Quem sabe se estaremos realmente dispostos a jogar a partida e a não arquivar na gaveta dos “discursos já ouvidos” as palavras que com frequência ouvimos repetir neste período: fé, juízo, liberdade... Quem fala do amor pelo homem, pela humanidade, dessa paixão pela humanidade, desse olhar que se comove com a humanidade do outro? Isso é uma coisa urgente e ninguém fala disso. Todos falam de liberdade, mas ninguém é livre, todos falam de humanidade, mas ninguém é humano.
E, neste contexto, qualquer que seja a circunstância que estamos atravessando, somos chamados a estar sós diante do desafio desta verificação, que se pode, assim, transformar numa oportunidade para mostrar mais claramente a verdadeira urgência que temos pela frente: a de um caminho pessoal. O único caminho indispensável para que a experiência se torne nossa e, por conseguinte, real.
“Cada um de nós precisa dessa experiência para si, não podemos viver apenas da experiência dos outros”, dizia padre Carrón a um grupo de universitários (a Página Um desta edição). “Pois sou eu que tenho de fazer a prova de latim, sou eu que tenho de estar diante da minha namorada, não o outro, não nós todos juntos. Sou eu que estou diante do drama da vida.” E quem precisa de certezas sou eu. E de um caminho, sou eu.
Fazemos votos que nunca paremos de caminhar. E, portanto, sejamos cada vez mais certos. E mais curiosos de captar as características desta certeza. Isso também é possível confrontando-nos com as histórias e testemunhos como os que se contam neste número de Passos. Neste mês temos também a ocasião de explorar, mesmo de longe, os encontros e mostras do Meeting de Rímini, na Itália, que começa no dia 21 de agosto e é dedicado precisamente a este desafio. Pessoalíssimo, como se tem dito. E ao mesmo tempo histórico, porque é propriamente impossível não perceber que é a falta de certezas que faz o homem – o mundo – de hoje ser confuso e cético. Incidir aí, tornar certo o eu, é ajudar o mundo. Boa leitura. E bom caminho.
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