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Passos N.52, Julho 2004

PÁGINA UM

O que seguir ainda?

por Luigi Giussani

Notas da colocação de Luigi Giussani nos Exercícios Espirituais dos Noviços dos Memores Domini (Molveno, 30 de maio de 2004)

Desculpem-me se exagero na apreensão que me leva a expressar, me leva a expressar uma gratidão por estes poucos minutos em que pude escutar vocês: é como se eu tivesse colidido com esta sensibilidade humana, com esta vivacidade plena de espera e de observações e de posse.
Com a minha voz, agradeço-lhes por isso e peço-lhes para não perderem, que vocês não percam, nem um pouquinho, a sorte que lhes aconteceu em encontrar esta companhia na história da sua vida e, portanto, na história do seu mundo.
Padre Pino, com sua costumeira precisão quente e impetuosa, falou do homem como medida das coisas. Creio que, de todas as tentativas que vocês fizeram para expressar o seu parecer sobre a situação de que vocês tratavam, esta expressão de padre Pino seja a mais perfeita, objetivamente, aridamente, se vocês quiserem, mas a mais perfeita.
O homem, medida das coisas: esse é o inimigo, o único inimigo de Cristo. O homem, medida das coisas. Tão medida das coisas que, quanto mais escancara o olhar e abre os ouvidos do coração para escutar o que pode entrar no conhecimento da nossa vida – a presença deste Espírito, a presença desta Presença impensável... –, quanto mais formos atentos a isto, mais a nossa vida, de todos os lados, não “se agita” em um sentido efetivo, mas “se agita” no sentido do vento quando, no mar de ondas paradas, chega, mais ou menos velozmente, um mar em que as ondas se movem.
Que este mover-se das águas do nosso coração diante do problema da medida última das coisas ajude-nos a entender também o caminho a ser trilhado para iluminar, para que se torne luz verdadeira aquele olhar que levamos ao mundo.
E agradeçamos aos Senhor pela grande ocasião, a maior ocasião da nossa vida. Que isso nos torne tributários em relação a estes nossos companheiros de caminho, em relação a quem guia esta companhia, nos torne tributários de tal forma que não poupemos nada por ninguém, não sejamos avaros em relação a qualquer possibilidade de oferta!
Agradeço-lhes muito. Porque sinto muito, quis dizer isto, quis intervir para expressar este pensamento, porque é infeliz demais o homem que acredita que o problema seja o homem como medida, pois de todos os lados somos obrigados a superar esta má-vontade agarrada.
Agradeço-lhes muito. Espero ouvi-los, mandem-me também as cópias das futuras conversas, pois este é um ponto ao qual deveremos, ao qual vocês deverão retornar obrigatoriamente, com padre Pino e com todos nós.

Obrigado!