Testemunho de Pablo Llano, Cesal
Pablo Llano é diretor da Cesal, ONG espanhola de matriz católica que opera na América do Sul e Central, África e Europa Oriental. Em relação às palavras que o Papa dirigiu aos representantes das ONGs de inspiração católica e ao Pontifício Conselho Cor Unum, disse que sempre fica maravilhado e confortado: “Por sua paixão pela dignidade do homem, pelo homem em si. No centro do nosso trabalho está a pessoa, não apenas com suas necessidades materiais, mas com todos os seus desejos e exigências, e não podemos nos colocar diante daquela pessoa sem nos sentirmos como ela”. Mas a caridade é uma prerrogativa cristã? “O Papa nos chamou a uma grande responsabilidade: ser testemunhas do amor pela vida, do amor e de Deus. Certamente, a caridade é um termo cristão: o mundo fala de solidariedade e nós, ao contrário, de caridade. Tudo aquilo que fazemos, os nossos projetos, nossas tentativas têm valor somente nesse sentido. Tomemos nossa obra na América Central onde todo ano, por exemplo, é preciso reconstruir vilas destruídas por furacões: muitos ajudam mas, muitas vezes, doam dinheiro sem conhecer as pessoas que estão ajudando. A resposta em si não é errada: eles precisam da casa porque a perderam, precisam do trabalho. Mas se não se responde a uma pessoa levando em conta sua família, seus vizinhos, sua comunidade, seu trabalho, seu desejo de melhorar na vida, a resposta que for dada se restringirá à necessidade mais imediata. A alternativa é colocar-se com o desejo de compartilhar a sua vida e responder, junto com ele, a todos os desejos que tem, como tendência, pelo menos. É uma resposta muito diferente”. Contra a lógica do mundo relativista, como sublinha Bento XVI... “Nesse setor ouve-se muitos discursos. Então, o fator de novidade é uma experiência em ato: que exista a possibilidade de uma coisa diferente, de uma experiência diferente, seja com uma só pessoa, com dez ou mais... Diante da força de uma experiência concreta, certas lógicas não se mantêm. Não são suficientes para a convivência, nem entre os povos nem entre mães e filhos. Essa é a nossa responsabilidade: dizer ao mundo aquilo que nasce de uma experiência assim”. Exemplos? “Os leitores de Passos conhecem bem o Meeting Point International na Uganda, e as outras obras da Fundação Avsi com as quais nós também colaboramos”. É um método possível para todos? “É preciso uma contínua “formação do coração”, como diz, ainda, o Papa. Não basta uma técnica, um projeto, um grande programa, mas uma formação que nasce do encontro com Cristo e que faz brotar a única sensibilidade que permite conhecer até o fundo as necessidades do homem”.
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