Olhos para ver
Crachá pendurado no pescoço, planejamento da jornada na mão. Tudo pronto para o enésimo Meeting. Dario participou de vários, sempre na linha de frente. É um dos responsáveis pela Companhia das Obras, e este ano a sua agenda está repleta de compromissos. Será uma semana dura e precisará dar mais atenção a certos encontros, especialmente delicados. Só que, como de praxe, veem à tona os problemas. Pequenos e grandes; alguns deles de difícil solução, que nos deixam com raiva e, por isso, às vezes deixamos de ver o que está acontecendo diante dos nossos olhos...
Entre as “coisas a fazer” destaca-se o nome de Adriano, um amigo empresário, ateu e comunista, convidado para o Meeting pela primeira vez. A ideia é passar o dia inteiro com ele. E Dario quer que o amigo veja o máximo possível de atividades, quer mostrar-lhe o que de fato é o Meeting. Tudo está programado. Vão juntos ao encontro com o Ministro italiano Roberto Maroni, depois vão ouvir os estudantes que recitam Dante, na mostra sobre Ulisses. Às três da tarde, assistem ao testemunho de Margherita Coletta e, antes do jantar, aquela joia que é a mostra sobre o Bom Governo, de Lorenzetti, bem no meio da praça-estande da CdO. Será suficiente?
“Então, Adriano, o que me diz? Do que você mais gostou?”, pergunta Dario, enquanto o acompanha, à noite, até o carro. “O olhar dos seus filhos”. É como um relâmpago que embaraça o pensamento: o quê? “Sim, eu os vi esta manhã, na hora do café. Eles liam o programa do Meeting e discutiam sobre o que seria mais interessante e mais legal para assistir. Eu não sabia que eram seus filhos, e quando o soube, fiquei pensando: são assim porque são filhos de Dario”. Só que mais tarde, Adriano reviu aqueles mesmos olhos: “Quando chegamos na feira, havia milhares de pessoas, de jovens, com aquele mesmo olhar feliz, quer estivessem na fila para um encontro ou indo limpar os banheiros. Impressionante! Uma energia incrível. Aqui somos realmente todos iguais, cristãos ou não, empresários, políticos, jovens. Quero contribuir com vocês na construção dessa história”.
Dario fica comovido. Olha para ele, em silêncio. E Adriano diz “Hoje abriu-se novamente o meu caminho para a fé”. E entra no carro. Dario volta ao trabalho pensando nas grandes coisas que acontecem, alegrando-se com elas, começando a redescobri
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