O Papa Francisco encontrou-se com os jovens da Região italiana Úmbria, na tarde de sexta-feira, 4 de outubro, na praça adjacente à Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis. Antes, porém, fez uma oração na Porciúncula, igreja localizada dentro dessa basílica, onde São Francisco fundou a Ordem Franciscana e faleceu em 1226.
Cerca de 40 mil jovens participaram do encontro com o Papa Francisco. Durante o encontro, o Santo Padre respondeu as perguntas de alguns jovens. O que é o matrimônio? Esta primeira pergunta foi feita por um casal jovem. "Um testemunho bonito! Dois jovens que escolheram e decidiram, com alegria e coragem, formar uma família. É preciso ter coragem para formar uma família", disse o Papa. A seguir, o pontífice respondeu a pergunta dizendo: "É uma verdadeira vocação, assim como o sacerdócio e a vida religiosa. Dois cristãos que se casam reconheceram em sua história de amor o chamado do Senhor, a vocação a se tornarem de dois, homem e mulher, uma só carne, uma só vida. O Sacramento do Matrimônio envolve esse amor com a graça de Deus, enraíza essa união no próprio Deus."
"Os nossos pais, avós e bisavós se casaram em condições muito piores do que a nossa. Alguns em tempo de guerra ou depois da guerra e outros imigraram como os meus pais. Onde encontraram a força? Na certeza de que o Senhor estava com eles, que a família é abençoada por Deus com o Sacramento do Matrimônio e bendita é a missão de dar à luz filhos e educá-los", disse o Francisco.
O Santo Padre frisou que "para construir bem, de maneira sólida, é necessária essa base moral e espiritual e hoje esta base não é mais garantida pelas famílias e tradição social".
"A sociedade em que vocês nasceram favorece os direitos individuais em vez da família e muitas vezes fala sobre o relacionamento de casal, família e matrimônio de maneira superficial e equívoca. É a cultura do provisório. Basta assistir a determinados programas de televisão", sublinhou o pontífice.
O Papa destacou que o Espírito Santo suscita sempre novas respostas às novas exigências e por isso se multiplicaram na Igreja encontros para namorados, cursos de preparação ao matrimônio, grupos de casais jovens nas paróquias, movimentos familiares e outros. "Eles são uma imensa riqueza! São pontos de referência para todos: jovens em busca, casais em crise, pais em dificuldades com seus filhos e vice-versa. A fantasia do Espírito é infinita e muito concreta", disse o Santo Padre.
Francisco convidou a não ter medo de fazer escolhas definitivas na vida, como o matrimônio. "Confiem no Senhor e deixem que Ele entre em suas casas como uma pessoa de família. A família é a vocação que Deus inscreveu na natureza do homem e da mulher", sublinhou o pontífice, destacando outra vocação complementar ao matrimônio: o chamado ao celibato e à virgindade para o Reino dos Céus. "É a vocação que o próprio Jesus viveu. Como reconhecê-la? Como segui-la?".
O Papa respondeu essa segunda pergunta com dois elementos essenciais: "Rezar e caminhar na Igreja. Essas duas coisas caminham juntas, são interligadas. Na origem de toda vocação à vida consagrada existe sempre uma forte experiência de Deus, uma experiência que nunca se esquece. É Deus quem chama. Por isso, é importante ter uma relação cotidiana com Ele. Aqui em Assis, não há necessidade de palavras! Francisco e Clara falam através de seu carisma a tantos jovens do mundo inteiro. Jovens que deixam tudo para seguir Jesus no caminho do Evangelho."
Da palavra Evangelho o Santo Padre respondeu as duas últimas perguntas feitas pelos jovens: 'O que podemos fazer?', pergunta que diz respeito ao compromisso social nesse período de crise que ameaça a esperança, e 'Qual pode ser a nossa contribuição?', pergunta que diz respeito à evangelização, levar a mensagem de Jesus aos outros.
Francisco disse que "o Evangelho não diz respeito somente à religião, mas ao ser humano como um todo, ao mundo, à sociedade e civilização humana. O Evangelho é mensagem de salvação de Deus para a humanidade".
O pontífice sublinhou que o Evangelho tem dois destinos que estão relacionados: "O primeiro, despertar a fé e isso é a evangelização. O segundo, transformar o mundo segundo o desígnio de Deus, e essa é a animação cristã da sociedade. Essas duas coisas não caminham separadas, mas formam uma única missão: levar o Evangelho com o testemunho de nossas vidas transforma o mundo. Este é o caminho." O Santo Padre destacou que São Francisco fez as duas coisas com a força do Evangelho. "Francisco fez aumentar a fé, renovou a Igreja e ao mesmo tempo renovou a sociedade, tornando-a mais fraterna, mas sempre com o Evangelho", disse ainda o pontífice.
O Papa Francisco convidou os jovens da Úmbria a seguirem o exemplo de São Francisco de Assis, testemunhando a fé com suas vidas e servindo Cristo nos pobres.
Fonte: Site da Rádio Vaticana
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