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Passos N.106, Julho 2009

ORDENAÇÕES - SÃO CARLOS

"A missão? É uma Presença a ser abraçada"

por Paolo Perego

Em junho, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, o Arcebispo de Moscou, Dom Paolo Pezzi, ordenou dois sacerdotes e três diáconos. Jovens muito diferentes entre si, mas unidos pelo mesmo desejo: servir Cristo no mundo. E aceitar o desafio de “Alguém que hoje aposta ainda mais em mim”

Pedro e Daniel. “Finalmente, agora é sério. Não que antes não fosse, ao contrário. Mas o que aconteceu no dia 20 de junho foi algo definitivo. Que não quer dizer um ponto de chegada, mas o verdadeiro início da realização da minha vida”. Quem diz isso é Pedro Rossotti, um dos dois novos padres, nascido em 1979. Criado na província de Varese, depois do colégio, matriculou-se em Filosofia, na Universidade Estadual de Milão. E, no ano da formatura, participou da peregrinação a Czestochowa: “Participei do gesto com um grande pedido: poder entender, com a ajuda de Nossa Senhora, qual era a minha vocação. Na volta, falei sobre isso com padre Stefano Alberto, também da São Carlos. Entrei no seminário em setembro de 2003”. Em 2006, chega em Boston, na universidade da cidade, para uma especialização em Educação e História Americana. No Natal de 2008 se transfere para Washington para estudar dois anos de Teologia no Instituto João Paulo II, onde estudou sobre Matrimônio e Família. “Agora ficarei aqui por mais um ano e meio. Depois, não sei aonde serei chamado. Veremos o que acontecerá, mas sempre com uma certeza: que Ele existe”.
Distante de Pedro milhares de quilômetros ao sul, no Chile, Daniel Dizione está mais próximo do que nunca por causa da ordenação: “Quando entrei no seminário, disse a mim mesmo: ‘Finalmente Alguém a quem posso dizer sou Teu’. Tornando-me padre, é como se me fizesse mais d’Ele do que antes”. Natural de Messina, sul da Itália, tem 34 anos. Depois de formar-se em Matemática, por causa do trabalho foi transferido primeiro para Roma e, depois, para Milão, onde trabalhou para uma importante empresa. Fez, ainda, uma especialização e participou da fraternidade com alguns engenheiros de Milão. “Sempre me senti acolhido. Mas era como se faltasse algo. Depois, nos Exercícios de 2000, padre Carrón lançou uma provocação: não se trata de uma ausência a ser preenchida, mas uma Presença a ser abraçada’. Fiquei exultante, como São Paulo em Damasco”. Transcorre um ano de luta e questionamentos: como podia ser isso? Justamente ele? “E a coisa estranha é que logo pensei na São Carlos, sem ao menos conhecê-los. Sim, sabia quem eram, mas nunca os havia encontrado pessoalmente”. E, enquanto fala ao telefone, começa a rir: “O Senhor realmente me levou a sério!”. Desde setembro do ano passado mora em Santiago, no Chile, em uma paróquia dedicada ao beato Pietro Bonilli. Ele também vai permanecer ali. “Este é o meu povo. No Sábado Santo fizemos a Via Sacra pelas ruas da cidade. Cerca de quinhentas pessoas participaram. Quando chegamos à última estação estava no cume de uma pequena colina. E me vi olhando para todos e me perguntando como Jesus os teria olhado. Percebi que os amava. Aqui, realmente acontecem milagres. E eu sou testemunha deles. Como na semana passada, com os meninos do catecismo que acordam cedo no sábado de manhã para fazer a caritativa, ficando com os velhinhos, e depois voltam para casa e contam que estiveram no lugar mais bonito do mundo”.

Tomados pela mão. Além de Pedro e Daniel, num “pequeno degrau abaixo”, Paolo, Lorenzo e Marco foram ordenados diáconos.
Paolo Di Gennaro, médico de Milão, 30 anos, foi enviado para Alverca, em Portugal, na estrada que sai da capital e leva ao Santuário de Fátima. Com outros padres da Fraternidade, ficará instalado na paróquia Os Pastorinhos, dedicada aos beatos Jacinta e Francisco, dois dos pastores a quem a Virgem apareceu. Já Lorenzo Di Pietro, 33 anos, de Varese, vai para Colonia, na Alemanha. Enquanto seu colega de classe, Marco Basile, 30 anos, italiano da Sicilia, formado em engenharia pelo Politécnico de Milão, irá engrossar a fila dos seus fraternos na República Tcheca, em Praga. E Paolo conclui: “Para nós também é um início. Mas, em relação à minha história, não posso deixar de reconhecer que alguém me tomou literalmente pela mão para me trazer até aqui. E agora, decidiu continuar apostando em mim”.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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