A gratuidade dos voluntários. É o título "vivo" do Encuentro DF, que tratou da visita do Papa, do trabalho, da missão
Num país em que a violência e as diferenças sociais impedem uma real integração, como se faz para dizer "Você é um bem para mim"? A nona edição do Encuentro DF, no Centro universitário Incarnate Word, da Cidade do México, dias 15 e 16 de abril, procurou responder. O encontro foi tomado pela mensagem que o Papa Francisco deixou na sua recente viagem ao México. Organizado pela Aventura Humana, o evento contou com mais de trezentos participantes.
Após a saudação do Reitor da Universidade, Matthew Whitehouse, a missão de introduzir o título coube a Eduardo Gonzalez, professor da Universidade Michoacana: a abertura para o outro não é só um imperativo moral, mas é antes de tudo expressão da ontologia da pessoa, verdade que é cada vez mais ignorada pelo subjetivismo exasperado da sociedade atual, mais semelhante a uma soma de egos do que a uma comunidade na qual "o protagonista é o nós, prolongamento do tu, do bem para todos".
Nicola Melchiotti, engenheiro-chefe dos empreendimentos da Enel Green Power no México e América Central, falou da experiência no seu trabalho. Inicialmente ele o encarou como uma evasão do seu pequeno povoado de montanha e como necessidade, mas depois descobriu o desejo de se expressar, de dar uma contribuição ao mundo. Girar e explorar não lhe bastavam mais, tinha a exigência de uma estabilidade e de pessoas com as quais pudesse construir. "Só a consciência da própria necessidade permite o encontro com a humanidade que nos é confiada", disse ao descrever a relação com os seus colaboradores. Além de uma palestra sobre os afrescos do Buon Governo de Siena, foram expostas duas mostras: uma dedicada a Dom Giussani ("Da minha vida à vossa") e a outra a São Junípero Serra, o evangelizador da Califórnia no século XVIII. Falando de Serra, Xavier Chaco Vázquez, jesuíta e especialista em história da América Latina, explicou o método usado por ele nas suas fundações: a povos nômades e guerreiros ensinou a cultivar e a construir, instruiu e batizou mostrando a beleza das igrejas barrocas e das aldeias, visíveis ainda hoje em Sierra Gora, no noroeste da Cidade do México.
No diálogo sobre a visita do Papa com a escritora Fanny del Rio, com o historiador Jorge Tralosheros e com o filósofo Guillermo Hurtado, destacou-se como a sua referência às chagas do país e o seu despertar da identidade desse povo comoveram e suscitaram o desejo de poder imitá-lo.
Os jovens e os adultos que se dedicaram gratuitamente à realização de todo o gesto do Encuentro testemunharam que o título desta edição é uma experiência viva hoje.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón