Difícil pensar em uma coisa mais universal. Atravessa o tempo e o espaço, épocas históricas e civilizações. E une todos, porque todos temos – ou tivemos – uma. É por isso que quando um Papa fala “à família”, fala a todos. A cada um de nós, um por um. E a cada um daqueles milhares de fiéis que receberam Bento XVI no aeroporto de Bresso, para a Missa de encerramento do VII Encontro Mundial das Famílias, realizado na Itália. Um por um.
Assim, agora que o encontro acabou, agora que aquele povo sui generis, um povo singular e bom (onde vocês já viram tantos rostos felizes juntos?), vindo de todo o mundo, deixou Milão levando para casa um tesouro de encontros e experiências, fica uma pergunta, aguda. Ao lado de muitas verdades ditas sobre a família, junto àquelas palavras ditas com força para falar de temas e valores específicos (o casamento, o amor recíproco, a educação dos filhos, a dor dos divórcios) ou para interpelar a sociedade política e civil, que não tutela suficientemente aquilo que o cardeal Angelo Scola – chefe da casa – definiu como o “recurso fundamental comum a cada homem de cada tempo e
lugar”. Junto e dentro de tudo isso, o que o Papa disse a mim? A mim, que sou pai, ou mãe, ou filho, mas que, junto e dentro de
tudo isso, sou um ponto irredutível, um eu? Nas páginas seguintes, vocês encontrarão alguns trechos das colocações do Pontífice em Milão. O convite, naturalmente, é o de retomar todos os textos, integralmente, e estudá-los a fundo. Mas já aqui, nessa pequena antologia, é possível identificar o fio condutor daqueles três dias em Milão: o apelo contínuo a uma “vida plena”, o “chamado a coisas grandes”, à “alegria da fé”, àquela “santidade, via normal do cristão” que diz respeito a todos nós. E, em primeiro lugar, o convite àquilo que torna possível tudo isso, inclusive em família: o relacionamento com Cristo. É Ele o “tecido da vida, pessoal e comunitária”. É Ele o “Deus próximo, capaz de sustentar o homem e a sua vida também nas dificuldades”, como
nos lembrou o Pontífice no Teatro Scala (falando sobre o terremoto que tinha acontecido naqueles dias na região italiana da Emilia). É dEle que temos necessidade, acima de qualquer coisa: para instigar a família e para viver, para arriscar e se esforçar. Precisamos de Cristo, Deus que se fez carne e companheiro. E precisamos daquela Igreja em que se torna presente agora. Obrigado, Pedro.
Obrigado, Papa.
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