Na nossa cultura convivem dois modelos de vida
que são aparentemente contraditórios, mas que, de
fato, mostram-se complementares. De um lado o modelo
da eficiência e da produtividade, segundo o qual o
que vale é o que produz, e tudo o mais não interessa. De
outro lado o modelo da facilidade: o que vale é o que é
mais cômodo e mais fácil.
Em ambos os casos, as pessoas com deficiência não
têm valor. Não somos tão brutais como o nazismo, quando
as pessoas deficientes eram eliminadas, mas no fundo,
com um pouco mais de “sutileza”, usamos o mesmo
procedimento: julgamos que seria melhor se não nascessem
ou então tentamos escondê-los e afastá-los da
convivência normal, pois nos incomodam.
Para nós cristãos, todo ser humano, desde a sua concepção
até a sua morte, é dotado de um valor absoluto,
porque todo homem é querido por Deus e amado por
ele. Mas surge a pergunta: por que Deus permite isso?
Qual é o significado da presença destas pessoas? Aquela
criança ou aquela pessoa com deficiência é o sinal
misterioso da presença de Deus entre nós.
O tema da campanha de fraternidade diz: “Levantete
e vem para o meio”. Essas pessoas são as mais importantes
em nosso meio, pois nos ajudam a olhar para Deus.
Conviver com elas suscita a dor que dá significado ao
amor e que é o caminho da felicidade e da vontade de
viver. O próprio Jesus percorreu este caminho de cruz
e ressurreição. Peçamos ao Senhor, nesta quaresma, que
nos ajude a colocar estas pessoas no centro de nossa
vida e da comunidade paroquial.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón