O chamado cristão deve ser: a) decidido como gesto; b) elementar na comunicação (condições para sermos elementares: liberdade, ação, concretude); c) integral nas dimensões, que são a cultura, caridade e catolicidade; d) comunitário na realização (os fatores da comunidade são: adesão pessoal, funcionalidade, autoridade, unidade sensível).
Decidido como gesto
1. A primeira condição para alcançar a todos é uma iniciativa clara face a quem quer que seja.
2. Pode ser uma ilusão ambiguamente cultivada a de se introduzir no ambiente ou de se propor às pessoas com uma indecisão tal que diminua o chamado, no temor de que o seu grito contra a mentalidade corrente indisponha os outros para conosco – e crie incompreensões e solidão insuperáveis. Pode-se, assim, procurar, talvez com ansiosa habilidade, acomodações e camuflagens que muito facilmente correm o risco de representar compromissos dos quais é depois muito árduo libertar-se.
3. Não devemos nos esquecer de que esta “mentalidade comum” não existe apenas fora de nós, mas nos permeia até o fundo, motivo pelo qual a indecisão no enfrentá-la pode constituir, uma posição desastrosa para. nós mesmos.
4. Para ser honestos, é preciso, em determinado momento, colocar-se diante dos problemas sérios, não apenas no âmbito interior da própria consciência, mas também no diálogo com os outros.
5. Por isso é necessária a força de colocar-se contra, que é o que Cristo nos pediu para fazer-nos entrar no Reino: “Quem tiver vergonha de mim diante dos homens, também eu terei vergonha dele diante de meu Pai” (cf. Mt 10, 33).
6. Força, isto é, coragem (virtus em latim): no fundo, o que é preciso é um pouco daquela virtude com a qual Mateus, Zaqueu e a Madalena afirmaram a sua descoberta cristã diante do ambiente em que estavam imersos. Ou, se preferirmos, o que é preciso é renovar o do testemunho de estêvão diante do sinédrio: desafiar a opinião de todos para seguir Jesus.
*Texto extraído de "Passos de Experiência Cristã", Ed. Companhia Ilimitada, São Paulo 1993, p. 112
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