Desígnio bom
Meu filho Simão ficou muito tempo doente e, certamente, para ele e para nós os últimos três anos não foram fáceis. Aquilo que Deus nos mandava viver era difícil de aceitar, embora fosse inevitável (muitas vezes me surpreendi pensando que tudo não passava de uma brincadeira do Destino, ou um pesadelo que em breve terminaria). Mas Simão, apesar de tudo, continuava conosco. Diariamente pedi, na oração, o milagre da sua cura. Era um apelo sem alternativas: Simão tinha que ser curado, eu não aceitaria outra coisa. Era a única coisa justa para mim. Agora, Simão não está mais conosco, ao menos fisicamente. Não sei por que o Senhor decidiu assim. O que sei é que nos últimos dias, antes da sua morte, eu rezava a Deus pedindo que fosse feita a Sua vontade (e não a minha), pelo bem do Simão (e não pelo meu). Foi incrível descobrir, pela Graça, que o Senhor estava ali, não nos havia abandonado, esperava apenas o nosso “sim”. Que profundidade de consciência, quanta gratidão nasce daí! É como se tudo adquirisse sentido, como se viesse à tona o valor de todas as coisas. A contínua presença dos nossos amigos, que não estavam ali por acaso: sinal, em carne e osso, de Cristo. Assim, dizer “sim” a Cristo coincidiu com a certeza de que a morte de Simão foi a realização do desígnio bom que o Senhor tinha para ele e que os frutos desse sacrifício, que é também nosso, são grandes e transformam o mundo, a começar pelo nosso coração. Dizer “sim” a Cristo é possível, é belo, é desejável, porque o mistério de Cristo não é uma invenção nossa; não é uma bela fábula inventada com o nobre fim de nos ajudar a superar os momentos difíceis; é Alguém que, dentro do fluxo da história, chegou até nós por pura Graça, primeiro no Batismo e, depois, mais conscientemente, na forma excepcional e fascinante do carisma do don Gius, segundo a experiência do Movimento. O nosso olhar, os nossos pensamentos, a nossa tristeza, a ausência, tudo é transfigurado e abraçado; o que emerge, o positivo que existe na realidade é Cristo. É um novo e mais consciente início: não algo a ser feito, ou bons propósitos, mas reconhecimento e entrega, no lugar onde Ele nos colocou, porque só aí podemos viver, até o fim, o nosso destino. Tudo o que passamos não é uma coisa particular, a ser mantida oculta. Ao contrário, é grande o desejo de testemunhar que, na fé em Cristo, mesmo um fato tão triste pode gerar muita Graça. Agora, encontrar as pessoas que a vida coloca em nosso caminho é uma ocasião de dizermos quem somos, quem sustenta a nossa vida, quem encontramos: Cristo. Recebemos muitas cartas de pessoas que nos agradecem. Mas para nós tudo está naquele “sim” a Cristo, porque quem realiza é Ele. Na oração confiamos Simão e don Gius a Maria, para que eles, mais agora do que antes, nos acompanhem na caminhada da vida, até que um dia possamos gozar “totalmente” da companhia deles.
Luca,
Milão – Itália
Ciência e religião
No dia 16 de abril o Centro Cultural Fato & Presença realizou, na Escola Superior de Direito e Filosofia no Rio de Janeiro, o debate “Ética nas pesquisas com células-tronco”, do qual tive a felicidade de estar na mesa como médica geneticista clínica, ao lado do filósofo e bioeticista Dr. André Marcelo Machado Soares e da jurista Dra. Jussara Linhares. Foi um momento de profundo compromisso com a verdade acerca deste tema tão importante. Foram destacados os fundamentos científicos sobre o início da vida no momento da concepção, a viabilidade de embriões congelados há mais de três anos, os riscos da terapia com células-tronco embrionárias; a dignidade da vida humana desde a concepção; a falácia dos pesquisadores que se utilizam de fundamentos utilitaristas para justificar pesquisas com embriões; as implicações jurídicas de pesquisas com embriões e terapia com células-tronco embrionárias; além de questões que envolvem direito sucessório na fertilização in vitro, procedimento que o Magistério reconhece como moralmente ilícito. Meu primeiro contato com o movimento Comunhão e Libertação aconteceu em um debate sobre aborto de fetos anencéfalos em agosto de 2004. Qual foi a minha surpresa e contentamento ao encontrar na Igreja (na qual sirvo a Cristo há quase 13 anos após 17 anos de afastamento) um lugar onde pessoas se interessam por um tema tão emergente e íntimo de meu cotidiano como médica. Afinal, há mais de cinco anos trabalhava em um local onde se realiza, com ordem judicial, aborto de fetos anencéfalos; sendo a única a defender a vida ali. Logo em seguida o Movimento organizou debates sobre o mesmo tema em três grandes universidades do Rio de Janeiro, envolvendo médicos, juristas e bioeticistas, estudantes e professores. Já naquela ocasião (outubro de 2004), estive à mesa em um dos referidos debates. Desde aquele primeiro contato senti um fascínio pelo Movimento que me confirmou Cristo como fundamento de todas as coisas, revelando que Ele também se interessa pela minha realidade concreta. Desta forma, encontrei na Igreja uma família onde me foi apresentado um Cristo- Presença que corresponde também às exigências de minha vida profissional. Meses após este “primeiro encontro”, sinto-me feliz por pertencer à família que tem padre Giussani por pai, e ao mesmo tempo a minha alma está cheia de gratidão a Cristo que me concedeu conhecê-Lo e amá-Lo. Sem Sua graça, com certeza estaria dentre o grupo de pesquisadores e leigos que, por puro desconhecimento, propagam uma cultura anti-vida. Desta forma, em sintonia com toda a Igreja, defendemos a implementação da pesquisa e terapia com células-tronco adultas, que poderá trazer a cura a milhares de doentes em todo o planeta, sem a necessidade do sacrifício de milhões de seres humanos em estágio embrionário. Somente assim se cumprirá o que disse o Senhor: “Que todos tenham vida, e vida em abundância”! (Jo 10, 10). Peço a Cristo que o Movimento prossiga no cumprimento da tarefa que João Paulo II lhe confiou em 1984: “Ide pelo mundo inteiro e levai a verdade, a beleza e a paz, que se encontram em Cristo Redentor”.
Maria do Carmo,
Rio de Janeiro – RJ
O presente do don Giuss
Caro padre Giussani, sou uma criança de 9 anos e escrevo a Passos porque gostaria de contar que me aconteceu uma coisa muito bonita. Três dias depois do seu funeral ganhei um rim (há seis meses eu estava fazendo diálise) e tenho certeza de que foi você quem o conseguiu para mim, pois foi isso que eu lhe pedi no dia do seu funeral. Por isso, gostaria de lhe agradecer, porque agora posso fazer todas as coisas. A tarefa
da aula de catecismo era escrever uma frase respondendo à pergunta: “o que vou oferecer nesta quaresma?” Eu ofereço a Jesus a coragem de superar todas as minhas dificuldades de agora e as que enfrentarei no futuro. Escrevi porque eu gostaria de ser igual a você.
Marco,
Merate – Itália
Dentro do cotidiano
Tenho 19 anos e estou cursando o segundo ano de Letras-Inglês na PUC. Sempre tive uma vida religiosa bastante ativa numa comunidade católica que fica em Capão Redondo, onde moro. No entanto, ao chegar na universidade foi bem difícil encontrar pessoas que se interessassem pela fé ou pela Igreja. Certa vez, durante a missa na capela da PUC, fui convidada para participar de uma reunião com um grupo de universitários e foi então que eu descobri o movimento Comunhão e Libertação. A vida na minha comunidade em Capão Redondo é muito dura, na maior parte do tempo estamos a serviço do outro e poucas vezes partilhamos com as pes-soas os fatos do nosso cotidiano. Acho importante dividir com o outro nossas experiências e sinto que entendo melhor minha relação com Deus e com a universidade à medida que a companhia daquelas pessoas do Movimento aponta nossos caminhos. Hoje eu vejo a religião de uma outra forma, muito mais humana, mais próxima talvez. Eu não passo o tempo que eu gostaria com o grupo, mas fico contente por ter uma hora ou 40 minutos semanais de uma convivência muito importante e que resgata a presença de Cristo no meu cotidiano.
Lílian,
São Paulo – SP
Dez horas com os amigos
Dez horas e meia na fila, em pé; de vez em quando, a gente comia; nada de banheiro; estávamos tão cansados que não tínhamos forças nem para rezar. Nem falo da confusão que enfrentamos para chegar a Roma! Quando penso nisso, sorrio e me encho de alegria. Ainda penso em todo esse esforço, e vejo os rostos das colegas que estavam comigo e que procuraram carregar um pouquinho do meu cansaço. Lembro de tudo com prazer: o cansaço tinha uma razão de ser, e foi compensado, a todo momento, e de um modo ativo, pela amizade. Sim, justamente pela amizade, que era visível, podia ser reconhecida; não era nada de teórico, estava tudo ali, sob os olhos de todos, como uma evidência concreta: a nossa amizade era visível! Era uma realidade tangível, bem evidente, e a gente só percebe que existe quando está no meio dela, ativamente, quando, quase que surpreso, descobrimos que estamos envolvidos por ela. Enquanto eu caminhava em fila sentia as minhas colegas ao lado, e não podia deixar de recordar, por analogia, dos outros meus amigos que ali não estavam, mas com os quais eu compartilhava a mesma caminhada. Dez horas e meia para chegar dentro da Basílica de São Pedro, e, uma vez ali, em meio ao cansaço, ter a tentação de perguntar: “Todo esse cansaço, por quê?”. Mas, depois, olhando os rostos das amigas, dessa turma que não vacilou em nenhum momento, agüentou firme essa difícil caminhada... O cansaço maior foi no começo, pois andávamos muito lentamente, talvez um metro a cada meia hora, e depois veio a noite; mas a coisa pior era não ver a “meta”, não se via o fim; mal tínhamos acabado de entrar na fila e já nos sentíamos cansadíssimas. Qualquer coisa nos cansava muito. Depois, já de manhã, viramos uma esquina e finalmente a Basílica de São Pedro estava à nossa frente, e eu começava a me perguntar seriamente qual era de fato a minha “meta”. O cansaço ia aumentando e eu me perguntava o que estava fazendo ali! Bem, não era uma resposta fácil e, com o aumento do cansaço, aumenta proporcionalmente também a urgência de uma resposta adequada. A fila continuava e eu achava que não ia conseguir: várias vezes eu tive que controlar o batimento cardíaco e a pressão, estar atenta ao açúcar no sangue, mas ali estavam as minhas amigas. Se estivesse sozinha já teria desistido. E continuava me perguntando por que estava ali. Eu observava as minhas amigas e percebia que só por elas, pela presença delas próximas a mim, eu não largaria tudo e iria até o fim. Era incrível fazer parte desse mar de gente, de pessoas que, uma a uma, não como uma massa disforme, estavam ali para afirmar de vários modos o próprio laço afetivo, a própria frágil ou titânica ligação com algo de que o papa foi uma testemunha sempre presente, encontrando cada um de nós de um jeito e em tempos diferentes. A minha necessidade era a mesma de todos. Foi um momento grandioso entrar em São Pedro. Quando entrei ficou claro para mim que eu não estava ali para poder dizer “eu também estive lá”, naquele momento histórico, ou fazendo parte daquele espetáculo. Eu estava ali para gritar, na forma de oração, o meu “sim”, para dizê-lo e manifestá-lo, para testemunhar com a minha presença física que eu fazia parte dessa família. Também pensei no fato de que Deus se fez homem e, sobretudo, na importância que isso tem para a minha vida. E penso: “Se não fosse assim, eu estaria perdida!”.
Carta assinada
Entregar tudo
O Senhor é realmente grande e misterioso e nos revela a sua face pelos acontecimentos mais surpreendentes. Nossas férias de janeiro foram de uma beleza e uma grandeza sem palavras. O Olavo e a Claudiana foram a grandeza e a beleza dos nossos dias. Deus nos presenteou por meio deles. Tendo tido um aborto espontâneo durante aqueles dias, o que lhes aconteceu transformou totalmente o tempo que passamos juntos. Juntos nós abraçamos a mesma cruz e juntos bebemos do mesmo cálice. Juntos vimos a face do Senhor e a sua glória. Foi a entrega deles que nos revelou essa face tão amorosa e carregada de misericórdia. Essa entrega tão dócil e obediente como a de Maria ao dizer seu “Sim faça-se a Tua vontade” ou aos pés da Cruz entregando seu filho tão amado. O testemunho deles grita que a vida é dada, é doada, é pura graça, é amor e assim devemos recebê-la a cada instante e ser agradecidos. O Senhor como a Abraão pediu-lhes que oferecessem sua filhinha tão esperada e tão desejada em sacrifício. Pediu o que lhes era mais caro. Pediu tudo. Cada gesto, cada sorriso, cada gota do próprio sangue, cada fio de cabelo. Eu vi a Claudiana no leito de sua mãe, entregando-se totalmente e oferecendo aquela que lhe deu a vida. E agora a vejo entregando o fruto do seu ventre. O Senhor pede mais àqueles que Ele mais ama e sabe qual a cruz que nos é possível carregar. O Tu que me faz a cada instante, que a está fazendo e ao Olavo, está realizando a vocação que lhes foi dada. Agradeço a eles por serem para mim o rosto de Cristo. Agradeço a eles por esse sacrifício. Recebo-o no meu coração como um presente pelos meus 25 anos de encontro com o Movimento (e
dos meus amigos). Deus os abençoe e a nossa companhia. Um abraço cheio de afeto.
Marta,
São Paulo – SP
Cristianismo “humano”
Caro padre Carrón, em 1988 recebemos em nossa paróquia um novo vigário, o jovem sacerdote padre Attilio, com quem fiz amizade. Depois da sua transferência para outras paróquias da diocese, durante alguns anos nós o perdemos de vista; até que, por ocasião da morte do padre Giussani, ele me escreveu: “Caríssimo Giovanni, talvez você fique um pouco surpreso com esta carta. É que há alguns dias lendo e revendo o que os jornais e telejornais escreveram e disseram sobre Giussani, veio-me o desejo de agradecer aos que me levaram a conhecer esse padre, não com palavras, mas com a vida. É verdade, nos vemos raramente, mas no meu coração há um afeto muito grande pelos amigos que vivem a experiência de Comunhão e Libertação. Em lugares onde o cristianismo é, às vezes, só uma coisa dos domingos, e dentro da igreja, penso com saudade na fraternidade, na acolhida, na estima, na amizade que nasceu quando conheci você, Marta, as suas filhas e os seus amigos. Vocês são – nós somos – um grande dom para a Igreja e para o mundo. Quantos, ao se lembrarem de Giussani, usaram a expressão ‘para mim ele foi um pai’, ‘me devolveu a alegria de viver’, ‘me fez encontrar Cristo’. Na vida e na experiência de vocês eu vi essas coisas. É com gratidão ao Senhor que na minha vida de sacerdote tive a ocasião de encontrá-los, e por isso digo ‘obrigado’. O que eu tenho de mais caro, em Cristo, é a amizade de vocês. Peço-lhe a caridade de uma prece, para que o Senhor acompanhe a minha vida. Garanto uma prece por você, pela sua família, e uma oração de sufrágio pelo padre Giussani. Obrigado também porque você me deu o testemunho de um cristianismo tremendamente ‘humano’, encarnado na fraternidade e na comunhão de vida. Na companhia de Cristo, uma saudação fraterna”. No nosso relacionamento com padre Attilio, eu, minha mulher e os meus amigos não fizemos nada de extraordinário: no dia-a-dia, com todas as nossas misérias, só procuramos – como é até hoje – ficar apegados, embora em meio a dificuldades e com grande humildade, à companhia que o carisma de Giussani nos fez encontrar.
Giovanni,
Caravaggio – Itália
Tempo de graça
“A superabundância da presença de Jesus ressuscitado nos faz experimentar o a mais em cada circunstância”, nos disse padre Carrón em agosto do ano passado. Neste tempo, a amizade com padre Ticão e as pessoas da sua comunidade na Zona Leste de São Paulo tem me feito experimentar esta superabundância, porque apesar da minha incapacidade, vejo a cada dia que a minha força está em pedir sempre a presença de Cristo. A primeira coisa que me ajudou nisto foi reconhecer que o encontro com dona Martha, Ester e Rafael me abre, dilata o meu coração e me ensina a simplicidade. Não vou lá para ensinar algo aos artesãos, mas para aprender com eles o olhar a Jesus presente em cada instante da vida, nos afazeres do cotidiano e, por isso, aprender a ter esta tensão na vida. A experiência que se repete a cada dia é a graça de ver o triunfo de Cristo, a Sua vitória, nos acontecimentos surpreendentes. No início do ano, por exemplo, os jovens trabalhadores, juntamente com os universitários fizeram a recepção aos calouros do campus Leste da USP. Foi uma experiência muito bonita, primeiro entre nós e, depois no encontro com os calouros. Começamos um grupo de Escola de Comunidade naquele campus e, do encontro com alguns estudantes surgiu o desejo de se empenhar naquela realidade. Também a experiência de crescimento da Companhia das Obras com as artesãs tem sido uma grande ocasião de encontro com outras pessoas da comunidade do Jardim Keralux. Reconheço que a possibilidade de experimentar esta novidade na minha vida foi porque comecei a seguir uma autoridade, crescendo com ela numa amizade, pois uma autoridade é o amigo que me ama, ensinando-me a viver a verdadeira religiosidade.
Gislaine,
São Paulo – SP
Via-Sacra
Quero compartilhar a experiência que fizemos em nossa comunidade na via-sacra da Sexta-Feira Santa. Fizemos um percurso um pouco extenso, marcado principalmente pela subida bastante íngreme da Catedral de Nossa Senhora das Vitórias até o alto do Cruzeiro.
Esta caminhada representa o caminho particular de cada um de nós, cheio de dificuldades, de barreiras, de obstáculos, onde muitas vezes temos que caminhar na chuva, e em outros momentos, como naquele 25 de março, sob um forte sol, que desanimaria alguém que estivesse sozinho numa estrada.
Mas esta é a nossa riqueza: não estamos sozinhos! Temos Cristo como companheiro! Ele nos ajuda a carregar a nossa cruz! A partir do momento em que nos colocamos em movimento com esta companhia – em ação, oração e louvor –, acontece o milagre. O milagre da unidade, o milagre em que superamos enormes dificuldades, ultrapassamos grandes desertos, sofremos, mas quando nos damos conta, já estamos no topo da montanha, na certeza de celebrarmos a vitória de Cristo sobre o nada, sobre a morte, sobre o mal que quer aniquilar o bem, aniquilar o amor, aniquilar o coração do homem. Outra particularidade que sempre tenho testemunhado nestes anos, é que, após iniciarmos o percurso, algumas pessoas têm se incorporado à esta companhia. Estamos em caminho e outros vêm e se juntam a nós, com experiências muito bonitas e verdadeiras. Este ano encontramos e fomos encontrados por dona Maria, uma senhora que ao final do percurso recitou uma oração do Sonho de Nossa Senhora. Participar da via-sacra ajudou-nos a olhar para a própria cruz, a cruz de Cristo, a cruz do irmão. Também nos ajudou a buscar o significado, as razões da nossa caminhada neste mundo e a vivermos o real, a abraçarmos a vida na sua totalidade. E a termos a certeza, cada vez mais concreta, palpável, da positividade da vida, de que Deus coloca pessoas ao nosso lado, que Ele nos ajuda e essa companhia é também uma ajuda para viver o cêntuplo aqui e agora. A vida com gosto de quero mais, com verdadeira alegria, repleta de significado. Assim é a vida em Cristo, por Cristo, com Cristo. Como cantava nosso amigo padre Virgílio, agora nos braços do Pai: “Mesmo com toda contradição/ dá pra festejar a vida/ no dia-a-dia a novidade/ que brotou em nosso coração!”.
Milton,
Vitória da Conquista – BA
Credits /
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón