Para mim a experiência dessas eleições foi muito significativa porque eu fui “obrigado” a responder a muitas pessoas que me procuraram para entender o nosso panfleto (Paixão pela liberdade e pelo bem comum) e questionar as escolhas concretas de nomes. Ao falar de como nos posicionamos em termos da política tive que fazer eu mesmo em primeiro lugar esse trabalho:
1) Olhei, de início, para minha história onde aprendi com meus amigos do Movimento que a primeira pergunta, também na política, é o que vale a pena na minha vida, o que me é mais caro no meu dia-a-dia.
2) Podia afirmar as escolhas que fizemos para todos com segurança porque hoje são minhas também. Olhando para a nossa história, eu nunca me senti enganado pelos meus amigos quando segui uma escolha que eles me indicaram, sempre eu me tornei mais pessoa, mais livre e responsável pela minha vida e daqueles pelos quais tenho responsabilidade na minha família e no meu trabalho.
3) Aprendi na nossa experiência que na política, como em qualquer atividade humana, vale os relacionamentos de amizade que construímos mais que qualquer opinião que possamos ter. Por isso propusemos nomes com os quais já construímos um trabalho comum e que se mostraram, em alguma medida, sensíveis aos principais critérios com os quais abordamos os temas sociais: a centralidade da pessoa e em decorrência disso – família, comunidades intermediárias e subsidariedade.
4) Explicar para pessoas os critérios que assumimos no nosso folheto (libertas Ecclesiae e o “bem comum”) foi um momento para retomar porque defender a possibilidade que a Igreja exista, não somente formalmente, mas podendo dar a sua exclusiva colaboração, tem a ver com o bem de todos. O bem de todos é poder encontrar a Verdade, Cristo, como foi na minha vida, não significa desconsiderar o tema da pobreza material, mas dizer que bem comum não é um bem material que todos terão, mas aquele bem que faz hoje da vida, vida.
5) Retomei o tema da subsidariedade a partir de exemplos da minha experiência e não de uma discussão teórica sobre o tema, pois foi assim que aprendi o que quer dizer se um governo/político é subsidiário ou não. Diante de uma realidade positiva, como são, por exemplo, as nossas creches, não é subsidiário a proposta de, em vez de apoiá-las, construir algo do estado em seu lugar.
Isso significa que nesse caso a pessoa não é o centro da ação, porque diante de qualquer um, a responsabilidade da autoridade é apoiá-lo para que a sua liberdade se afirme, porque como vimos nos Exercícios, caso contrário o resultado do seu trabalho nunca será seu, e assim, nunca será sua felicidade. Isto ocorre na relação seja entre pai e filho, professor e aluno, como entre estado e sociedade.
6) Por último, perceber as pessoas mudadas pelo nosso trabalho, em primeiro lugar me deixou muito feliz por ver que assim como aconteceu comigo elas tornaram-se, mais si mesmas, isto é, cresceram em liberdade. E porque eu pude dar um pouco do que recebi para elas, que é o mesmo que retribuir a Cristo o que Ele me deu, aumentando assim a minha gratidão a Ele na nossa história. Aprendi, assim, mais uma vez que essa é minha vocação, me colocar diante de tudo que acontece querendo responder a Cristo que me pede naquela circunstância.
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