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Passos N.176, Dezembro 2015

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UMA VIBRAÇÃO DO CORAÇÃO

“É como um pedaço de gelo no qual arde uma chama”. Assim escreveu Vasily Kandinsky em 1925, o mesmo ano em que realizou este desenho a tinta no papel, hoje conservado no Metropolitan Museum de Nova York. Passou-se mais de 15 anos desde a sua primeira famosa aquarela abstrata de 1909.

A arte de Kandinsky tornou-se, aparentemente, mais fria e calculada: são os anos nos quais ensina na Bauhaus, a famosa escola alemã de arquitetura e design ligada ao racionalismo e ao funcionalismo. Também escreve um ensaio de teoria da arte intitulado Ponto, linha e superfície.

Este desenho é a perfeita exemplificação da sua intenção: deixar claro e puro uma dinâmica completamente real e humana. Esta dinâmica é a atração sofrida pela linha (nossa vida) por um ponto (o outro, o convidado inesperado). Algo que, como desmaterializados na representação de Kandinsky, produz, como ele mesmo tinha escrito, “uma vibração do coração”. E talvez as curvas que acompanham a trajetória poderiam ser lidas justamente como a representação desta vibração...

(por Giuseppe Frangi)

 
 

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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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