Comunicado final à imprensa do 28º Meeting pela amizade entre os povos. Rímini, 25 de agosto de 2007
O Meeting 2007 confirmou seu caráter único no panorama internacional, em termos de riqueza de encontros e de participação popular. Num momento em que parece ter-se tornado tão difícil suscitar uma atração sobre as pessoas, o Meeting é uma proposta que desperta outra vez o interesse da razão e da liberdade.
Seus numerosos encontros, mostras e espetáculos deram voz a uma experiência humana para a qual a busca da verdade é o conteúdo de um percurso ao mesmo tempo entusiasmante e dramático: “Realizar a mais profunda vocação do homem: ser caçador da verdade e, por isso, de Deus”, como disse Bento XVI na saudação do Angelus de 19 de agosto.
Participar do Meeting foi participar de um acontecimento que nos permitiu testemunhar a verdade, que em nossa vida assumiu o rosto carnal de um homem, Jesus de Nazaré, que identificou a si mesmo com a verdade. Esta é a origem e o segredo da identidade cultural do Meeting: 1) a descoberta da fé como critério novo de juízo e de ação, como signi-ficado que estabelece uma relação entre todas as coisas; 2) a educação necessária para que a “genuína preo-cupação ideal” que Dom Giussani encarnou ao longo de toda a sua vida seja cada vez mais comunicada.
Para quem participou do Meeting, o que surpreendeu foi encontrar personalidades religiosas, homens da cultura, da ciência, da economia e da política ansiosos por percorrer um caminho razoável rumo à verdade. A despeito da onda de ceticismo que torna as pessoas indiferentes à realidade, como se nada fosse capaz de suscitar um apego, e a despeito daqueles que julgam as coisas ao abrigo da sua auto-suficiência, os mais de 700 mil visitantes do Meeting encontraram a pergunta sobre a verdade, aderindo ao apelo a ampliar a razão lançado há um ano em Regensburg.
O aprofundamento do título do Meeting – “A verdade é o destino para o qual fomos feitos” – permitiu dar um passo a mais na direção oposta ao niilismo que faz o homem cada vez mais sozinho e confuso perante seus desejos. Como disse o Cardeal Bertone, “às vezes temos a impressão de que, no clima de relativismo e de ceticismo que se infiltra em nossa civilização, chegamos ao ponto de proclamar uma desconfiança radical ante a possibilidade de conhecer a verdade”.
Em Rímini, foi possível ver como a existência, invadida pela verdade do encontro cristão, se enche de uma imensa certeza, que desperta uma familiaridade com qualquer um que se encontre. Ficou muito evidente como havia um interesse verdadeiro pela posição do outro, num tempo em que a indiferença – disfarçada de tolerância – parece ser a medida das relações humanas.
Assim, vimos em Rímini judeus, católicos e muçulmanos dialogarem num clima de estima e respeito, cientistas e teólogos falarem da amizade entre fé e razão, empresários e políticos procurarem sem poupar esforços o caminho para o bem comum, superando suas diferenças, personalidades internacionais testemunharem o desejo da paz, que é como se chama a verdade nas relações entre os povos. Os sofrimentos e as esperanças de realidades como o Líbano, a Irlanda do Norte, os Países Bascos, a Venezuela, o Burundi encontraram no Meeting um lugar onde o outro não é em primeiro lugar alguém que deve ser combatido, mas uma ajuda a descobrir a verdade que corresponde às exigências mais profundas do coração do homem.
Ceder à atração da verdade faz de qualquer homem, mesmo do mais frágil e incoerente, um protagonista novo no cenário da história.
Por isso, depois do Meeting sobre o desejo, a liberdade, a razão e a verdade, o título do Meeting 2008 – a se realizar em Rímini de 24 a 30 de agosto – é: “Ser protagonistas ou não ser ninguém”.
Encontro final do Meeting 2007: Giulio Sapelli e Giorgio Vittadini apresentaram o novo livro, em italiano, de Luigi Giussani Certi di alcune grandi cose, 1979-1981 (Ter certeza de algumas grandes coisas, 1979-1981), publicado pela Editora Bur-Rizzoli de Milão.