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EDITORIAL

Começando o ano...

O que é preciso para começar uma nova aventura? Ou para recomeçar as aulas, o trabalho, um relacionamento, um projeto...? O que é necessário para recomeçar em circunstâncias adversas como a que estamos vivendo no Brasil atual? Para iniciar precisamos da energia e da alegria que surgem quando somos olhados, amados.
Assim como aconteceu com Zaqueu que, ao ser olhado por Jesus – “Zaqueu, desce, hoje vou a tua casa!”, ficou desconcertado, transfigurado. “Foi olhado, então viu”, como afirmou Santo Agostinho. Não somos nós que podemos mudar nosso estado de ânimo ou transformar nossa fraqueza em fortaleza: é pela proximidade de Alguém que te olha, te ama e te chama que é possível recomeçar.

Papa Francisco, no discurso aos jovens do Chile, em recente viagem ao País, compara o mal estar ou aflição que experimentamos quando não há conexão com a internet, com aquela que vivenciamos quando perdemos a conexão com Jesus, com a fé. Nesses tempos em que nosso coração, o nosso “eu” está tão achatado e anestesiado, é frequente perdemos essa “conexão”... Então, como é possível reencontrar esse “sinal” e carregar as baterias para enfrentar a vida todos os dias? “André e o outro discípulo – que pode ser cada um de nós – procuravam a palavra-chave para se conectar com Aquele que é Caminho, Verdade e Vida”, afirmou o Papa.
Deus dá a cada um de nós pessoas, encontros, acontecimentos plenos de Sua presença amorosa, que nos alegram e nos sustentam no ambiente de trabalho, na vida em família e em comunidade, nos relacionamentos com os amigos. De nossa parte é pedido apenas a disponibilidade para reconhecer, ceder a essa presença, de modo que cresça a certeza de que “no meio do deserto, do caminho, sempre haverá a ‘conexão’, sempre existirá um ‘carregador de baterias’. Não estaremos sozinhos. Sempre gozaremos da companhia de Jesus e de sua Mãe e de uma comunidade”.

No dia 4 de março ocorrem eleições na Itália. Por isso, o Movimento publicou, em forma de um panfleto, as palavras do Santo Padre de outubro passado. Palavras que também queremos colocar diante de todos no Brasil, neste ano em que também nós iremos às urnas para decisivas eleições. O povo, diz Francisco, precisa “da boa política”, porque o seu “rosto autêntico”, a sua “razão de ser”, é oferecer “um serviço inestimável para o bem da coletividade inteira”. Por isso a Igreja “a considera uma forma de caridade nobre”.
Portanto, nos perguntemos: que verificação faremos de quanto e como a fé ajuda a enfrentar até as intermináveis questões que emergem do caos da política? Afinal, é esta a aposta que abriu em nós – e que se reabre continuamente – Dom Giussani. Ele faleceu há treze anos, mas está mais presente do que nunca. Não só por causa da impressionante atualidade de suas intuições (seria útil retomar, por exemplo, o discurso que ele fez em Assago à União Democrática Lombarda em 1987), mas precisamente por como continua a provocar milhares de pessoas agora, em todo o mundo.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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