Forlì – Itália
Amar os próprios filhos
“O que vamos deixar para os nossos filhos?” Este foi o título do encontro realizado em Forlì no dia 30 de setembro por ocasião da Festa das Crianças 2008. Diante de mais de 400 pessoas Gemma Capra, viúva do policial Calabresi assassinado em 1972, e Mario Dupuis, presidente da Fundação Educativa de Pádua (que se ocupa de jovens em dificuldade; nde), deram seus testemunhos respondendo a algumas perguntas significativas: “Como é possível manter uma postura positiva diante de circunstâncias dolorosas? O que é o perdão? O que significa amar o destino dos próprios filhos?”.
“A origem desta postura positiva – respondeu Gemma Capra, que no momento do assassinato do marido tinha 25 anos e esperava o terceiro filho – eu a resumo na palavra fé. A fé foi um dom daquele momento trágico. Eu cresci em uma casa na qual aprendemos a fazer o sinal da cruz antes mesmo de aprender a andar, mas naquele instante a fé se transformou na Graça de me sentir abraçada e protegida”. No jantar, antes do encontro, a senhora Gemma nos confidencia que quando era jovem freqüentava a sede do Movimento na rua Statuto, em Milão, e corria para ouvir as homilias de Dom Giussani na igreja de São Pedro, em Gessate. “Eu nunca me senti sozinha e, apesar da dor, nunca perdi a esperança. Lembro-me de ter agradecido a Deus por ser a esposa do assassinado e não do assassino. Teria sido uma tragédia dentro da tragédia falar de vingança e de ódio. Nunca precisamos renunciar a alegria de viver.”
Para Dupuis, que teve uma filha com grave deficiência, a fé é o desafio para não pararmos na aparência. De fato, contou como foi educado por uma amizade guiada por Dom Giussani. Para ele “a fé não é algo para cobrir a dor e nem uma resignação. É preciso olhar a realidade pelo desafio que contém. É um caminho, uma abertura infinita de novidade; não é preciso parar na aparência. Na minha filha era a realidade que gritava o reconhecimento de Quem a fazia”. O diálogo prosseguiu sobre a necessidade de perdoar. “É um caminho individual longo e difícil”, afirmou Gemma, que perdoou o arrependido Leonardo Marino. “Minha mãe nos fez colocar a frase dita por Jesus sobre a cruz: ‘Pai, perdoai-os, pois não sabem o que fazem’. No tempo entendi o verdadeiro significado daquela frase. O homem, assim como o homem-Cristo na cruz, é incapaz de perdoar. Só Deus sabe dar o perdão verdadeiro. Mas o próprio Jesus sobre a cruz nos ensinou o caminho, que é o de pedir ao Pai para perdoar, deixando a cada um todo o tempo para chegar a isso. Um caminho que Deus já fez para mim”. Para Dupuis, a experiência do perdão vem “através” da forma da realidade, indo além da aparência: “Trata-se de perdoar e abraçar a diversidade através da qual a verdade vem ao meu encontro. Mas este sacrifício só é possível se a fé é uma grande atração humana. Se a pessoa vir traços de humanidade nova, então encara a aventura da realidade que avança na diversidade”. Gemma contou que quando seu filho foi trabalhar no mesmo jornal que hospedava os artigos de Adriano Sofri, condenado pelo homicídio do pai, estava preocupado e lhe pediu um conselho. Lembrando daquele episódio, disse: “Se pode e se deve amar o Destino dos próprios filhos. Eu os ensinei a respeitar os outros, mas também a não se preocuparem com aquilo que os outros pensam. Se uma coisa responde ao seu desejo, então deve ir até o fim”.
(Valerio Girani)
Aracajú – SE
Uma nova comunidade
Um imprevisto: “Este livro deveria ser banido, pois é de um padre que não vale nada”. Camilo levou um choque ao ouvir esta frase de um especialista em Teologia com relação ao livro É possível viver assim? de Luigi Giussani. O comentário foi feito ao passarem em frente à livraria do shopping onde o livro estava exposto. Mas em vez de causar distância, este comentário acabou provocando uma enorme curiosidade em Camilo, que voltou à livraria especificamente para comprar o polêmico exemplar. Logo que iniciou a leitura ficou fascinado pela proposta de Dom Giussani e entrou em contato com a Secretaria Nacional. Decidiu assinar Passos como uma forma de continuar um diálogo com o Movimento, pois não havia nenhuma comunidade próxima. O tempo passou e quando Camilo recebeu como brinde o DVD Educar é um risco teve uma nova surpresa. Ao assisti-lo ficou muito tocado pela imagem forte de Dom Giussani batendo na mesa e falando de Cristo e dos apóstolos como algo vivo e presente. Pensou que não podia mais perder tempo e decidiu ir até Salvador para conhecer quem eram as pessoas que seguiam aquele homem. Passou um fim de semana com a comunidade baiana e na volta decidiu começar um grupinho de Escola de Comunidade na própria cidade, ajudado pelos novos amigos.
Manaus – AM
Novo início
Em setembro, Bracco, responsável nacional de CL, visitou Manaus na companhia de alguns amigos, entre eles Cleuza e Marcos Zerbini e padre Julián de La Morena. O primeiro gesto foi a visita à Escola Agrícola, obra dirigida pelo casal Celso e Darlete, que abriga 120 meninos provenientes de toda a Amazônia para cursos de zootecnia e agricultura.
Com a comunidade ocorreram dois momentos de trabalho: a apresentação do texto “É a realidade que grita: Ele existe” (Passos, novembro 2008). Esse momento foi seguido de uma rica assembléia que durou duas horas, pois muitos queriam comunicar suas experiências e conhecer melhor a história de Cleuza e Marcos. Um outro momento foi um pequeno encontro com o grupo de universitários da cidade. A proposta de uma aventura entusiasmante que leva em conta todos os aspectos da vida.
Credits /
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón