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Passos N.62, Junho 2005

IGREJA / ORDENAÇÃO DOM PETRINI

Chamado à doação de si

por Juliana Perez e Mariana Sant’Anna

Nomeado bispo auxiliar de Salvador, João Carlos Petrini foi ordenado no dia 10 de março. Uma grande alegria para os amigos e um chamado a servir ainda mais a Igreja no Brasil


"Habitavit in nobis” – e habitou entre nós. Este foi o lema escolhido por João Carlos Petrini, nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador no dia 12 de janeiro, pelo Papa João Paulo II.

Nascido em Fermo, na Itália, no dia 18 de novembro de 1945, João Carlos Petrini cursou a Faculdade de Ciên-cias Políticas da Universidade de Perugia de 1965 a 1970. Foi ali que, observando como seus pais “dedicaram todas suas capacidades para re-construir, com grandes sacrifícios, o que a Segunda Guerra Mundial havia devastado”, ele aprendeu “a procurar respostas aos problemas e aos desafios do nosso tempo: reconstruir a pessoa, cada pessoa, pela oferta da amizade em Cristo, reconstruir as condições para uma existência digna, mas acima de tudo, reconstruir o povo cristão, com os gestos da vida fraterna.”

A partir da amizade com dom Valentini, que o acolheu, “estudante de segundo grau, inquieto e confuso”, surge o desejo da missão: “Ele me conduziu à descoberta de uma fé capaz de dar beleza e significado a toda a vida e me comunicou o ímpeto missionário, convidando-me a fazer parte da equipe de padres da diocese de Fermo, que em 1970 veio ao Brasil, na periferia da Zona Leste de São Paulo”. Assim, viajou para São Paulo em 1971, onde terminou seus estudos e foi ordenado diácono pelo então cardeal dom Paulo Arns. Em 1975 ordenou-se em sua cidade natal. De volta a São Paulo, concluiu o mestrado e doutorado na PUC-SP. Envolveu-se com os estudantes universitários, exercendo diversas atividades como assistente da Pastoral Universitária de 1976 a 1987 e, ao lado de padre Vando e padre Gigio foi fundamental para o início da comunidade do Movimento em São Paulo.

Em 1989 foi chamado à cidade de Salvador para trabalhar como Prefeito dos Estudos no Seminário São João Maria Vianney. Em seguida foi reitor do Seminário Propedêutico Santa Terezinha do Menino Jesus, função que exerceu de 1990 a 1998. “Nunca me senti tão em casa como com os padres da arquidiocese, que me acolheram com carinho, numa demonstração do espírito baiano, que se caracteriza pela hospitalidade, pela alegria, pela amizade. Quem chega de longe, se encanta com a beleza da Bahia, mas principalmente fica fascinado com a abertura e a alegria dos baianos, mesmo no meio de grandes dificuldades. A experiência de vida fraterna aqui encontrada me fez abraçar este povo e esta terra como meus, para aqui viver e servir a Igreja.” Petrini também era o responsável pela comunidade de Comunhão e Libertação na cidade, sempre com a ajuda de padre Virgilio Resi, com quem por muitos anos condividiu a responsabilidade do Movimento, o amor pelo carisma e pela vocação sacerdotal. Desde 2000 Petrini coordena o Mestrado em Família e Sociedade Contemporânea, como diretor do Pontifício Instituto João Paulo II para os Estudos sobre Matrimônio e Família.

Habitavit in nobis”: o lema escolhido por dom Petrini é a raiz de tantos trabalhos, como ele disse após sua ordenação: “O Mistério infinito, eterno onipotente e criador, do qual tudo depende, entrou no nosso horizonte, está ao alcance dos nossos olhos, da nossa mão. Nós o encontramos e desta experiência também nasce uma energia nova para realizar obras, para promover a dignidade e a justiça”. A comunidade de Salvador acolheu os muitos amigos do Movimento de várias partes do Brasil e da Itália que participaram da sagração no dia 10 de março. Na sua saudação, durante a missa, dom Petrini falou sobre a sua nova responsabilidade como uma forma de doação de si: “Cristo se doa com comoção para cada um de nós, e é isso o que nos constitui como um povo santo”, disse. “É para isso que somos bispos, para viver a vida como um dom de si.”

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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