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Passos N.164, Novembro 2014

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Sínodo: a família no coração de Deus e do homem

Foi realizado no Vaticano, de 5 a 19 de outubro, a 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. A mídia fez alarde particularmente em função de dois temas polêmicos: a possibilidade da comunhão sacramental aos casados em segunda união e a atenção pastoral às pessoas com orientação homossexual.
Estas polêmicas, muitas vezes, desviaram a atenção dos aspectos mais fundamentais deste Sínodo. Em primeiro lugar, a constatação de que a família, apesar dos desafios e incertezas, permanece como uma instituição fundamental para as pessoas, para seu amadurecimento afetivo, para sua possibilidade de enfrentar as dificuldades materiais e espirituais de nossos tempos. A família, em sua estrutura básica, formada por um casal que se ama e por seus filhos, é necessária, está inscrita – como desejo e exigência – no coração de cada um de nós. No entanto, no contexto atual, a família, para se realizar, necessita cada vez mais da companhia da comunidade cristã, do encontro com Cristo, que continua a nos dizer “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20), como lembra a mensagem final dessa Assembleia do Sínodo.
As polêmicas e as manifestações favoráveis e contrárias nos mostram também um mundo que permanece, a despeito das aparências, à espera da Boa Nova cristã. Um mundo que, diante das mazelas do individualismo e do consumismo, da crise de sentido, das dores e sofrimentos para as quais parece não haver paz ou consolação, aguarda – muitas vezes com esperança mal disfarçada – o amor de Cristo e a acolhida de nossa comunidade cristã.
E o Papa Francisco se nos apresenta neste momento como sinal seguro e confiável deste caminho. Com a sabedoria e a certeza dos que testemunham o amor e a misericórdia de Deus, nos convida a deixarmo-nos surpreender pelo Deus das surpresas, imagem esplêndida da liberdade da pessoa de fé, daquele que se entrega a Cristo e aos irmãos, sabendo que cada dia é convidado a uma nova aventura plena de amor.
Que nossas famílias possam viver nesta alegria, ser testemunhas deste grande amor e viver a acolhida a todos que estão em dificuldade, sabendo que em cada irmão acolhemos o próprio Cristo.