Passos N.151, Agosto 2013

APROFUNDAMENTOS

O que é a Coleta para quem faz a Coleta

por Liziane Rodrigues

Testemunhos de coordenadores do gesto em diferentes cidades do Brasil

Para saber onde o gesto será realizado no dia 9 de novembro e como participar, acesse: www.cdo.org.br/coletadealimentos


“Fiquei muito contente e grata com o encontro de preparação. Foi a possibilidade de aprender uma consciência nova do significado da Coleta de Alimentos. Ouvindo a experiência das pessoas e os desafios que vivem me identifiquei totalmente, pois vi que elas fazem o mesmo caminho que eu. Pude fazer a experiência da unidade, de pertencer a uma história, a um povo. Algumas pessoas eu já conhecia e alguns já eram meus amigos, porém tantos outros eu nem conhecia. Mas havia uma familiaridade impressionante entre nós. Eu sempre gostei de fazer a Coleta, porque Deus colocou dentro do meu coração um desejo de bem, de fazer alguma coisa de forma totalmente gratuita. Mas, ficou claro para mim que só o meu esforço pelo "gosto" de fazer é pouco para me sustentar no tempo diante desse gesto, porque qualquer um pode fazer um gesto de bondade, de caridade. Porém, eu não tenho as razões do por quê faço, as dificuldades me param, a falta do êxito e o limite meu e do outro me determinam. Ao contrário, fazer um gesto de caridade que pode durar no tempo, carregando as razões e os critérios, só é possível pertencendo a lugar, feito de rostos concretos, que me educa constantemente e pode sustentar o meu ‘sim’ diário, que é cheio de limites, porém, carregado da certeza de que só Cristo, Aquele que colocou um desejo de bem no meu coração, pode realizá-lo. Sai do encontro com grande desejo de comunicar à ‘minha equipe’ em Brasília, a beleza do que vivi no Enca. Como fruto desse gesto, fizemos em Brasília o nosso primeiro encontro da Coleta 2013, muito simples, mas significativo. Trabalhamos pessoalmente o texto "O sentido da caritativa" e pensamos algumas ações concretas para esse ano.”
Ângela, Brasília (DF)

“O encontro de preparação para mim foi uma ajuda a retomar o gesto da coleta tendo a oportunidade de ouvir os amigos falarem sobre suas experiências. Foi importante também aprofundar o sentido das 10 linhas. Voltei para Rio Preto com o desejo de tornar a coleta um caminho educativo para mim e para os coordenadores e voluntários, que nos desperta para sairmos de nós mesmos e correr o risco de encontrarmos outras pessoas, a ser desafiados nas abordagens e nos encontros que fazemos.”
Glorinha, São José do Rio Preto (SP)

“No encontro de preparação tive o prazer de conhecer pessoas que já me faziam companhia no gesto mesmo vivendo em outras cidades, que me mostram o Outro, de ter aprendido muito e de ter me educado um pouco mais. No encontro surgiu ainda o desejo de que outros encontros como esse aconteçam.”
Shyrley, Teresópolis (RJ)

“A insistência de Luciano [coordenador em Florianópolis, onde comecei a fazer a Coleta] em ler sempre as 10 linhas nos encontros da Coleta me fez ficar atenta a isto e perceber que a correspondência que tenho pelo gesto chega por meio desta ajuda. Como o que estava escrito nas 10 linhas me perturbava e se tornava concreto em cada ano. Os trechos que me foram dados me fizeram viver cem vezes mais cada Coleta em diante. Em 2012, mesmo com menos voluntários (já em Aracaju) e nos vendo em poucos, o que me ajudou a retomar aquele dia, foi lembrar de um trecho das 10 linhas. Vi que a Coleta estava sendo dada a mim naquele dia. Para testemunhar como fui olhada por ser escolhida de estar ali. E isto que definiu o meu dia... Me fez vibrar e dizer: É isto que quero por toda a minha vida. E acredito que foi este olhar que fez uma mãe e filha voltarem a fazer a Coleta pela segunda vez conosco sem serem convidadas e saberem acidentalmente.”
Joanna, Aracaju (SE)