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Passos N.53, Agosto 2004

PÁGINA UM

A fidelidade à oração

por Luigi Giussani

Notas da colocação de padre Giussani no encontro de visitors e responsáveis pelas casas dos Memores Domini (Milão, 13 de junho de 2004)

Agradeço-lhe, Pino, por me deixar falar alguns minutos para dizer que eu adiro plenamente a todas as nuanças, até as nuanças das colocações que ouvi, e entendo que há uma carência em afirmar tanta riqueza e em aceitar o dom que nos foi entregue. Há uma carência, e sinto dificuldade para definir sua realidade e seu rosto, talvez porque eu nunca tenha sentido assim esta diferença de certos momentos, ou de um certo momento da vida, daquilo que havia me unido e me unia à vida dos outros.
Por isso, limito-me, quero limitar a minha preocupação a se expressar como necessidade de uma fidelidade que se chama oração, que venha quase a se desenvolver, a se realizar como oração. Aquém disso, há uma carência tal que tende, perigosamente, a tornar duvidoso também todo o resto. Enquanto a experiência do fato de Cristo, assim como Lhe foi possível doá-la a nós pela vontade do Pai, acontece em uma única modalidade que é a fidelidade à oração. A oração na sua – eu quase diria – banalidade de adesão a um fato já realizado, a algo que já foi seguido.
Entendo que o que torna interessantes as observações que se fazem, ou que nos fazem, será tomar consciência do que significa começar a rezar, o que significa o último aceno a uma Presença inevitável, a Presença que agora padre Pino colocava no centro das suas observações. Caso contrário, o que domina é este vazio, esta repercussão vazia do nada dentro do meu eu em relação com Deus, se não for expresso como pedido, como oração.
Desculpem, respondendo ao pedido de um telegrama a ser enviado a Chieti, para a celebração da festa de São Camilo de Lélis, eu me permiti enviar a todos esta mensagem: “‘A fé é uma obediência de coração àquela forma de ensinamento à qual fomos entregues’ (Joseph Ratzinger, Apresentação do Catecismo da Igreja, in L’Osservatore Romano, 20 de janeiro de 1993, p. 5). Com toda a paixão do meu coração de homem [e eu digo isso claramente!], desejo-lhes que este amor seja inspiração de toda a sua vida; ela constituirá assim a intrepidez generosa para com todos os homens que vocês virem”.
Esta manhã, eu fui atrapalhado pela velhice sem poder prevê-lo, fui posto em jogo mais cedo, porém vim aqui e vi que esta velhice teve um efeito exatamente oposto e diretamente decisivo para mim, pois melhor do que eu ouvi esta manhã, nos conteúdos da colocação que padre Pino fez, raramente, nas últimas décadas, encontrei uma reunião que fosse tão límpida, tão cheia, tão emotivamente provocante!
Bem. Agradeço-lhes muito e me desculpem.

 
 

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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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