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OS FATOS

Escola de gratuidade

por Arlete Bonfim
08/12/2010 - Comunidade da Bahia promove seminário das Famílias para Acolhida

Após o feriado de Nossa Senhora Aparecida, na metade de outubro, a comunidade da Bahia teve momentos intensos de significado com a vinda de nossos amigos Marco Mazzi e Paulo que pertencem a Associação Famílias para Acolhida, na Itália. Entreguei à Nossa Senhora os dias que estavam por vir. Nela e em Cristo confiei todos os nossos limites e dificuldades. Sabia que era incapaz, mas tinha um pensamento e uma certeza no coração: se Deus de fato deseja esta história, Ele fará que ela caminhe, segundo o Seu desígnio. Foram momentos belíssimos de encontros, que começaram com a preparação, meses antes.
No mês de maio fui surpreendida com o convite da Pastoral Familiar, para participar de um encontro em São Paulo, sobre o tema da acolhida. O interesse da Pastoral era divulgar a cultura da acolhida e da adoção entre os casais católicos. A iniciativa tinha a benção da CNBB. O encontro, promovido pela Ai.Bi Brasil (Associação Amigos das Crianças), cuja origem é italiana, foi muito rico. Ao final foi formulada uma carta de compromisso e escolhida uma equipe de cinco pessoas para trabalhar o tema e espalhar a semente nas regionais em todo o Brasil. Fui uma das escolhidas a compor o grupo, sob a aprovação de toda a assembléia, em especial do casal que coordena a Ai.Bi no Brasil, Raimundo Tico e Vera. O grupo voltou a se encontrar em São Paulo, onde foram definidas estratégias de ação. A principal foi a realização de seminários nas diversas regiões abordando o tema da acolhida e da adoção e, em especial, a espiritualidade da acolhida.
O primeiro seminário foi proposto pela comunidade da Bahia e servirá de modelo para os que acontecerão no próximo ano. Realizado no dia 16 de outubro, foi um momento belíssimo de expressão da nossa experiência no Movimento, e de quanto é possível mudar uma cultura com o que nos foi dado encontrar. Os debates foram muito ricos e polêmicos pela manhã, abordando temas como abandono, a ação da sociedade e poderes públicos, além da nova lei da adoção, em voga há cerca de um ano no Brasil. O Padre Raimundo Mário nos falou a gratuidade na Igreja e na família, de uma forma belíssima, baseando-se inclusive no capítulo de “O Milagre da Hospitalidade”.
Marco Mazzi abriu o período da tarde falando sobre os motivos para viver a acolhida. Nossa amiga Miriã, com sua experiência de vida e como psicóloga, falou sobre a formação do vínculo nas relações familiares na adoção e na acolhida. E no final foram apresentados testemunhos.
Adriana relatou como tem trilhado os caminhos desde o início da doença de sua filha, portadora de uma doença grave e degenerativa. Adriana é uma mulher carregada pela graça de Deus, e aqui encontra a sua força para, partindo do acolhimento da sua filha, abraça também todas as famílias que passam por situações muito semelhantes à sua.
Ana Cecília falou sobra a acolhida dos pais idosos, revelando um olhar de ternura, aprendizado e respeito que nos leva a exclamar: Deus existe e está presente aqui e agora. Silvana contou toda a sua experiência de adoção, levando todos a entender que esta experiência é para a família como um todo.
Arlete pontuou a importância de termos sempre uma companhia para trilhar este caminho. Daí a importância de grupos que se encontrem para partilhar experiências e buscar entender o sentido dos gestos que fazem. Pois, como bem dizia Marco, a generosidade cansa se não encontramos os motivos adequados.
O seminário marcou o início das escolas de família, que nos próximos meses discutirá a espiritualidade da acolhida nas paróquias interessadas. Foi elaborado um subsídio para este fim, baseado no livro de D. Giussani, “O Milagre da Hospitalidade”.
Diante de tudo que vimos e ouvimos nestes dias, uma certeza foi unânime: Cristo nos abraça através desta história e destas amizades. Ele nos conduz com ternura a um destino bom e nos faz crescer na fé, acolhendo todo o nosso ser, inclusive os nossos limites. Como não somos nós que escrevemos esta história, podemos ficar tranqüilos que, ao darmos a nossa disponibilidade, ele fará a Sua obra. Resta apenas a gratidão pois, desta amizade, Deus faz nascer um povo novo.

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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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