Passos N.73, Junho 2006

DESTAQUE - O BATISMO

Gestos do Rito Batismal

Trechos do Catecismo da Igreja Católica.

O sinal da cruz, no início da celebração, exprime o timbre de Cristo sobre aquele que está para lhe pertencer e significa a graça da redenção que Cristo conquistou para nós por meio da sua cruz.

O anúncio da Palavra de Deus ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembléia, e suscita a resposta da fé, inseparável do Batismo. De fato, o Batismo é de um modo todo particular “o sacramento da fé”, porque marca o ingresso sacramental na vida de fé.

Como o Batismo significa a libertação do pecado e do seu instigador, o diabo, é pronunciado um (ou mais) exorcismo(s) sobre o candidato. Ele é ungido com o óleo dos catecúmenos, ou o celebrante impõe sobre ele a mão, e ele renuncia explicitamente a Satanás. Assim preparado, pode professar a fé da Igreja, à qual será “confiado” por meio do Batismo.

A água batismal é consagrada mediante uma prece de Epiclese (ou no próprio momento ou na noite da Páscoa). A Igreja pede a Deus que, por meio do seu Filho, a força do Espírito Santo desça sobre aquela água, de modo que todos os que forem batizados “nasçam da água e do Espírito”.

Segue-se o rito essencial do sacramento: o Batismo propriamente dito, que significa e opera a morte ao pecado e o ingresso na vida da Santíssima Trindade, pela configuração ao Mistério pascal de Cristo. O Batismo completa-se do modo mais expressivo, por meio da tríplice imersão na água batismal. Mas desde a antiguidade pode também ser conferido derramando-se, por três vezes, água sobre a cabeça do candidato.

Na Igreja latina, essa tríplice infusão é acompanhada das palavras do ministro: “N., eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Nas liturgias orientais, enquanto o catecúmeno se volta para o Oriente, o sacerdote diz: “O servo de Deus, N., é batizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. E enquanto invoca cada pessoa da Santíssima Trindade, mergulha-o na água e o levanta.

A unção com o sagrado crisma, óleo perfumado consagrado pelo Bispo, significa o dom do Espírito Santo oferecido ao novo batizado. Ele se torna um cristão, ou seja, alguém “ungido” com o Espírito Santo, incorporado a Cristo, que foi ungido como sacerdote, profeta e rei.

Na liturgia das Igrejas orientais, a unção pós-batismal constitui o sacramento da Crisma (Confirmação). Na liturgia romana, ela anuncia uma segunda unção com o sagrado crisma, que será realizada pelo Bispo: isto é, o sacramento da Confirmação, o qual, por assim dizer, “confirma” e completa a unção batismal.

A veste branca significa que o batizado se “revestiu de Cristo”: ele ressuscitou com Cristo. A vela, acesa no círio pascal, significa que Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os batizados são “a luz do mundo”. O novo batizado é, agora, filho de Deus no Filho Unigênito. Pode dizer a oração dos filhos de Deus: o Pai-nosso.

A primeira Comunhão Eucarística. Tendo se tornado filho de Deus, revestido com a roupa nupcial, o neófito é admitido no “banquete das núpcias do Cordeiro” e recebe o alimento da vida nova, o Corpo e o Sangue de Cristo. As Igrejas orientais conservam uma viva consciência da unidade da iniciação cristã ao administrar a santa Comunhão a todos os neo-batizados e confirmados, inclusive às crianças pequenas, recordando a palavra do Senhor: “Deixem que as crianças venham a mim, e não as impeçam”. A Igreja latina, que permite o acesso à santa Comunhão só àqueles que atingiram a idade da razão, evidencia que o Batismo introduz à Eucaristia ao aproximar do altar a criança recém-batizada durante a recitação do Pai-nosso.

A bênção solene conclui a celebração do Batismo. Por ocasião do Batismo dos recém-nascidos, a bênção da mãe ocupa um lugar de destaque.