COSTA RICA
Uma semente que brotou em um pedacinho de terra
Em janeiro, na Costa Rica, é tempo das férias de verão. Na casa de Diego Viquez também estão sendo fechadas as últimas malas. Ele, a mulher e o pequeno filho irão às Montanhas Heredia, no norte do país. Esperando-os, cerca de vinte amigos de diversas cidades: Miramar (costa do Pacífico), San Vito de Coto Brus e San José, a capital. “Depois de dois anos fazendo Escola de Comunidade em nossas cidades, nasceu em nós o desejo de nos encontrarmos e nos conhecermos melhor, compartilhando algum tempo juntos”, conta Diego, sociólogo de 42 anos.
Para a ocasião das férias chegaram também Carlos Fernandez Arteaga, que vem de San Salvador para encontrá-los periodicamente, e Jesús Carrascosa, visitor de alguns países da América Latina. Concentradas em um fim de semana (de 15 a 17 de janeiro), elas marcaram um passo importante: “Tornou-se evidente que o Movimento não pode ser apenas fazer reuniões, mas sempre gera uma vida, e que a Escola de Comunidade é essencialmente uma comunhão”, explica Carras.
Entre as paredes da casa de montanha, colocada à disposição por padre Fernando Muñoz para as férias, essa nova vida tomou inesperadamente um caminho, não dando importância às diferenças de classe social, idade ou profissão. “Somos um grupo realmente heterogêneo”, conta Diego. “Somos professores universitários, aposentados, padres, homens de negócios, estudantes, crianças e pessoas com histórias difíceis.” Como Joan e Victor, que saíram das drogas graças à Comunidade Encontro, de padre Gelmini, em San Vito, onde a amizade estreita com o casal de italianos Stefano e Patrizia, que trabalham no Centro há anos, os conduziu até as férias.
Uma unidade impensável está diante dos olhos de todos, e torna-se ainda mais transparente nos vários momentos organizados para as férias. Uma assembleia sobre o artigo de Natal de padre Julián Carrón gera tal quantidade de perguntas que faz com ela dure horas; o passeio pela vegetação maravilhosa torna-se ocasião para aprender a canção Non Nobis; a preparação da comida envolve todos, enquanto Carras, no fogão, ocupa-se da preparação das três corvinas que acabaram de pescar.
Para Diego, tudo isso é uma verdadeira surpresa, ele, que há 24 anos, durante seu curso de filosofia, leu a edição em espanhol da revista 30Dias e se apaixonou por um “certo” Dom Giussani e por sua ideia sobre liberdade: “Durante anos cultivei sozinho o interesse pelos textos de Dom Giussani, até que peguei o telefone e liguei para o Centro Internacional de CL, em Roma”. Do outro lado da linha estava Carras que o colocou em contato com amigos de outros países da América do Sul. Por meio de e-mails e visitas, telefonemas e encontros, cresceu em torno de Diego uma rede de amizades que, como ele diz, “parece saída do nada, eu apenas mantive durante anos o desejo”.
E é este pensamento que passa por sua mente enquanto olha os carros em caravana no caminho de volta. “Nasceu um povo”, reflete Diego enquanto dirige. “Nosso esforço foi mínimo, o empenho é todo de um Outro.”
Na realidade, a nova comunidade da Costa Rica já toma suas próprias iniciativas: Diego e seus amigos estão planejando seu primeiro encontro público, que acontecerá na primavera, na Universidade Católica de San José. O título, “Os cristãos na vida pública”, soa como um desafio em um país onde a prática religiosa é bem alta, mas existe como que um abismo entre a fé e a experiência. “Para dizer a verdade, já fizemos uma primeira tentativa nessa direção, quando nas últimas eleições publicamos um panfleto dando um juízo. Nós o distribuímos enfrentando a indiferença geral, e foi uma verdadeira surpresa quando o vimos publicado em alguns jornais”, explica Diego. Naquele pedacinho de terra da América Central, o que parecia apenas uma semente já começou a dar seus frutos.
(por Anna Leonardi)
UNIVERSITÁRIOS RIO E SÃO PAULO
O que satisfaz a vida?
Essa foi a frase que deu início às férias deste ano do grupo de universitários e jovens trabalhadores de CL do Rio e de São Paulo. Realizadas entre os dias 5 e 7 de fevereiro, no Sítio Santo Agostinho, no Rio de Janeiro. No primeiro dia, padre Julián de La Morena celebrou uma missa junto com padre Paulo Romão e, logo após o jantar, eles realizaram uma assembleia que iniciou com alguns testemunhos. Vimos “humanidades mudadas a partir do sim à realidade que Cristo nos propõe”. Entre os jovens que falaram estavam Lucas, de Aracaju (estudante de História), que contou sua experiência de iniciar um grupo de Escola de Comunidade na faculdade, e Leandro, do Rio (estudante de Odontologia), que, diante das dificuldades ocorridas no último semestre com o curso, perseverou no seu “sim” a Cristo.
No segundo dia, após o café da manhã e a oração das Laudes, padre Julián fez uma pequena introdução das férias com mais uma provocação: “O que estamos dispostos a sacrificar para responder a esta pergunta?”. Em seguida, foram realizadas as brincadeiras (Rio x São Paulo), regadas à piscina, muito sol, churrasco e competição, é claro. Aos poucos, a disputa nas brincadeiras parecia menor do que a alegria de passar um tempo juntos. O tempo livre era para descansar e refletir sobre a proposta feita para aqueles dias, sozinho ou em grupo. À noite, foi organizada uma festa à fantasia com um Show de Talentos, e o encerramento das brincadeiras.
Finalizando as férias na manhã de domingo com missa e assembleia, padre Paulo retomou o texto que foi trabalhado com os universitários. Foi um momento para compartilhar perguntas, experiências e retomar o sentido destes poucos e belos dias juntos.
Um fato marcante destes dias foi a explicação do tema “o que satisfaz a vida?” a partir de uma pintura de Portinari, representando duas crianças brincando e um cordeiro entre elas olhando para a lua. A estudante Jéssica, do Rio de Janeiro, falou da escolha da imagem, identificando que as crianças somos nós, que muitas vezes não nos damos conta da beleza e o cordeiro olhando para a lua, ele sim percebe a Beleza. Fomos chamados a entender que nada fica de fora da realidade, e dentro daquele quadro de Portinari, como no rosto dos amigos que estiveram ao nosso lado naqueles dias, podemos nos dar conta da presença de Cristo.
(por Karen Luna)
Credits /
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón