No dia 7 de outubro o Brasil irá às urnas, em meio a uma realidade política confusa. O amargo confronto político resulta em uma atitude de desconfiança, senão de agressão, do eleitorado. Em outras partes do mundo, onde também foram realizadas eleições neste ano, a situação, por diversos motivos, é ainda mais grave: Egito, Rússia, Iraque, Colômbia, México, Venezuela…
Apesar de tons e nuances diferentes, todos esses cenários compartilham o mesmo pano de fundo: divisões radicais, ressentimentos profundos e cegueira ideológica. Posicionamentos esses que podem vir à tona em campanhas eleitorais, mas também podem estar presentes em nosso dia a dia. Existe uma outra maneira de olhar a realidade?
Há tempos estamos oferecendo nossa pequena contribuição para o que nos parece mais urgente também na esfera política, que é mais do que equilíbrios de poder ou soluções mágicas: recuperar a consciência de que o outro é um bem, redescobrir as razões profundas e não óbvias do bem que a convivência implica.
Essas são preocupações compartilhadas pelo próprio Papa Francisco, de quem, meses atrás, publicamos o precioso discurso de 1º de outubro na Praça do Povo, em Cesena (Itália), sobre a necessidade da “boa política”. Numa reportagem desta edição, colocamos alguns exemplos disto, partindo do que foi discutido no encontro promovido pela Companhia das Obras, em São Paulo, com o título: “Política & Esperança: um percurso do conhecimento”.
Pessoas que se colocam em caminho, “movidas pelo impulso do coração, sensível à voz do Espírito que anima os sonhos de vocês”, como o chamado que o Papa fez aos jovens e que pode ser lido nas próximas páginas, pois é uma indicação para todos nós.
Nesta edição você também vai conhecer mais sobre as sete reduções que floresceram no Rio Grande do Sul entre os séculos XVII e XVIII, e vai ter a chance de conferir o testemunho de padre Michiel Peeters, em missão na “sua” Holanda, que podemos chamar de pós-cristã: a terra que dava mais sacerdotes dispostos a partir pelo mundo, tornou-se agora árida na fé. No entanto, vemos algo novo acontecendo, ainda hoje.
Histórias que, como afirma padre Carrón, em outro artigo deste número, “nos mostram que Cristo está presente, pois é Ele que nos faz livres, felizes, e nos permite fazer uma experiência que de outra maneira seria impossível. Mas o método é 'siga-me!'. É pedido a você, que talvez seja o especialista da pescaria, mas não pescou nada a noite inteira, que confie e jogue as redes”.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón