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Passos N.58, Fevereiro 2005

MARIA NA HISTÓRIA - 7

“Viva Maria!”

por Paola Ronconi

Dia 6 de abril de 1799. As tropas francesas de Napoleão ocupam Arezzo (Itáli). Em 6 de maio de 1799, a população se insurge gritando “Viva Maria!”.
Certamente que a ocupação de um território livre e neutro como o Grão-ducado de Toscana e a opressão imposta pelos invasores eram motivações suficientes para o levante, mas ainda mais decisivo foi o apego do povo aretino e toscano à fé recebida dos pais. O povo não pôde permanecer indiferente diante da profanação dos sacramentos, da espoliação dos vasos sagrados e das fugas dos sacerdotes, que se não fizessem isso seriam obrigados a vestir os uniformes militares e empunhar as armas. Além disso, espalhara-se o boato de que as tropas francesas queriam seqüestrar e destruir a imagem de Nossa Senhora do Consolo – um pequeno quadro de cerâmica envernizado, muito amado pelos aretinos – sob a motivação de que “servia para o clero fanatizar o povo”. Em relação a essa pintura, todo dia 15 de fevereiro milhares de aretinos vão à capela dedicada a ela para lhe prestar homenagem e recordar a noite de 15 de fevereiro de 1796, quando a modesta figura de cerâmica – chamada de Madonna di Provenzano di Siena – enegrecida pela fumaça, repentinamente fica branca diante dos olhos assustados de quatro pessoas que estavam rezando diante dela, numa pousada da rua Vecchia di San Clemente, em Arezzo. Abriu-se logo o processo para verificar a autenticidade do milagre e Arezzo tornou-se imediatamente meta de peregrinações.
Quando os franceses chegaram, dia 6 de abril de 1799, a ligação entre os aretinos e Nossa Senhora do Consolo já era bem forte. Um mês depois, a 6 de maio, eclodiu a revolta: o povo cristão saiu em defesa dos valores da fé. Os franceses, de início, não deram muita importância ao episódio, e Arezzo acabou libertada e a insurreição espalhou-se, também graças ao apoio dos austro-russos.
Ainda hoje se encontram, por toda a Toscana, testemunhos do culto a Nossa Senhora do Consolo e do grito de “Viva Maria!”. Esse fato acontecido em Arezzo não é isolado, porque em 1797 e 1798, também em Gênova, em Roma, em Ciociaria, as multidões se rebelaram ao grito de “Viva Maria!”, carregando quadros e imagens de Nossa Senhora.

 
 

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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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