Carta de padre Luigi Giussani aos grupos de Comunhão e Libertação, depois da audiência concedida por João Paulo II no dia 18 de janeiro
Caríssimos amigos, como provavelmente vocês já sabem, eu tive o grande dom de poder falar com o Papa, longamente, acerca de nossa vida e daquilo que queremos ser nesta nossa amada Igreja e nesta nossa amada terra. Enquanto estava diante dele, eu me perguntava: Qual razão a minha vida oferece aos olhos do Papa para ele me conceder tudo isto? A razão é a vida de vocês, a vida de todos vocês, meus amigos e companheiros de caminhada, toda a fé de vocês, o seu empenho operoso, a sua generosidade, a sua capacidade de sacrifício. Esse é o motivo verdadeiro pelo qual eu fui recebido. E estava cheio de admiração, de vergonha de mim mesmo, de gratidão ao Papa e a vocês.
Gostaria de resumir-lhes a mensagem ecoada nas preocupações do Papa e em sua postura:
1. Jesus Cristo é a verdade de todo o homem, e a fé é a forma de toda a vida e a sua operosidade.
2. Portanto, não existe de um lado a fé e do outro os interesses, as ocupações da vida, o trabalho. Não. A fé é a fonte do critério para encarar todos os problemas da existência, e é na fé que se deve radicar o nosso comportamento no ambiente, que é como o terreno onde todos os problemas se desenvolvem.
3. Em particular, é necessário que a fé se exprima como cultura. De fato, é a cultura que determina o rosto de um povo, exprimindo sua história. A nossa fé não deve ter “complexos de inferioridade” diante da cultura dominante.
Como vocês vêem, é a confirmação daquilo que continuamente ele diz às multidões das quartas-feiras e dos domingos. Sempre nós dissemos que, para verificar a nossa fé e torná-la madura, devemos nos envolver com um acontecimento no qual ela vive, de tal modo que também em nós nasça a vontade, a luz e a coragem para seguir. Este Papa é o acontecimento que Deus suscitou, encarnando nele e exaltando perante os nossos olhos a história de fé e de martírio do povo polonês. A figura humana deste Papa é o fato concreto com o qual nos envolver para olhá-Lo, escutá-Lo e identificarmo-nos com a Sua mentalidade, segui-Lo.
Tão logo eu saí da audiência, no coração de minha alegria provava um sentimento de grande responsabilidade: uma vontade de servir àquele homem com todas as minhas forças e com toda a minha vida. Essa responsabilidade eu queria que nos investisse a todos. Meus amigos, em um mundo onde a fé está tão extraviada e a injustiça é tão grande, vamos sacudir a nossa inércia, arrebentar o nosso egoísmo, derrotando o nosso burguesismo.
Meus amigos, sirvamos a este homem, sirvamos a Cristo neste grande homem com toda a nossa existência.
Com muito afeto,
Padre Luigi Giussani
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