De 25 a 29 de janeiro foram realizadas, em Florianópolis, as férias dos adultos das comunidades de Comunhão e Libertação das regiões de São Paulo e Sul do país. Dias marcados pela beleza do encontro, dentro das circunstâncias mais humanas possíveis. Uma oportunidade para que o carisma de CL fosse manifestado, em diferentes rostos, de diferentes comunidades, convergindo para o mesmo ponto: Cristo.
A rotina era intensa, com passeios, palestras e apresentações musicais. Pequenos testemunhos foram preparados, como amostra da dimensão tomada pelo acontecimento.
“Não foi a primeira vez que fui chamada a ser responsável pelas músicas durante uma viagem de Férias do Movimento. Porém, o que poderia ser mais um momento em que apenas se faz o que é pedido, tornou-se pra mim experiência de beleza, liberdade e unidade como há muito eu não vivia! Eu não esperava viver a responsabilidade do canto em companhia. E, no entanto, tal companhia me foi dada. Um imprevisto ao qual tive que me render! E isso foi uma imensa graça! Na última noite chegamos a retomar o motivo pelo qual estávamos ali. O motivo de cantar e pra quem cantar. E neste momento pude fazer memória do padre Virgílio, a pessoa por quem eu disse ‘sim’ ao canto. Foi ele quem me falou que eu tinha de pensar em Cristo quando cantasse e oferecer o canto e minha voz a Ele. O tema destas férias transformou-se em experiência, a mais carnal e concreta possível. Vivi estes dias repleta de alegria e gratidão.”
Carol, São Paulo – SP
“Para mim essas férias foram um acontecimento, uma novidade. Primeiro por serem minhas primeiras férias com os adultos, em um momento em que sentia a necessidade de amadurecer a experiência do Movimento em minha vida. Com o passar dos dias, agradecia a Deus por estar naquele lugar com meus amigos, pois me fez perceber o quanto é grande o que Dom Giussani nos ensinou. Segundo, em relação às músicas, pela disponibilidade e pela simplicidade com que foram preparadas, tanto no lual, nas assembléias, nas missas, ou com as crianças. Foram preparadas, realmente, para expressar aquilo que vivo. E, por fim, voltei com o desejo de estar mais atento, de viver no dia-dia o que vivi naqueles dias. ‘Toda questão é ficar atento ao imprevisto que acontece todos os dias e deixar-se tocar por ele.’ Para mim, essa frase do Carrón marcou muito. Mesmo nas dificuldades, quero retomar essa frase, pois estar atento a isso é o que me faz estar mais vivo, mais relacionado com Cristo. E se não fosse pelos meus amigos, por essa companhia, teria sido só um momento de descanso.”
André, São Paulo – SP
“Minha experiência este ano nas férias foi inovadora. Tudo realmente era bonito, sejam as praias, as paisagens, as trilhas – pesadas para muitos –, e quando ainda sobrava algumas horas, acontecia a surpresa: a beleza da experiência dos nossos amigos Marília e Vinícius ao apresentarem suas músicas comoventes, a apresentação da fascinante mostra da Rosa Branca, e ao falar de si por Si... tudo convergia para Cristo. Fato notável! Então, como ser reativo mediante tantas solicitações práticas do dia-a-dia, diante do Ser? Aquilo, comparando, está presente no meu dia-a-dia (atividades, responsabilidades, etc.). Mas, diante de uma amizade que me ensina, me corrige e me ajuda a olhar tudo com sentido, é impossível escolher viver pelas pequenas coisas. Somos feitos, de verdade, para o Infinito, para toda aquela beleza vista e vivida até por meio dos sacrifícios que nos eram pedidos. Como isso é possível? Vivendo com letícia. Não entendia tão bem isso antes, mas agora sei que é verdade. É possível a letícia, a totalidade!”
Waltson, São Paulo – SP
“As férias iniciaram-se para mim em novembro do ano passado quando começamos a organizar esses dias. Tinha um grande desejo de que os dias de férias juntos fossem ocasião de aprofundar a nossa amizade e o nosso relacionamento com Cristo. Pensar nas férias era pensar em rostos muito precisos e amigos muito queridos. Então, todo o enorme trabalho foi vivido com uma grande liberdade. Pessoalmente, foi ocasião para estreitar alguns relacionamentos e experimentar uma unidade que seria humanamente impossível se não fosse por reconhecer aquilo que nos une: Cristo. Fiz a experiência de aprender muito e fiquei cheia de gratidão, pois a mim foi dada a graça de experimentar algo que corresponde ao meu coração mais do que eu mesma (sozinha) poderia imaginar! A beleza dos dias, os passeios, as músicas, as assembléias e o texto abriram o meu horizonte diante de tudo o que aconteceu e acontece. Saí de lá mudada, e essa mudança tem impacto no meu cotidiano, no meu trabalho, com as pessoas que encontro diariamente; me obriga a olhar todos os dias para esse Acontecimento (com ‘A’ maiúsculo). Depois de fazer uma experiência grande de beleza, o meu coração não se contenta com menos do que vivi.”
Ana Lúcia, São Paulo – SP
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Uma paternidade que se alarga
Gostaria de contar um pouco como foram as férias para nossa família em Florianópolis.
De quatro que somos, estávamos em sete, com mais três crianças, ou melhor, adolescentes: um de 15 anos, dois de 13, um de 12 e outro de 11, sendo duas meninas e três meninos.
Além da minha sobrinha, os outros meninos são filhos de uma amiga. A família não podia ir, mas como eles queriam muito, nos prontificamos a levá-los.
O César ficou com os meninos em um quarto e eu fiquei com as meninas em outro. Logo que chegamos perguntei para elas o que queriam: ser felizes ou fazer o que queriam? A resposta rápida de minha sobrinha foi que era fazer o que queria. Perguntei como ela ficava quando fazia por muito tempo o que queria e ela me respondeu que ficava logo cheia e procurava outra coisa para fazer. Então repeti a pergunta e pensando melhor me responderam que queriam ser felizes. Falei, então, que elas poderiam fazer tudo, brincar, passear, dormir, comer, etc., mas que também teriam que ir a Missa, pois era o gesto que dava significado do porquê estávamos ali. Nossa amizade passava pela missa.
Para mim foi surpreendente, quando no primeiro dia os adultos estavam reunidos no salão no final da tarde, e quando se abriu a porta para entrarem todos, lá estavam os cinco prontinhos para assistirem a missa e foi assim todos os dias, sem precisar brigar para parar alguma coisa que faziam para irem lá.
Depois, na praia da Ilha do Campeche, no primeiro passeio, os cinco ficaram uma hora pegando conchinha e levando na mão do César. Como nossos filhos precisam desta atenção, de gastarmos tempo com eles para se darem conta da nossa experiência. Cesana dizia no Encontro de Responsáveis do ano passado, que precisamos ter amigos que cuidem dos nossos filhos, pois quando entram em conflito conosco, o pai do amigo será quem o adolescente escutará.
Quando voltamos, a mãe dos meninos me ligou e estava muito grata, pois nunca ninguém ficou com os filhos dela assim. Estar de férias e cuidar dos filhos dos outros, como ela dizia, é um acontecimento para ela e para os meninos, que voltaram muito felizes para casa.
Nossa família também voltou muito feliz. Gostamos de ter mais filhos por alguns dias e eles também gostaram de ter mais irmãos.
Esta disponibilidade só acontece dentro de uma companhia que sustenta e procuramos
cada vez mais viver a vocação como chamado, hoje, daquilo que o Senhor quer de nossa vida.
César e Bete, Campinas – SP
Credits /
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón