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Passos N.111, Dezembro 2009

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Acontece

RIO DE JANEIRO
Celebração da vitória de Cristo na carne

No dia 16 de outubro, na Paróquia Nossa Senhora de Copacabana, a comunidade do Rio de Janeiro celebrou os 25 anos de presença na cidade maravilhosa. Junto a Dom Filippo Santoro, Bispo de Petrópolis, a Missa em Ação de Graças contou com a presença de Dom Romer que, como Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, ao lado do Cardeal Dom Eugênio Sales, foi o responsável pela vinda de padre Giuliano e do então padre Filippo para iniciarem a experiência de CL na cidade.
Diversas autoridades compareceram ao evento, como o Deputado Federal Hugo Leal, os Deputados Estaduais Alessandro Moulon e André Corrêa, o Secretário Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência, Márcio Pacheco, e o Assessor do Governo Estadual, Luís Carlos Pugialli. Na assembleia, comovidos e agradecidos pela presença de muitos amigos, estavam presentes as famílias, os adultos, os jovens e os colegiais que compõem a comunidade. Outra presença altamente significativa foi a de Monsenhor Abílio, concelebrante ao lado de Dom Filippo e de muitos padres do Movimento. Padre Paulo Romão, responsável pela comunidade do Rio, lembrou agradecido a acolhida que o Movimento recebeu em sua Paróquia durante todo esse tempo.
Foram lidas mensagens do Cardeal Emérito Dom Eugênio Sales, do atual Arcebispo, Dom Orani Tempesta, e também de padre Carrón que disse: “Celebrar 25 anos da presença do Movimento na cidade de vocês é celebrar a vitória de Cristo na carne. A cidade de vocês se fez presente em muitos lugares onde vivem pessoas do movimento através da imagem do cartaz de páscoa. Mais uma vez o Senhor, por causa da misericórdia que sente pelo nosso nada, Se aproxima de nossas vidas introduzindo uma novidade inimaginável, renascendo sempre por meio de pessoas vivas que O tornam presente no meio do mundo. O afeto que Dom Giussani sentiu pelo Brasil o levou a propor a algumas pessoas a deixarem a Itália e a viajarem para viver com vocês, como foi o caso de Dom Filippo Santoro e padre Giuliano. Estas primeiras pessoas disseram sim e desencadearam respostas semelhantes em outros que decidiram também acompanhar o Movimento em seus primeiros passos. Hoje, para que cresça a nossa humanidade e vocês possam viver um novo início do que começou há 25 anos em vocês, cada vez mais maduro, precisamos empenhar-nos com o nosso eu como Dom Giussani. Precisamos querer fazer a mesma experiência que ele fez. Esse é o caminho que temos para crescer. Abraço-os a todos e me alegro com vocês”.
Após a missa, uma bonita festa esperava pelos convidados no salão da Comunidade Bom Pastor. Lá, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco da história de CL no Rio, por meio de testemunhos de membros da comunidade, de slides com fotos do passado e do presente e das primeiras músicas cantadas nos encontros e nas Escolas de Comunidade. Também foi projetado um vídeo com uma mensagem de padre Giuliano Renzi, que após onze anos de missão na cidade voltou para sua diocese em Rímini, na Itália. Padre Giuliano agradeceu a Deus por tudo o que viveu no Rio, pelos muitos amigos que fez e que nem mesmo a distância é capaz de separar. Lembrou episódios divertidos vividos com tantos jovens que encontrou, hoje homens e mulheres, muitos já com suas famílias, dando continuidade à grande obra que o Senhor realizou em suas vidas.
Finalmente, Dom Filippo relembrou fatos interessantes quando de sua chegada ao Rio e distribuiu o bolo que, no formato de um livro, trazia, de um lado Jesus Cristo, e do outro, Dom Luigi Giussani, a quem toda a comunidade de CL chama de pai.
(Valéria Lopes)

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INTERCÂMBIO ALTIS
Primeiros passos de um (insólito)

aperto de mãos entre amigos


Estão presentes Luca, italiano de Pádua, e Thiago, brasileiro de São Paulo, de 23 e 25 anos, respectivamente; também Simon, do Quênia, que tem 30; Euael e Abebe da Etiópia, por volta de 40, e por fim, Maged, do Egito, também ele de quase 40 anos. Acabaram de se encontrar para fazer Escola de Comunidade, em inglês, retomando as anotações do Dia de Início de Ano. “Encontramo-nos, se podemos, a cada duas semanas, quase sempre no Parque Sempione”, explica Luca.
Mas, como se formou um grupo tão variado? Para entender, é preciso voltar a março de 2009, quando Thiago, Simon e Luca começam um Master em Administração Empresarial na Altis, um instituto de especialização da Universidade Católica de Milão. Já nos primeiros dias de aula descobrem que têm uma coisa em comum: conheceram a experiência de Comunhão e Libertação nas cidades de onde vêm. Os cursos, nesse meio tempo, começam a se tornar exigentes, e os três fazem amizade com outros companheiros de curso. Simon tem ideia de propor a todos de rezarem o Angelus de manhã, antes do almoço: “Quando eu estava no Quênia, rezava todos os dias para não ver aquilo que eu fazia como um triunfo das minhas capacidades, mas como um dom de um Outro: quero que aqui também seja assim”.
“Durante uma conversa, terminamos por discutir com alguns companheiros sobre a relação entre fé e razão”, explica Luca: “Exatamente sobre o que estávamos trabalhando na Escola de Comunidade! E assim, pensamos entre nós: Por que não convidá-los para um jantar e explicar-lhes o que significa este trabalho?”. Assim aconteceu. Uma noite, na casa de Simon havia oito presentes. Luca e Thiago pensam no melhor modo para apresentar a Escola de Comunidade há uma semana. Mas, basta o jantar começar, e Simon surpreende a todos: “Para mim, não basta reduzir o meu relacionamento com Deus somente à oração: toda a realidade é o lugar onde acontece esse relacionamento. E a Escola de Comunidade é um instrumento que me ajuda a viver esta relação”. As suas palavras deixam os outros convidados provocados, e eles começam a contar de si mesmos. Por exemplo, Maged, que explica como foi difícil para ele ir à Itália: desde sempre habituado a planejar tudo antes de agir, diante de tantas dificuldades encontradas no novo país se sentia perdido. Depois, conheceu Simon, e se tornaram amigos: começou a confiar nele. “No jantar dizia que a cada dia pedia a Deus para protegê-lo e guiá-lo, e que aquela amizade era exatamente um sinal disto”, acrescenta Luca.
Naquela noite, decidem ainda encontrar-se para a Escola de Comunidade. No começo, com um pouco de dificuldade, depois sempre com mais desejo e constância: “Agora são Euael e Abebe que pedem para nos ver, ainda que tenhamos uma prova no dia seguinte”. Por isso, ali estão, no dia 26 de setembro, na Fiera de Rho, para o Dia de Início de Ano: “Para ajudá-los a seguir o encontro pedi a algumas amigas que fizessem a tradução simultânea para o inglês”, explica Luca.
Alguns meses atrás, nem mesmo se conheciam, agora Luca e Thiago vão à missa com a comunidade etíope. Euael e Abebe já estiveram dois fins de semana em Pádua com Luca. “Ninguém tinha feito com que eu olhasse para as circunstâncias como algo para mim”, confessa Euael. “Aprendi a julgar de verdade o que vivo: antes, as coisas belas eram somente uma distração, agora as vejo como um modo com o qual Deus me chama. E mudou também o meu modo de rezar: se antes pedia para que acontecessem coisas belas, agora Lhe peço que me dê amor e paciência para aproveitar o que acontece.”
(Emmanuele Michela)

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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