Yana, da Rússia, tem 19 anos e é protestante. Conheceu CL através de amigos ortodoxos. Aqui, numa carta, conta sua história
Meu nome é Yana, tenho 19 anos e sou protestante. Sou crente desde pequena e todos os meus amigos são cristãos. Alguns anos atrás, num acampamento de verão multiconfessional, conheci jovens ortodoxos maravilhosos. Num determinado momento, eles começaram a falar de alguns italianos do Movimento em quem pensavam sempre. Fiquei com medo que saíssem da minha vida, então pedi para ir junto com eles para conhecer esses amigos. No início, não entendia, então disse a um deles: “Não quero apenas ser sua amiga, quero participar dessa companhia”. Ele respondeu: “Você já está nessa companhia!”.
Para mim, é interessante quando Giussani fala dos protestantes. Na última Escola de Comunidade lemos um trecho onde diz que entre os protestantes “cada comunidade se concebe como autônoma”. Nesses casos, eu me pergunto: é verdade aquilo que ele diz? Nesse período, também me perguntei: que experiência me ajudou a entender o caráter do nosso carisma?
Eu me respondi assim: hoje as pessoas vivem cada uma por si, tanto no mundo quanto na Igreja. Percebi que não são só as comunidades que andam autonomamente, mas também as pessoas. Cada um é tão só que não se dá conta dos outros, como se a salvação fosse um problema apenas pessoal. E, assim, parece que fomos abandonados ao arbítrio do destino. Sim, tenho amigos, mas não há ninguém com quem falar seriamente daquilo que é importante: o eterno.
Porém, não! Há o Movimento. Uma experiência de unidade que me faz perceber a Igreja na sua plenitude. É isso o que me faltava e que me toca tanto em CL. A experiência dessa amizade tornou-se a minha vida.
E há ainda a experiência de percorrer juntos um caminho preciso, uma contínua formação da memória de Quem me salva e me sustenta. É-me comunicada uma experiência e, assim, eu também posso compartilhar a minha e, nisto, vejo a contínua ação do Espírito Santo na Igreja.
Agora, para mim, a experiência do Movimento está se tornando cada vez mais real porque dois dos meus mais caros amigos estão longe por motivos de estudo. E, para mim, Deus está presente na ausência deles, porque estou aprendendo a me confiar a Ele. Agora não tenho mais medo de perdê-los, porque o que nos une é mais do que uma amizade: é a experiência do milagre de viver a vida diante de Deus, juntos.
Também sou muito grata a Deus por ter na minha vida as amigas dos Memores Domini que, com sua vida, me lembram que é possível fazer memória de Deus de manhã, à tarde e à noite, permitindo-Lhe encher toda a minha vida de milagre.
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