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Passos N.133, Dezembro 2011

ARACAJU - O SENSO RELIGIOSO

Uma abertura para todos

por Isabella S. Alberto

Em poucos meses, muitas iniciativas. Os amigos da pequena comunidade de Aracaju, contentes e gratos pelo encontro com o carisma de CL, usam toda a criatividade para comunicar a experiência que vivem

No dia 22 de outubro, no auditório do Mosteiro de São Bento, em São Paulo, o responsável nacional de Comunhão e Libertação no Brasil, Marco Montrasi (Bracco), realizou a apresentação do Dia de Início de Ano. Este evento, que havia sido realizado na Itália por padre Carrón, marca o caminho do Movimento e por isso foi proposto uma apresentação local com transmissão ao vivo via internet para 22 cidades do país que se organizaram para o gesto. Uma proposta simples que desafiou a liberdade de cada um. E quem aderiu pôde maravilhar-se diante daquela apresentação, que não foi feita apenas de palavras, mas carregava uma vida. Este foi o caso da pequena comunidade de Aracaju, em Sergipe. Eles reuniram 25 pessoas em um auditório, tendo proposto o encontro para amigos e conhecidos.
Terem se lançado assim na proposta é sinal da vivacidade destas pessoas que, um mês antes desta apresentação, já havia vivido grandes acontecimentos na comunidade. Primeiro, um almoço com Dom Henrique Soares da Costa (bispo auxiliar e vigário episcopal) que aconteceu no domingo, 25 de setembro. Camilo, responsável pelo Movimento na cidade, afirma: “Foi uma excelente ocasião para apresentar o Movimento e seus integrantes ao responsável pela diocese, explicar o que é o Movimento e como nos organizamos em Aracaju e, acima de tudo, comunicar e testemunhar nossa experiência. Os testemunhos de todos foram belíssimos e no final o bispo nos disse palavras importantíssimas e nos garantiu sua ajuda e simpatia”. As palavras de Dom Henrique foram as seguintes: “Eu creio profundamente que os movimentos e as novas comunidades são um dom de Deus para a Igreja, porque cada um é uma chance de encontrar Cristo de um modo novo e de um modo pessoal. (...) O que me agrada muito em Comunhão e Libertação é essa contínua referência à centralidade de Cristo. Como é bonito ver vocês e perceber que uns foram caminho para o outro e também percebo com alegria que um não para no outro. Não se trata de um clube de amigos, mas de um grupo de irmãos. Foi o amor de Cristo que nos uniu. Então, só subsiste isso aqui se o centro for Cristo, e aí venha o que vier – as incompreensões, as simpatias e antipatias, as limitações de cada um, as diferenças – e fica o essencial. Eu preciso do meu irmão e da minha irmã porque ele é um sacramento de Cristo. (...) Só neste ‘nós’ chamado Igreja eu posso ter certeza que o Jesus com o qual eu me relaciono não é uma fantasia minha. Por isso fico feliz pelo testemunho que eu vi aqui”.
O segundo fato foi a visita de Cleuza e Marcos Zerbini, que estiveram pela primeira vez na cidade. Apenas dois dias juntos, 28 e 29 de setembro, mas que foram vividos com grande riqueza e intensidade. Primeiro, no jantar com os amigos da comunidade. Ali Marcos afirmou novamente: “O Movimento Comunhão e Libertação salvou a nossa vida porque, em 2003, com um movimento popular muito grande construído, vivíamos um sentimento de vazio muito grande porque nada satisfazia o desejo do nosso coração. No encontro com o Movimento nós entendemos que era Cristo que construía, e não nós. E à medida que fomos dizendo sim as coisas foram acontecendo de uma forma espetacular”. A partir deste encontro eles mudaram a forma de ver tudo e hoje vivem a vida como aventura e a realidade como amiga. Na manhã seguinte, junto com os professores Camilo e Rodorval, seguiram até Salgado (interior do estado de Sergipe) para testemunhar a experiência de Igreja, desde a criação da Associação dos Trabalhadores Sem Terra até o encontro com o CL e a revolução que isso representou em suas vidas. Os ouvintes eram os participantes do Curso do Clero que reuniu quatro bispos e 180 padres da província eclesiástica de Sergipe (composta por duas dioceses e uma arquidiocese). Os dois professores já haviam feito quatro conferências sobre Doutrina Social e convidaram o casal com um grande objetivo: “A experiência deles testemunha a dimensão prática da Doutrina Social da Igreja, a operosidade que move o sujeito novo, suscitado pelo encontro com o Senhor vivo e presente. O intuito era mostrar como o homem novo é capaz de ser protagonista da história e de sua própria vida, encontrando soluções criativas para responder as necessidades dos homens, nossos irmãos”, afirma Camilo.
No início de novembro a comunidade aceitou mais um desafio. Promoveu um encontro público para falar sobre o livro O senso religioso, de Luigi Giussani. O evento foi realizado na Universidade Tiradentes, e contou com a presença de Otoney Alcântara, advogado e responsável pelo Movimento de CL em Salvador, e além dos professores Camilo e Rodorval, a mesa foi completada com a presença do bispo auxiliar de Aracaju, Dom Henrique. Otoney ressaltou que “a característica de Comunhão e Libertação é o amor à realidade. Dom Giussani era um homem que entendia que Cristo tinha a ver com tudo, desde a matemática até a política”; Camilo falou das reflexões de Giussani no livro e falou que no encontro com CL “descobri a fé como algo que realiza a minha humanidade”. O bispo comentou que esta obra de Dom Giussani não é um livro direcionado apenas aos católicos: “Esse é um livro pra quem é gente, pra quem quer descobrir um sentido para a vida, pra quem quer enfrentar perguntas bem difíceis: por que tudo existe? Por que eu existo? O que eu faço com a minha dor, a minha tristeza? Pra onde vai a minha vida? O que eu faço diante do mundo? O que eu faço diante da dor de viver, da angústia, da sede de ser feliz? Então, não é um livro para católicos, é um livro pra gente”.
Após estes eventos, a Comunidade também realizou a Coleta de Alimentos.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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