A estranha companhia de Nebraska
“Foi incrível ver aquelas quinze pessoas vindas de Omaha, pois dois anos atrás eu estava aqui sozinha...”. Palavras de Emily, que na metade de janeiro encontrou-se com alguns amigos à mesa de um restaurante durante os dias do New York Encounter. Mas é ainda mais inacreditável se pensarmos no modo como tudo isso nasceu naquela cidadezinha do Estado de Nebraska, perdida no nada. Há quatro anos, Rachel começou a fazer Escola de Comunidade. Um dia, sua colega de quarto, Emily, encontrou na cozinha um livro seu: as primeiras linhas falavam de “conhecimento através de uma testemunha” e de “correspondência ao coração”. Decidem ler o livro juntas. Três amigos, professores do Benedictine College, uniram-se a elas: Lorenzo, Salvatore e Daniel. O modo como aqueles três viviam cada circunstância e ofereciam seu tempo livre respondia às dificuldades das jovens em compreender os textos de Dom Giussani. Durante vários meses, os encontros em Omaha são um ir e vir de rostos. Em 2011, Emily foi ao New York Encounter: “Quando vi aquelas pessoas tão vivas, experimentei uma grande sensação de pertença. Quando voltei para casa, precisava comunicar aos outros a minha experiência”.
Outra Emily (Emily M.), que se mudou para Omaha para fazer especialização, fica na vaga de Rachel, que se casou. Uma simples solução logística revelou-se algo mais. Os primeiros meses no novo apartamento coincidem com um período muito difícil para ela. Um dia, Emily lhe escreve: “Você é amada”. Esse gesto a deixa furiosa: “Sabia que ela tinha razão, mas não conseguia aceitar isso. No tempo, aprendi a ceder ao olhar amoroso dos meus amigos, que nunca deixaram de mostrar por mim um afeto maior do que o que eu mesma nutria”.
Kelly também encontrou CL durante o primeiro ano no Benedictine College, mas “depois de alguns encontros de Escola de Comunidade parei de ir”. Quatro anos depois, já formada, sente falta daquela amizade forte vislumbrada no College, e é assim que se junta ao pequeno grupo de CL. Estavam trabalhando sobre uma palestra de Carrón aos vestibulandos. “Foi um modo totalmente novo de considerar a minha vocação, como uma abertura à realidade, a tudo o que Deus me mostra. De repente, percebi que tinha reduzido minha fé a uma ideia”.
Therese foi convidada para a Escola de Comunidade depois de ter deixado o convento: “No início, a proposta de Giussani para seguir o meu coração me pareceu egoísta. Nunca tinha pensado que, ao contrário, estar juntos daquela maneira preenchia a distância entre mim e Cristo que sempre experimentei”. Depois, veio Tom. Ele os encontrou quatro anos depois de ter lido O senso religioso em uma aula na universidade, em Dakota do Sul.
Bryce, que veio de Sacramento para Omaha para fazer Mestrado em Teologia, ficou perplexo com a ideia de um “Movimento dentro da Igreja”. Mas, depois, curioso por causa de alguns textos de Giussani que um amigo lhe enviara, foi a uma Escola de Comunidade. “Diante daquelas pessoas que viviam com tanta fé as dificuldades e as alegrias da vida, surgiu em mim uma simples pergunta: Como posso estar com Ele?”.
Justin, balconista de um bar, pede o número do telefone de uma das moças de um grupo e acabou sendo convidado para um jantar com a comunidade.
Depois, veio o New York Encounter 2013. Tom decide ir porque “encontrar estes amigos foi, para mim, o meu ‘instante de Zaqueu’, quando desci da árvore onde tinha subido”. Gerardo, responsável de um call Center, que tinha ido à sua primeira Escola de Comunidade poucas semanas antes, viaja para o Encounter e passa as noites trabalhando como guia na exposição sobre Chesterton.
Jessalyn comprou sua passagem aérea depois de ler o título do Encounter: “Experiência de Liberdade”, no site de CL. Foram meses em que diversos fatos em sua vida a fizeram se perguntar: “O que é a liberdade?” e foi em busca de uma ajuda a responder a isso. Na volta, diante de alguns fatos dramáticos, lembrou-se da carta de Joshua, lida no Encounter. “Se ele está livre vivendo na prisão, como posso me deixar definir pelas circunstâncias?”.
(Martina Carelli)
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón