De 7 a 11 de agosto nos encontramos nas praias de Choroní, na Venezuela: éramos cerca de 130 pessoas vindas de Mérida, Caracas, San Antonio, El Tocuyo, Humocaro, Barinas, e dois amigos que chegaram de Belo Horizonte, no Brasil, para passar juntos alguns dias de férias como fazemos há dez anos neste período.
Poesia e música. O título proposto foi “Como se faz para viver?”, e o desejo de dar uma resposta à pergunta se manifestou em tudo o que fizemos naqueles dias: desde a oração das Laudes até os jogos, passando pelas refeições na praia, as missas, as assembleias, os testemunhos... Como por exemplo aqueles de Rosalba, Carlos, Janeth e Martín, que contaram como vivem o matrimônio, ou enfrentam a crise econômica da sua empresa, ou, ainda, como vendem Huellas em uma repartição pública. Durante uma noite “cultural”, sempre carregando aquela pergunta, preparamos um percurso a partir dos Exercícios da Fraternidade, usando algumas poesias de Neruda e Pasolini e escritos de C.S. Lewis, Tolkien e Giussani, acompanhados por alguns vídeos de Mumford&Sons, U2 e Papa Francisco.
“Só posso dizer sim”. Um grupo de pessoas se dedicou previamente aos preparativos, com empenho e dedicação da parte de todos os envolvidos. Chegando a fazer as contas com os próprios limites. Como Camilla, que fazia tempo que não tocava mais violino, simplismente por alguma “lembrança ruim”, ou Madeleine, temerosa por ter de tocá-lo diante de tantas pessoas. E, no entanto, estavam ali, apesar de seus medos, executando junto com Valeria e Francisco um belo trecho que impressionou a todos. E justamente Francisco, um daqueles que preparou os cantos, ao voltar das férias escreveu estas palavras no Facebook: “É uma situação estranha a de me sentir tão grato, e não ter ninguém a quem agradecer. Para quem posso dizer? Para Leo pelas suas palavras, a sua condução, ou para cada um daqueles que estiveram nas férias pelo seu testemunho, sua disponibilidade, para aqueles que cantaram e tocaram para nos mostrar aquele aspecto da beleza divina? A quem agradecer por tudo isso? E, sobretudo, como? Quando você se sente pleno de alegria, e percebe que através de cada pessoa e de cada gesto acontece algo de valor inestimável, incalculável, e, além disso, é algo que você sabe não merecer, a única maneira possível para agradecer é dizer sim, dizer faça-se em mim segundo a tua palavra, deixando que o Verbo se faça carne e caminhe entre nós, deixando que através de nós passe também esta Presença. Eu me declaro testemunha de um modo diferente de viver, de uma humanidade que floresce, de uma ruptura com o modo de viver que paralisa. Isso eu vi e experimentei graças ao sim que os meus amigos dizem a esta Presença; consciente dos meus limites, peço a eles que me ajudem, que me ajudem a não perder de vista este ponto firme entre as ondas do mar. Obrigado”.
Experiência genial. E são também os mais novos que contam o que viveram durante as férias. Por exemplo, Rafael, “Rafo”, de 10 anos: “Nestas férias fiz uma experiência genial com vocês. Em Choroní fui procurar os meus amigos, a praia, mas buscando os meus amigos ou a minha felicidade, estou buscando Cristo porque Cristo é isso. Cristo não é a tristeza, a solidão, muito menos a morte. E acho que mesmo que se vá à missa todos os dias e se reze sempre, se a sua vida é triste e solitária, não é uma vida completamente com Deus como nos jogos, no ping pong, no futebol, nas nossas risadas, ou durante o último jantar... Tudo isso é obra de Deus, que caminha sempre ao nosso lado”. Durante as férias pudemos tocar com as mãos a mudança que investiu muitos de nós, pelo modo como estão enfrentando a vida e assumindo as responsabilidades. E, também, pela amizade que cresce entre muitos deles, capaz de gerar propostas que incidem no ambiente nos quais cada um se move, seja a casa, o trabalho, a escola, a cidade. Propostas que mostram pessoas que se deixam guiar, transfiguradas porque abraçam o fato que “Cristo nos primerea”, “Cristo nos precede”, como o Papa nos disse tantas vezes.
Janeth e Sabrina, Caracas
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