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Passos N.68, Dezembro 2005

CARTAS

Cartas

Na Terra Santa
Caro padre Julián, acabei de voltar da Terra Santa. Foi uma experiência importante! Foi uma descoberta contínua, uma confirmação contínua. Mas vamos por ordem. No dia 20 fiz o exame de ressonância magnética. Tenho esclerose múltipla há 10 anos, desde os meus 18 anos. Dia 25 fiquei sabendo do bom resultado: a doença estacionou! Depois de anos verdadeiramente pesados, de grandes crises (não caminho mais sozinha há dois anos), tive finalmente uma boa notícia. Como diz Dante no Hino à Virgem: “se antecipa ao pedido!”. Eu ainda nem havia partido, e a Graça já me envolvia! Em seguida, aconteceu a viagem junto com Bonny, uma grande amiga. Tudo começara com o nosso desejo, compartilhado com minha tia, de ir à Terra Santa, mas não pensávamos que tudo fosse acontecer tão rápido: e agora partíamos junto com meu irmão, minha tia, duas amigas da sua casa, mais três da casa de Modena... e outras 300 pessoas do norte da Itália! Digo as três coisas que mais me impressionaram: 1º) Num dos primeiros dias, padre Lírio, que guiava a peregrinação, na missa em Cafarnaum, celebrada na igreja construída sobre os restos da casa de São Pedro, falando da relação de Pedro com Jesus, disse uma coisa verdadeiramente libertadora para mim: “A moral cristã consiste em dizer: ‘Sim, Cristo, tu sabes que te amo’”; 2º) É impressionante ver como o cristianismo, a salvação do mundo, nasceu literalmente em “buracos”: a gruta de Nazaré, a de Belém e o Santo Sepulcro, onde se entra agachado. Na fila eu pensava: “Preciso me lembrar de todos os meus amigos que me pediram para rezar por eles aqui”. Em seguida entrei e senti uma alegria muito grande de estar ali, debrucei sobre a pedra, deitei sobre ela, beijei-a e murmurei: “Sim, te amo, mantenha-me contigo”; 3º) A Via Crucis até Jerusalém. Antes de começar, durante a missa, padre Lírio disse que há dois modos de fazer a Via Crucis: ou sentimentalmente, ou rezando. Percebi o quanto eu era privilegiada; era evidente que o meu modo não podia ser sentimental, pois eu fazia a Via Crucis numa cadeira de rodas, sofrendo muito com os buracos e os solavancos, e com o fato de dar trabalho a outras pessoas que me empurravam (ser obrigado a pedir ajuda é duro!). Então eu disse apenas isto: “Jesus, permita-me que eu possa fazer-te companhia”, e a Maria: “Ajuda-me a fazer companhia a teu Filho”.
Giovanna,
Reggio Emilia – Itália


Decisão no seguir
Cecília de São Paulo nos enviou esta carta que recebeu de seu amigo.
Oi Cecília, tenho lembrado bastante de você, principalmente na ocasião do falecimento da Terezinha e da experiência bonita que foi participar das missas nessa intenção. Pensei em escrever porque lembro como era carinhosa a maneira como você sempre falava dela e toda atenção que tinha mandando fotos dos meninos e outras coisas. Eu tive pouco contato com ela, mas perceber o quanto Dom Filippo falava comovido da vida dela, da batalha que ela travou e da firmeza que ela tinha no “sim a Cristo”, me levava a entender que aquelas eram celebrações a uma vida que se realizava e chegava ao seu destino, e não uma despedida equilibrada. É distante de mim, eu acho, essa concepção da morte. Mas ver o quanto ela é certa para tantos dos seus amigos foi muito instigante. E na missa de sétimo dia, o Dom Filippo novamente exaltava a dedicação plena que ela tinha com a vida do Movimento, a certeza na positividade da realidade muito dolorosa que ela vivia e o compromisso com esse “sim a Cristo”. E em seguida pediu pelos indecisos. Quer dizer que todos que ficam “vagando na chuva”, como você disse, fomos contemplados nessa. É difícil se colocar vulnerável assim nas coisas, se entregar mesmo, porque a gente sofre mais no mundo. E eu ainda confundo um pouco a tranquilidade com evitar o sofrimento e acho que o ideal é por aí. Mas quem é o homem pra se achar invulnerável?
Gustavo,
Rio de Janeiro – RJ


A preferência de Martina
Meu nome é Rita, sou casada com Alfredo e temos 7 filhos. Há dois anos, a nossa primogênita, que então tinha 18 anos, adoeceu. A primeira pergunta que me ocorreu foi: “Senhor, que caminho reservas para nós?”, e logo em seguida me perguntei como eu viveria essa situação. O primeiro pensamento foi confiá-la a Enzo Piccinini, para que acompanhasse os médicos que cuidariam dela e me dissesse o que eu precisava fazer. Ficou logo evidente que o que estava em jogo era algo muito sério: a nossa felicidade dentro daquela circunstância. Explico: ou aquela circunstância, embora misteriosa, era uma contrariedade, ou era possível vivê-la plenamente, tal como ela se apresentava. Essa consciência me deu a liberdade e a simplicidade (graças a Deus!) de dizer a minha filha, quando me perguntava o porquê disso tudo: “É Jesus que lhe pede isso, ele a escolheu, escolheu para que você o ajude um pouco a carregar a cruz”. É uma preferência. A doença acontece de qualquer jeito; vivê-la por Jesus é mais humano. A primeira coisa que eu disse ao médico foi: “Não pense que a medicina pode tudo: você não imagina o número de pessoas que estão rezando por você!”. Eu tinha o desejo e a certeza de que aquilo que estávamos vivendo era para a Glória de Cristo e que seria simples dizer “sim” porque ele estava pedindo algo que nós podíamos carregar, bastava entregar-nos ao seu abraço. Com esse desejo e essa consciência, eu, meu marido e alguns amigos fomos em peregrinação ao túmulo de São Ricardo e de Enzo Piccinini, e a eles rezei para que nós nos tornássemos dóceis ao desígnio do Senhor. Pedi que, se fosse possível, passasse a doença a mim
e poupasse minha filha, mas ela me disse: “Mamãe, se você ficar doente, quem cuidará de nós?”. Desde o momento em que a notícia se espalhou, os amigos do Movimento não nos deixaram sós. Rece-bíamos até 30 telefonemas por dia. Toda vez que aparecia um problema ou uma dificuldade, sempre havia alguém conosco e eu dizia a Martina: “É Jesus que veio fazer um carinho em você”. E os dias corriam marcados por essa ternura de Jesus, através do rosto e das mãos dos amigos. Os milagres eram o nosso pão de cada dia: a excelente resposta de Martina à quimioterapia, o fato de ter conseguido estudar mesmo no hospital (conseguiu passar no exame vestibular com 92 pontos sobre 100), mas sobretudo a possibilidade que nos foi oferecida de fazer a experiência de que aquilo que encontramos torna a vida verdadeira e de que podemos ser felizes até no sofrimento. Olhando hoje minha filha, penso nas palavras que lhe disse uma médica do Grupo Adulto: “Martina, você não será mais a mesma”; e acertou! Foi-nos dada mais uma possibilidade de fazer a experiência do Mistério. Acrescento mais duas coisas: não seria possível ler a realidade desse modo sem a educação que recebemos do Movimento, e esssa foi uma ocasião para oferecer o nosso sofrimento por Dom Giussani, pelo Movimento e pela Igreja.
Rita,
Macerata – Itália


Algo dentro de algo
Caro Carrón, depois da reunião dos responsáveis dos colegiais em La Thuile, voltamos para Livorno, onde já tínhamos iniciado a tradicional feira do livro. No átrio do local aberto ao público, colocamos a mostra sobre a liberdade, para que pu-desse ser vista por todos; um amigo do Movimento fazia o guia. Um belo dia apareceu Simone, 17 anos, suíça, deficiente visual, que estava na Itália para um aperfeiçoamento da língua. Num momento de calma no trabalho, conversamos com ela sobre a mostra da liberdade. Ao ler para ela detalhadamente cada painel, entre
o sexto e o sétimo ela me pára e diz: “Se houvesse um amigo assim, nós nunca mais poderíamos deixá-lo”; e sobre “Cristo e a liberdade” disse: “Isso é uma provocação” (ela se declarara protestante). A partir daí, ela se tornou uma metralhadora disparando perguntas sobre tudo. Foi assim durante toda a semana. Chegou o dia da festa de encerramento da feira. No final do jantar, levantam-se duas jovens que estiveram conosco e, inesperadamente, agradecem a todos pelo acolhimento, como se “fôssemos amigos há muito tempo”. Antes de partir, Simone
me entrega uma carta: “Quando vim a Livorno, não pensava em encontrar uma pessoa assim, como você! Não pensava em encontrar Jesus Cristo desse modo! Não pensava encontrar Algo dentro das coisas, algo dentro de mim mesma, algo no meu coração. Amizade, que palavra maravilhosa! Caro amigo, foi um grande prazer encontrá-lo, encontrar esses amigos e todas essas coisas. E, sobretudo: ‘Algo dentro de algo’. Tenho certeza de que essa amizade permanecerá, de que eu encontrarei ainda muitas vezes Algo dentro das coisas”. O encontro com essa moça me fez rever a maneira como me comporto com os jovens dos colegiais, na escola, com os colegana família... na realidade. Simone, deficiente visual, viu algo que eu não via. Seus olhos, aparentemente escuros, haviam visto e me diziam: Jesus está aqui; veja você também.
Pierluigi,
Livorno – Itália


A questão do dualismo
Vencer o dualismo não é algo fácil, primeiro porque percebo que não é algo tão evidente para mim. É como se eu tivesse vivido todos esses anos sem ter me dado conta dele e agora preciso olhar tudo de outra maneira, procurando vencer a dispersão e a pretensão também. Uma coisa tem ficado forte no meu coração: quem encontrava Dom Gius encontrava o Mistério, não era possível virar as costas e sair ileso. Leio os textos, como esse último da Eucaristia, e vejo isso claramente. Dom Giussani nos remetia diretamente ao Mistério. Queríamos mais, mais... o “mais” que ele diz no texto. Talvez seja uma tentação, mas ao olhar meus meninos do colegial, por exemplo, começo a perceber que o que eles têm para olhar é a minha adesão ao Mistério também. Se não sou séria nessa entrega, se não vivo os gestos e a oração com verdade, o que eles vão ver? Por que quero estar com eles? O que quero dizer é que percebo que devo desejar o Mistério mais do que o Movimento. Começo a ver que por um bom tempo vivi o Movimento seguindo o que me diziam para seguir e era grande o que eu vivia. Depois, quando saí de São Paulo, eu corria atrás de tudo o que era proposto, propunha tudo, porque não podia viver sem a companhia e fazer ou propor as coisas era vivê-la. Não era um “fazerismo”, mas um desejo grande de ser mais de Cristo através desses gestos. Agora que o Senhor me pede para estar mais com a minha família, começo a perceber que deixar de estar com os colegiais num feriado, por exemplo, para ficar em casa, foi me ensinando a olhar mais para a minha entrega a Cristo, não mais “fazendo” as coisas, mas olhando a Sua Presença. O texto sobre o dualismo veio abrir mais a realidade, como que me dizendo que Cristo é, que não preciso correr atrás para estar com Ele. Assim, recebo meus alunos aqui em casa, olho para eles e procuro não “fazer o Movimento”, mas viver Cristo com eles. Isso significou, por exemplo, não tirar cópias do livro da Escola de Comunidade para a reunião e deixar que eles respondessem à falta. E daí, já que não trabalharam o texto, provocá-los a pensarem como foi que viveram o período de provas, como Cristo entrava naquele momento da vida. Talvez eu já soubesse que “fazer o Movimento” e viver Cristo fosse a mesma coisa, mas não sei se isso era claro para mim, como parece ser agora. Tenho pedido muito ao Senhor que eu possa viver mais dEle em tudo que vivo. Vencer o dualismo para mim, por exemplo, é não me preocupar com o que faço com os meninos. A Escola de Comunidade não é um meio ou um intermediário entre nós. Percebo que às vezes eu achava que ao fazer Escola de Comunidade, automaticamente, de alguma forma Cristo se revelava a eles e agora me dou conta que é através da minha pessoa, na Escola de Comunidade, que isso acontece. Não é que “substituo” a Presença, ou que Cristo se limite à minha pessoa, mas me dou conta que devo fazer um trabalho, pois vivo uma grande luta entre aquilo que desejo e aquilo que o Senhor me dá para viver. Eu me sinto como sendo moldada pela realidade, às vezes inconformada em aceitar que sou de um Outro, às vezes feliz por perceber que estou sendo educada a algo grande, que desejo profundamente. E quando me dou conta disso agradeço por Dom Giussani e pela nossa companhia.
Eloísa,
Sorocaba – SP


Um grito na parede
Trabalho numa empresa de construção de Casas Populares e minha função é a gestão técnica e o controle da segurança das obras. Frequentemente trabalho nos subsolos dos edifícios e um dia, fazendo uma inspeção com a minha equipe, meu olhar dirigiu-se para uma frase escrita na parede, num lugar onde alguns jovens se reúnem para fumar e se drogar. “Não quero o paraíso depois que morrer; quero-o agora, enquanto estou vivo”. Sem querer, um grito saiu do meu peito: “Eu também!”. Esse grito, tão forte e verdadeiro, me deixou profundamente comovida, esse desejo de verdade e de felicidade é mais forte do que tudo. O coração desses jovens conseguiu expressar a urgência que eles sentem no mais profundo de si mesmos. A sociedade e os adultos cínicos podem falar e viver como se não esperassem mais nada, mas o coração não se aquieta. Um coração vivo, o coração de um jovem, não pode segurar esse grito inscrito no mais profundo do seu ser. Todos nos dizem: “O que você está procurando? O que lhe falta? Sossegue! Não vale a pena, você já tem tudo, não invente falsos problemas!”. E mais: “Você tem mesmo um desejo, um pedido a fazer? Contente-se com o que tem, porque tudo morre!”. No entanto, a vida nos faz desejar tudo! Agradeço a esses jovens, pelo seu grito atroz e sincero; o que eu não daria em troca da minha vida, da felicidade, de mim mesma? Desejo encontrar a Felicidade, não posso viver sem ela, não posso! Esses jovens são como eu, são meus companheiros de busca. Quando encontramos a Vida, não podemos nos contentar com pouco!
Elena,
Paris – França


O cêntuplo agora
Caro padre Carrón, em junho nasceu nosso primeiro filho, Ricardo, uma criança com síndrome de Down e com uma séria cardiopatia. No quinto mês de gravidez, o médico encontrou algumas outras anomalias. “É melhor fazer uma amniocêntese – nos disse ele –, pois assim podemos compreender melhor do que se trata”. Apesar do nosso decidido “não”, ele fixou uma data para o exame. Trocamos de médico. Consultamos a dra. Vergani, que acompanhou com amor maternal essa nossa aventura, dia após dia. Nunca escondeu de nós a verdade, mas que diferença, que amor ela demonstrou por nós e por nosso filho! Ricardo nasceu no dia 3 de junho. As coisas, como disse, não correram como nós tanto esperávamos. Ele tinha outros problemas e, por isso, teria que ser operado do coração com poucos meses de vida. Sentimo-nos totalmente traídos pela promessa de felicidade que nos havia sido feita. Diante de um fato como esse, onde estava o cêntuplo? Era uma grande contradição. Os primeiros dias foram muito duros, diria até desesperados, os acontecimentos nos esmagavam. Depois, no passar dos dias, as coisas melho-raram um pouco. Jesus pede muito, mas não nos deixa sós. Nunca! Uma série de relacionamentos, visitas de pessoas, dos nossos amigos... Todos à nossa volta, concretamente e por meio da oração. À noite, quando voltávamos do hospital, já encontrávamos o jantar pronto. Um dia, os amigos da Fraternidade combinaram de se encontrar no bar que fica em frente ao hospital, porque assim poderíamos também estar presentes. Jesus nunca nos deixou sozinhos. Ele se fazia presente, estava conosco por meio de todas aquelas pessoas. Havia e ainda há os momentos de cansaço, de irritação, mas a última palavra não era de desespero, e sim um pedido contínuo: “Jesus, estás nos pedindo muito, tudo, mas agora estás conosco. Não nos deixes sós”. Ricardo há três meses submeteu-se a uma delicada cirurgia cardíaca. Com urgência nós o batizamos no hospital, para que fosse melhor acompanhado naquele momento de prova. Tínhamos um povo atrás de nós, rezando. Ter consciência disso, naqueles momentos terríveis, era mesmo uma coisa libertadora. A operação foi bem-sucedida e Ricardo, depois de dez dias, voltou para casa. Observá-lo e acompanhá-lo, dia a dia, é comovente. Uma mãe que também acompanhava a recuperação de seu filho, ouvindo dizer que nós tínhamos batizado Ricardo, pediu que também o seu filho recebesse o sacramento. No início desta aventura, não entendíamos onde estaria o cêntuplo evangélico; aliás, até duvidávamos que existisse. Agora o sentimos presente. Ricardo é nosso filho, mas é como se fosse filho de todos os nossos amigos. O que aconteceu conosco foi e continua a ser um Mistério, algo que não queríamos assim para nós, mas agora, observando Ricardo, estamos certos de que o Senhor venceu.
Elisa e André,
Milão – Itália


Nossa Romaria
Fomos convidados a participar de uma peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora Rainha do Sertão. A Dra. Maria de Fátima Oliveira, catedrática da Universidade Federal do Ceará e pertencente ao Movimento Comunhão e Libertação, foi a responsável pelo convite e aceitamos na certeza de que seria um ótimo passeio participar de uma homenagem a Nossa Senhora, conhecer a beleza do Santuário e receber as bênçãos de nossa Mãe do Céu. Durante o trajeto foi rezado o terço e outras orações e também entoados cânticos em louvor a Santíssima Virgem. Ao transpormos a cidade de Quixadá, alcançamos a caatinga e o que se descortinava à nossa vista, apesar do sol inclemente que pairava sobre nossas cabeças, era indescritível e não podíamos deixar de ficar encantados com a paisagem oferecida pelos vários monólitos, pelos pequenos e médios açudes fazendo um contraste com o agreste seco. Dominando tudo isso, a garbosa “Galinha Choca” formada por uma montanha de pedra, cartão postal conhecido e admirado da nossa região. Mais surpresas especiais nos aguardavam. A última etapa de nossa viagem teria que ser feita a pé, pois a ladeira é muito íngreme, impossibilitando a subida de ônibus. Por uma estrada cheia de curvas bem sinuosas, vagarosamente iniciamos a subida e pude observar que durante o percurso estavam as estações da Via Sacra, representadas por imagens de tamanho natural, as quais, naquele sol abrasador, nos simbolizavam os sofrimentos, as angústias e as dificuldades da vida, lembrando sempre que Deus é pai e cheio de misericórdia. Os jovens dispostos e com boa saúde, subiram a pé, e de carro os mais velhos com algum problema de saúde. Ao chegarmos ao cume da montanha surgiu em nossa frente como por encanto, um Santuário de estilo esplendoroso e indescritível, e que nos deixou extasiados. Em sua frente, simbolizando a aparência majestosa de um manto, uma torre toda de ferro nos passando a ideia de uma ligação terrena com os céus. Que obra maravilhosa! Que ideia divina esta que Dom Adélio Tomasin teve! Realmente a Imaculada Maria em seu plano celestial, domina toda a face da terra e outras galáxias, porém naquele planalto na serra do Urucum, Ela é a verdadeira e majestosa “Rainha do Sertão”. Com seu olhar benevolente e maternal dominando aquela região, ela estará sempre abençoando a todos os seus filhos que lá residem e também os que venham visitá-la. Olhando para a visão panorâmica que se descortina, desde o sopé da serra até aos mais longínquos recantos alcançados por nossa vista, imagina-se como seria um momento de êxtase, a hora do Ângelus homenageando a nossa querida Mãe, com o badalar dos sinos ecoando por aquelas paragens e repetidos pelos ecos nas pedras, acompanhado de um coro angelical e sublime, entoando Ave cheia de graça! Assistimos a santa Missa oficializada pelo Bispo da Diocese de Quixadá e depois fomos conhecer o restaurante, a Casa de Repouso e a livraria. Foi uma peregrinação maravilhoso e que certamente ficará em nossa lembrança por toda vida.
José,
Fortaleza – CE

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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