao exprimi-lo, vemos que é um bem primeiramente para nós mesmos. Este dom nós não inventamos e não está ligado à nossa capacidade ou inteligência.
2. Temos necessidade de ocasiões onde possamos expressar esse dom. E esta expressão acontece, antes de tudo, na resposta a um pedido. Tanto que a experiência foi realizada em resposta à provocação, ao pedido, feito há alguns meses.
A Coleta não é um gesto coletivo, mas um gesto pessoal. Foi o sim pessoal de cada um que permitiu o milagre que cada um testemunhou, de modo que o gesto (pessoal) tornou-se gesto de um povo.
Por isso devemos preparar e o cuidar do gesto. Queremos estar bem preparados, não para evitar os imprevistos, mas exatamente para acolhê-los quando eles acontecem. Temos que nos ajudar neste ponto: a nos maravilharmos sempre mais com o que acontece, a desejar o imprevisto.
Como seria possível continuar? Será a realidade que permitirá a vocês continuarem. É a realidade que lhes dirá: “ajuda-me”. Será uma resposta. Não podemos decidir de antemão como ajudar aquele que nos irá pedir ajuda! Não podemos decidir como ajudar uma pessoa. Será ela a indicar o método com que iremos ajudá-la. Nós temos que compartilhar com ela a sua necessidade.
3. Se descobrimos que temos este dom que nos foi dado, o homem adulto quanto mais consciente for desta descoberta, com o passar do tempo, tem necessidade de fazer uma outra pergunta: quem me deu este dom? O problema, então, é o relacionamento com Aquele que nos concedeu este dom, que nos concede este dom todos os dias. Se experimentamos que ele é um bem, então é natural desejar sempre mais este dom, porém desejar ainda mais conhecer e amar Aquele que o colocou em nosso coração e que o desperta todos os dias.
É esta provocação que faço a vocês como hipótese de trabalho para os próximos meses.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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