“Um grito em meu coração, alguma coisa que me despertou para tudo”. Ou “um testemunho radical e contemporâneo do que acontece quando Cristo entra na vida e tudo se torna caminho para conhecê-Lo”. Ou ainda, “um espetáculo, porque se via que quem trabalhou nela e a fez sua, não apenas aprendeu”. Palavras de Maria José, Macarena, Soledad... E de outros que trabalharam durante seis meses para que acontecesse o que se viu no pátio João Paulo II da Universidade Católica de Santiago.
Quem arrisca e quem não se arrisca. “O que é o homem para dele cuidares”, a exposição do Meeting 2012 sobre Jérôme Lejeune – o geneticista francês que encontrou as causas da síndrome de Down – desembarcou também no Chile. E se prepara para pegar a estrada, porque depois de duas semanas na Universidade Católica começou a ser solicitada por paróquias, dioceses e centros culturais. Um pequeno boom, totalmente imprevisto.
A ideia fora esboçada em La Thuile, na Assembleia Internacional dos responsáveis de CL, “quando Carrón sugeriu, para se viver o Ano da Fé, que pensássemos em gestos que mostrassem a pertinência da fé para a vida”, conta padre Martino De Carli, responsável pelo Movimento no Chile. “Quem esteve em Rímini me falou da exposição sobre Lejeune. Assim, pensamos em propô-la”.
Antes de tudo, como ocasião para a comunidade. Muitos se lançaram no projeto, sobretudo os jovens universitários. Outros se movimentaram menos. “Mas se tornou uma possibilidade para todos, porque propor um gesto faz sempre virem à tona o desejo e a liberdade. Podemos ver quem arrisca e quem não se arrisca”. E entre os que se arriscaram havia pessoas encontradas há pouco tempo: uma professora de Biologia, uma médica...
Seis meses com muito trabalho para traduzir os textos, organizar os painéis, escolher o local, propor. Sobretudo organizar os encontros, pois no caminho foram se envolvendo, de maneira inesperada, personagens com os quais floresceu uma amizade. “Manuel Santos, por exemplo, geneticista e biólogo da Pontifícia Universidade Católica: descobrimos que havia trabalhado durante três anos, em Paris, com Lejeune. Ele nos deu uma ajuda enorme com a tradução e se envolveu conosco. Mas nos demos conta de que também o ex-reitor da universidade, Juan de Dios Vial Correa, médico e biólogo, fora o homem que, na prática, substituíra Lejeune na Academia Pontifícia pela Vida. Nós o convidamos para a inauguração. Ele ficou muito feliz”.
O grande ganho. A abertura foi feita no dia 15 de abril; a apresentação oficial, dia 19, com o Salão Nobre lotado com trezentas pessoas. Padre Martino introduz explicando o que é o Meeting de Rímini; Pilar Vigil, ginecologista, narra a vida e a personalidade do cientista francês; Manuel Santos explica a obra dele e Juan de Dios Vidal impressiona a todos falando da sua relação com a doença, do desígnio misterioso de Deus e das crianças do Evangelho.
Depois, a visita à exposição com uma dezena de guias (quatro professores e o resto, jovens universitários), a chegada do Bispo, Dom Riccardo Ezzati, do Núncio apostólico, Dom Ivo Scapolo, de professores, alunos, gente simples, os artigos na imprensa local. E os pedidos de “réplicas” em outros locais.
Foi um verdadeiro testemunho. “O que descobrimos? O alcance cultural do carisma, que sabe mostrar o nexo entre Cristo e a realidade”, diz padre Martino. “Mas, sobretudo, que todas as vezes que apostamos naquilo que nos é proposto e em Cristo, Ele vence. Se manifesta e vence. Porque o grande ganho de um gesto assim foi que O conhecemos melhor”.
Emanuele Braga
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