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Passos N.155, Fevereiro 2014

SOCIEDADE / COMPANHIA DAS OBRAS

Uma novidade para o trabalho

por Luciana Taíza de Oliveira Batista

O fascinante, e às vezes oprimente, mundo do trabalho pode ser vivido como o lugar da liberdade. Existem exemplos reais, e a Companhia das Obras é uma ajuda a reconhecê-los


Após a realização do 2º Fórum Nacional da Companhia das Obras do Brasil, realizado na cidade de Belo Horizonte em maio de 2013, nasceu em alguns amigos que participaram daquele gesto o desejo de dar continuidade ao trabalho que havia sido proposto naqueles dias pelo presidente internacional da Companhia das Obras (CdO), Bernard Scholz.
Naquela ocasião o encontro teve como tema “Com a audácia do realismo”. Um dos frutos deste Fórum foi que na cidade do Rio de Janeiro um grupo percebeu o que a Companhia das Obras poderia proporcionar como experiência no ambiente de trabalho, a ponto de não haver mais a dicotomia entre a vida de Igreja, a experiência no Movimento, e o cotidiano do trabalho. Essa era a possibilidade de viver no ambiente de trabalho toda a experiência vivida também nos encontros e com os amigos que pertencem ao Movimento Comunhão e Libertação.
Vale dizer ainda, que se percebeu essa possibilidade olhando também para a forma como Bernard vivia aqueles dias, mesmo sendo um final de semana, estando longe de seu país, ele fazia tudo aquilo maravilhado pelo trabalho que exercia. Via-se que ele estava feliz por servir o outro.
Assim, ao pequeno grupo que, no Rio de Janeiro, já se reunia desde antes do Fórum, juntaram-se outros amigos e neste primeiro encontro de retomada foi apresentado, para aqueles que ainda não conheciam, o que é a CdO, o que ela se propõe e como surgiu. Aquele momento foi um acontecimento, pois sintetizando o que era aquela nova amizade que surgia, notava-se que toda a experiência dos dias vividos durante o 2º Fórum era verdadeira.
Assim, o italiano Andrea Pasquin, responsável pela CdO no Rio de Janeiro, sinteticamente explicou que a CdO é uma amizade operativa entendida como um momento em que a pessoa, seja ela empresário ou colaborador, possa encontrar uma companhia, uma amizade, que a ajude a olhar o trabalho como instrumento que parte não somente da competência sua ou de seus colaboradores, mas sim da humanidade que passa através da competência/especialidade de cada um. De forma que tal competência possa crescer de modo que a humanidade do profissional não seja triturada pela mentalidade comum, onde o dinheiro, o sucesso, é o único objetivo da vida laboral.

Abrindo-se à novidade. E neste sentido foram lançadas algumas perguntas, tais como: “O que sentimos como exigência?” e “Que perguntas eu tenho em relação ao meu trabalho?”, uma vez que, segundo Andrea Pasquin, somente através das perguntas é que há a possibilidade de entrar uma novidade no cotidiano, daí a riqueza das perguntas. Pois são elas que permitem que algo de novo entre naquilo que já é considerado óbvio.
Nesta ocasião, iniciou-se um debate partindo dessas perguntas, em que cada participante começou a contar as necessidades que entendia como urgentes naquele momento, partindo sempre das experiências vividas nos seus ambientes de trabalho. Então, foi decidido o tema do próximo encontro, “A Gerência do Chefe”.
Com o intuito de aclarar melhor o tema, foi proposto ao grupo a exibição do filme “O diabo veste prada”, contudo, todos deveriam assistir ao filme antes da data marcada da próxima reunião, destacando algumas cenas que considerava interessante ser levadas ao debate. Nesta ocasião, o palestrante foi José Cosmo, integrante também do grupo da CdO, hoje aposentado, porém que possui vasta experiência na área de gestão de pessoas.
O primeiro ponto abordado neste encontro, partindo não somente da experiência de cada participante, mas também das cenas do filme, foi a possibilidade de gerenciamento e administração do próprio chefe, tendo em vista que muitos tinham a ideia de que isso era algo impossível. Passada essa primeira objeção, chegou-se a conclusão de que a grande dificuldade era negociar o que o colaborador espera do chefe e as expectativas que o chefe tem sobre seu colaborador. Tarefa esta que normalmente não é feita por nenhuma das partes e gera no colaborador apenas o sentimento de que seu chefe é centralizador e autoritário, não se aprofundando em conhecer as verdadeiras características dele. Portanto, todos deveriam se perguntar quais eram os pontos fortes que o chefe possuía e valorizá-los, minimizando ao máximo possível os pontos fracos. Deste modo, o chefe teria a possibilidade de se tornar uma pessoa única, cheia de anseios e expectativas iguais ou além daquelas que o colaborador possui.
Introduz-se, assim, um modo novo de olhar, diferente da maioria. Uma possibilidade real de mudança ao alcance de todos.
O próximo encontro já foi definido e será realizado no mês de fevereiro do ano de 2014, cujo tema é “Gestão da Carreira”.

ANOTE:
3º Fórum Nacional da Companhia das Obras do Brasil

24 e 25 de maio de 2014
Rio de Janeiro-RJ
Informações: www.cdo.org.br

 
 

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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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