Depois da audiência de Bento XVI, dia 24 de março
Confiar em um amigo
Caro padre Carrón, em Roma, enquanto o Papa nos abençoava, dei-me conta de que meus três filhos também estavam ali – toda a minha família estava ali – e não porque eu ou meu marido os havíamos convidado, mas porque cada um deles tinha obedecido a um amigo. Tive a certeza de que eles eram “acolhidos”, a certeza de que eram “acompanhados” por um Outro, de que as orações a Nossa Senhora tinham sido atendidas por meio de pessoas precisas que os haviam conduzido até ali, como foi para mim o encontro com minha amiga Sílvia e a sua carta convite. No início, tinha decidido não ir porque não tenho o sábado livre e já teria que pedir o dia de licença para os Exercícios de maio. Mas quando, falando com minha amiga Sílvia, eu disse que não entendia concretamente o que significava “confiar-se” a Cristo, e ela me respondeu que isso passava pela obediência, pela confiança em um amigo, reconsiderei sua carta e pedi dispensa também naquele sábado por motivos familiares e comecei a convidar outras pessoas. Em segundo lugar, todas aquelas famílias, aos pés da escadaria, me comoveram, com seus filhos com deficiências graves, debaixo da chuva e do vento, realmente aos pés de Cristo, sendo eles mesmos sinal de Cristo, felizes mesmo na dificuldade, e eu, com as minhas míseras objeções e meus míseros problemas. E ainda, quando vi o Papa saudar um a um, fiquei agradecida, imensamente agradecida por ter o senhor como guia, como companhia ao meu destino e ao de minha família. Não posso deixar de agradecê-lo de todo o coração pela carta que nos enviou e pelo evento histórico do nosso encontro com este extraordinário Papa.
Valeria
Operários na praça
Na praça de São Pedro, em Roma, no encontro de CL com o Papa, estavam presentes oito operários da Siegling de Paderno Dugnano. Não participam do Movimento, não são abituès de sacristia nem beatos. Foram porque gostam do Papa Ratzinger. E bastou um convite! Suportaram uma viagem de duas noites num trem e horas de uma cansativa espera. Na volta, estavam todos contentes. O que dizer? Como diria Leopardi, na segunda-feira eles voltarão “ao trabalho de sempre”: inclinar-se para embalar e descarregar mercadorias, fazer entregas com o caminhão, brigar e se irritar no trânsito de Milão. É bem verdade que o verdadeiro cristão não é aquele que segue uma moral ou uma doutrina, mas aquele que vive a beleza de um encontro. Eu fiquei surpreso com a adesão em massa daqueles operários e me convenci de que se a pessoa não está disposta – nunca – a compartilhar aquilo que vive com os outros, quer dizer que ou aquilo em que acredita não tem nenhum valor ou ele mesmo não o tem. Assim, como dizia aquele velho louco de Erza Pound: “Se alguém nunca, em nenhuma circunstância, está disposto a propor as próprias idéias, significa ou que suas idéias não valem nada ou que ele não vale”.
Pippo,
Milão – Itália
Sorriso de criança
Caro padre Carron, acordamos eufóricos e cheios de preparativos para ir ao encontro com o Papa, mas também um pouco cansados porque tínhamos chegado a Roma na madrugada daquele sábado. Chegamos à praça de São Pedro apenas alguns minutos antes do início da cerimônia devido ao trânsito e à grande multidão que se encontrava na cidade. Tínhamos o ingresso para entrar na área de convidados estrangeiros, mas era tarde e estava tudo lotado. Naquele momento, veio-me um pouco de tristeza ao pensar que saí de tão longe para ver o Papa e não conseguiria nem ao menos entrar na Praça. Porém, logo depois, pensei no sentido da minha adesão àquele gesto, no meu “sim” àquela companhia, à Igreja, aos meus amigos que acompanhavam a cerimônia do Brasil e fiquei feliz por estar, ali, presente. Começamos a procurar um local e chegamos na Via da Conciliação, a grande avenida que acaba na praça de São Pedro, e os guardas estavam abrindo passagem com uma espécie de cavalete de ferro, e eu me agarrei, literalmente, a um, pensando em me “escorar” e proteger minha coluna para aquelas horas de pé. Estávamos muito longe da Praça e conseguíamos ver o que se passava apenas pelo telão. Eu observava as pessoas ao nosso redor: uma multidão de crianças, jovens, mulheres, homens, idosos, deficientes físicos. Pensei em como uma companhia assim era capaz de arrastar toda aquela gente, toda aquela diversidade de humanidade, num dia frio e chuvoso como aquele; pensei nas dificuldades e sacrifícios de cada um para chegar até ali, e tudo aquilo era realmente uma graça. Não bastasse toda essa maravilha, eis que acontece realmente o imprevisível, o extraordinário: de repente, atrás de uma curva de gente, surge o papamóvel com nosso querido Bento XVI. Meu coração saltou de alegria e de maravilhamento. O Papa passou bem à nossa frente com um rosto iluminado, um rosto cheio de paz, tranqüilidade, fé e amor. Tinha um sorriso de criança e uma certeza que comovia a alma. Fiquei impressionada com aquele momento e pensando que não era nem um pouco digna de merecer tamanha graça. Enquanto pensava nisso, eis o Papa novamente vindo em nossa direção, e parecia um sonho. Fiquei como uma criança diante da mãe. Fiquei diante do Pai com o coração cheio de alegria e paz. A cerimônia foi comovente, simples, bonita e totalmente correspondente ao meu coração, ao meu desejo, à minha liberdade. Mesmo debaixo de muita chuva e com muito frio, tinha algo que ardia dentro do meu coração, uma brasa, uma chama que, naquele momento, tive a certeza de que não se apagará porque Ele me ama e quer bem ao meu destino. Agradeço à companhia do Movimento que salva a minha miséria. Agradeço ao “sim” de Dom Gius e ao seu “sim”.
Fernanda,
Belo Horizonte –MG
Ao vivo, ao amanhecer
Alguns amigos da nossa Escola de Comunidade vieram à nossa casa para assistir a audiência com o Papa Bento XVI. Decidimos acompanhar a transmissão ao vivo e, assim, por volta das cinco e quinze da manhã as pessoas começaram a chegar. Começamos com a oração da manhã e, depois... café! Foi surpreendente ver tantas pessoas do Movimento reunidas na Praça de São Pedro, mas foi ainda mais extraordinário reconhecer alguns rostos entre a multidão. Vimos Jonathan, de Nova York, padre Albacete e nosso querido amigo Lorenzo, um seminarista da Fraternidade São Carlos Borromeu. Cantamos juntos muitas das canções que conhecíamos e ficamos emocionados com as belas leituras tiradas dos textos de Dom Giussani e com as palavras do Santo Padre. Durante a transmissão, muitas vezes eu olhava para fora da janela e via que a luz do dia iluminava progressivamente o céu. Lembrei-me das palavras do hino das Laudes: “A aurora resplende de luz...”. Este momento vivido juntos mudou todo o meu dia. Lembrei-me da riqueza presente dentro da Igreja e do carisma de Dom Giussani, e do fato de que eu pertenço a tudo isso e que isso mudou a minha vida. Graças a esse gesto, fui capaz de abraçar tudo aquilo que vivi naquele dia com uma alegria e uma certeza maiores. Meu sogro foi operado naquela manhã por causa de uma fratura no quadril. Seus rins e coração não estão em boas condições e não estávamos certos do resultado. No final do encontro, às oito da manhã, nos reunimos e rezamos uma Ave Maria por intenção de sua cirurgia. Depois, Bob e eu fomos visitar seu pai, e a enfermeira nos disse que a cirurgia tinha corrido bem. Fomos fazer caritativa com os imigrantes da cidade. Há algumas semanas houve uma fiscalização em uma fábrica e muitas famílias de imigrantes, a maior parte ilegais, logo sofreram as conseqüências. Muitos deles corriam o risco de serem deportados e, tendo perdido sua fonte de renda, precisavam de comida e de roupas. Uma das paróquias locais abriu suas portas e se transformou em um centro de doações para onde começamos a levar ajuda. Chegamos às 11 da manhã, e nos pediram para voltar à tarde com nossos carros para ajudar a transportar comida e roupas para uma outra igreja, onde chegam muitos imigrantes da Guatemala. Só na semana seguinte, descobrimos que Jane, a senhora que coordena os voluntários, naquele dia estava sobrecarregada de trabalho e não sabia como levaria as coisas para a igreja de New Bedford. Jane falou com padre Wilson – o sacerdote da paróquia local, a quem muitos dos imigrantes pediram ajuda – e ele lhe disse: “Não se preocupe, vamos rezar”. Ela nos disse: “Depois, vocês chegaram e foram um dom dos céus”. Quando li o texto de Dom Giussani “Familiaridade com Cristo” (in: Passos março 2007, p. 1; nde) entendi o que tinha me acontecido naquela manhã. Ao fazer memória daquilo a que pertenço, fui tomada, como dizia Dom Giussani, pela “certeza – cheia de gratidão, cheia de letícia e de perspectiva, por isso toda fecunda como ímpeto – e pelo pensamento da presença de Cristo”. Agradeço a Deus por pertencer à Igreja por meio deste Movimento, porque salva a minha vida todos os dias.
Sharo,
New Bedford – EUA
O desafio do Papa
Ferido pela Beleza. É este o sentimento que melhor descrevia meu coração enquanto voltava de ônibus de Roma, depois do encontro com Bento XVI. Ferido por uma beleza que enche o coração, tendo as palavras do Papa ainda ressoando nos ouvidos: “Ide por todo o mundo levar a verdade, a beleza e a paz que se encontram em Cristo Redentor”. Nunca alguém tinha me lançado um desafio tão grande, tão exigente, tão missionário. Vá a todo o mundo, começando pela escola e pelos amigos, levando a beleza de Cristo, a beleza de ser cristão, em um mundo que tenta fazer os cristãos se calarem porque são muito incômodos. O desafio que o Papa me lançou não é somente de levar a Beleza, mas, sobretudo, de buscá-la em cada particular da minha vida porque, se não faço experiência da Beleza, como posso testemunhá-la? Na praça de São Pedro, experimentei uma unidade com as 100 mil pessoas ali presentes como nunca havia me acontecido. Cem mil pessoas também podem ser vistas nos estádios, num concerto, mas nós, que estávamos na praça de São Pedro, éramos um povo à espera daquilo que o Papa iria nos dizer, iria me dizer. Uma espera que, para mim, foi pedido de felicidade, uma espera caracterizada por uma simplicidade de viver, de cantar juntos, aquela mesma simplicidade à qual Dom Giussani nos educou, ele, que era o primeiro a “vibrar” diante de uma coisa bonita. Tudo isso poderia parecer uma sensação capaz de durar no máximo algumas horas, talvez alguns dias, mas, para mim, foi uma verdadeira e própria experiência que guardarei como um tesouro. Peço a Nossa Senhora que o grito que meu coração lançou em Roma torne-se paradigma para minha vida, meu cotidiano no estudo, nas amizades e na família.
Francesco,
Bolonha – Itália
Pesca milagrosa
Quero agradecer por esta ocasião que vocês me proporcionaram, em que pude ver onde a potência de uma companhia pode chegar. Diante daquela enorme potência, que só Deus pode operar, vi o meu nada que avança, exatamente como Pedro diante do sucesso de uma pesca milagrosa! Comigo também foi assim! A única coisa que pedi a Cristo é que eu não perca aqueles rostos que me acompanharam até ali. Gosto de todos vocês, do menor ao maior, assim como são. Até agora, a única coisa que tenho em mente é aquele Homem, o rosto do Papa e de Dom Gius, que me olhou, e a companhia que me acolheu e me acompanhou até ali. Só posso agradecer.
Rose,
Kampala – Uganda
Milagre da comunhão
Quando cheguei à praça de São Pedro, em Roma, totalmente lotada de pessoas que vivem a mesma experiência de fé que vivo, fiquei profundamente comovido! Era a prova inequívoca do milagre de nossa comunhão e do dom que Deus nos deu por meio de Dom Giussani, e, naquele dia, confirmado pelo Sucessor de Pedro. Estar lá era e é reconhecer um povo novo que somos, dando testemunha ao mundo da Presença de Cristo na História, em minha história. Fiquei bem próximo ao Papa, junto de outros amigos brasileiros, portugueses e tchecos, pois nossos amigos italianos reservaram os melhores lugares para quem veio de mais longe. Com a vinda do Papa ao Brasil, neste mês de maio, tenho a certeza de que poderemos reviver um pouco a mesma experiência do histórico e inesquecível 24 de março de 2007.
Caio César,
Salvador – BA
Um povo em movimento
Caro padre Julián, o Santo Padre colocou em evidência exatamente um ponto que, há 26 anos, continua a maravilhar-me: o cristianismo finalmente não é mais algo opressor, mas, por meio da beleza e da verdade, dá liberdade e reacende no coração o desejo de Cristo. Também tocou-me bastante o fato de você ter reforçado a necessidade de sermos mendicantes, que se exprime pelo grito: “Doa-me um coração de carne!”. Quando cheguei, de manhã, na praça de São Pedro, encontrei uma das pessoas que marcaram o caminho de minha família: Rose. A ocasião de revê-la foi um dom inesperado, um sinal da riqueza da história que vivemos no Movimento. Depois, o gesto em si: poder rezar as Laudes daquela maneira, junto com 100 mil pessoas, foi uma demonstração de que um povo nasce a partir de uma atração. Não um exército disciplinado, mas uma comunidade que, rezando, escuta. Bastante incomum. Tanto as leituras que precederam a audiência, como encontrar muitos amigos de todo o mundo que marcaram o meu caminho, me fizeram lembrar da minha história no Movimento. Minha mulher comentou: “De repente, entendi que a minha vida não é mais separável desta amizade que a constrói e a plasma. A ela devemos nossa vocação”. Éramos em 300 alemães e muitos outros acompanharam o evento pela televisão. Muitos viajaram conosco pela primeira vez. O grupo mais numeroso era o dos colegiais que vieram de ônibus com padre Romano, Sabina, Ute, padre Francesco e outros. Os meninos estavam muito comovidos e eram um exemplo para nós. Para eles, a longa viagem de ônibus, animada por orações, cantos e risadas, foi uma peregrinação no verdadeiro sentido da palavra. Os de Eichstätt voltaram às 3 da manhã do domingo. Uma das meninas, no dia seguinte, saiu da cama sem problemas porque queria muito ir para a escola para contar aos colegas sobre a beleza que tinha vivido. Havia um outro grupo grande de enfermeiros de Friburgo que tinham convidado todos os colegas de hospital. Somos profundamente gratos ao Papa porque nos ajuda a olhar Aquele que é o sujeito dessa novidade em nossa vida.
Martin,
Eichstätt – Alemanha
As exigências do coração
“Mãe, todas essas pessoas fazem parte de Comunhão e Libertação?”. A multidão que não pára de chegar à praça de São Pedro arranca uma interrogação de admirada de Anne-Claire, de 12 anos. É verdade que o espetáculo é impressionante. Outra surpresa para a menina: no primeiro setor, exatamente na frente do palco reservado para o Papa, reconhece os rostos amigos da comunidade francesa de CL, parisienses familiares para ela, mas também pessoas que conheceu durante as férias de verão organizadas pelo Movimento. E exclamou, espontaneamente: “Mãe, como é bonito encontrar os próprios amigos”. Duas observações muito simples suscitadas pela capacidade de observação de uma menina de 12 anos. O que nos moveu a fazer uma viagem tão cansativa para passar apenas algumas horas na Praça, debaixo de chuva, não conseguindo ver do Papa mais do que um vulto branco? É difícil dar uma resposta coletiva a essa pergunta, mas foi impressionante observar a multidão reunida no dia 24 de março: era uma multidão em “comunhão”, voltados a um encontro. Desde a atenção rigorosa mostrada por todas as pessoas mobilizadas para o serviço de ordem, até a serenidade imperturbável de um coro que a chuva banhou lenta e sistematicamente durante toda a manhã, cada gesto tinha um significado: nunca percebi tanto a educação que recebemos de Dom Giussani no sentido de viver profundamente a organização, porque ela está a serviço da beleza e da humanidade de um gesto. Essa “tensão” manifestou-se de modo particularmente espetacular quando toda a multidão reunida na praça de São Pedro começou a rezar as Laudes. Então, escutar, depois, as palavras de Dom Giussani, ouvir sua voz e ver seu rosto na tela não tinha nada de sentimental. Cada pessoa presente tinha uma história pessoal com ele – de modo direto, como nos lembrou padre Carrón, ou muito indireto, como aquele parisiense convidado por uma amiga do Movimento que veio sem conhecer praticamente nada sobre Dom Giussani. Para muitos de nós, foi por intermédio dele que Cristo veio ao nosso encontro, mudando o curso de uma vida comum para continuar, a cada instante, a nos arrancar do vazio das coisas. Elena, da comunidade de Paris, disse, sobre o encontro em Roma: “Nunca ficou tão claro para mim o quadro de Caravaggio, a Vocação de São Mateus, onde se vê Cristo se aproximar de São Mateus na mesa onde realizava seu trabalho de coletor de impostos, apontar a mão para ele, que recebe com admiração aquele chamado. Também nunca me senti tão pessoalmente chamada”. Chamados a quê? O Papa, muito distante do fim puramente institucional de uma organização que quer arregimentar suas ovelhinhas ou confiná-las em um dogmatismo que teme a realidade, nos pediu para ajudá-lo. Apoiá-lo na realização da responsabilidade que lhe foi confiada. O seu apelo na praça de São Pedro não é diferente do de Cristo quando pediu aos Apóstolos que rezassem com ele no Monte das Oliveiras. E quando Ele voltou, eles estavam dormindo, até eles, que tinham abandonado tudo para segui-Lo porque ficaram fascinados pela sua humanidade extraordinária, o abandonaram em sua solidão. Como fazer para não adormecer quando voltarmos à vida cotidiana? É a pergunta que se coloca para muitos de nós, mesmo para aqueles que não foram a Roma ver o Papa, mas que perceberam que esse acontecimento tem uma importância particular para a nossa história. Na carta endereçada a todo o Movimento, padre Carrón escreveu: “Todos nós fomos testemunhas daquilo que Cristo pode fazer, se nos deixamos atrair por Ele. É a Sua atração, de fato, que se demonstrou vencedora mais uma vez. Mas toda esta beleza não bastaria, se ali não estivesse o eu de cada um de nós, disponível a deixar-se arrastar por ela até o reconhecimento de Cristo presente. Foi novamente a Sua beleza, auxiliada pela simplicidade do coração, a gerar o povo que todos viram em Roma. Obrigado, amigos, pelo testemunho que me deram!”. Repensando naquilo que aconteceu em Roma, nas últimas Escolas de Comunidade e nos encontros da Fraternidade vividos desde então, valorizo ainda mais a importância daquele “eu disponível a deixar-se arrastar pela beleza”. É a Ele que quero oferecer todas as ocasiões de estar plenamente presente na realidade, para vivê-la a cada instante pedindo aquilo que existe de mais belo, de mais verdadeiro, para experimentar cada vez mais esta “Vida nova” que mora no coração das nossas vidas. Pessoalmente, voltei a Roma com o desejo de escutar cada vez mais os desejos do meu coração, de não sufocá-los sob o peso dos hábitos e, muitas vezes, das dúvidas e dos sofrimentos.
Pauline,
Paris – França
Total familiaridade
Ao ser indicada para ir à audiência com o Papa pelos 25 anos da Fraternidade de CL, fiquei alegre e ao mesmo tempo assustada. No entanto, Marina (minha filha) e Mirtes (minha fraterna) foram importantes para minha decisão de enfrentar, inicialmente, este desafio. Depois, outros amigos me tranqüilizaram e entreguei todo o resto a Nossa Senhora. A viagem toda eu fui presenciando a pessoa de Cristo e a ajuda de Nossa Senhora em tudo que me acontecia. Presenciei a beleza no encontro com o Papa e, olhando aquela multidão, foi como se fosse a mesma multidão que encontrava Jesus, carregando suas esperanças, assim como eu carregava as minhas e as dos amigos. Com o mesmo estupor olhei a Capela Sistina, a Santa Ceia de Leonardo da Vinci, as pinturas de Caravaggio, a Basílica de São Pedro, e tantos outros lugares que, como me disse padre Giorgio, “são para fortalecer a nossa experiência”. Rezar diante do túmulo de Dom Giussani e de João Paulo II foi também uma experiência de proximidade, de estar sendo acolhida, que me deram uma certeza que não sei explicar, mas que sou grata. Estar com pessoas que vivem a mesma experiência que eu fez toda a diferença nesta viagem: na casa da Michele e do Luigi que me hospedaram rezávamos o terço todas as noites, assisti as missas celebradas pelo Giorgio, rezei o Angelus diante do Santíssimo na Basílica de São Pedro com a Michele e o padre Douglas, e com o Marco fui visitar o túmulo de Dom Giussani. Toda aquela beleza não foi vista superficialmente, mas com o coração. A experiência de oração foi muito forte. Cada acontecimento era reconhecido como graça em resposta às minhas orações e as dos meus amigos, e eu agradecida rezava novamente. Ao ler o texto Familiaridade com Cristo entendo que esta atenção, o reconhecer Cristo em todos os momentos, nas pessoas, só pode ser o início dessa familiaridade.
Regina,
Brasília – DF
Credits /
© Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón