Sete anos do documento de Aparecida
Há sete anos, em 31 de maio de 2007, terminava a Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, mais conhecida como Conferência de Aparecida. Na época, ninguém imaginava que o presidente da Comissão de Redação do Documento Final, Cardeal Jorge Mário Bergoglio, seria o próximo papa e que o texto já apontava para muitas das indicações que o Papa Francisco faz hoje para a Igreja universal.
Quem lê o documento, se depara imediatamente com o fascínio despertado pelo encontro com Cristo e com a alegria e a gratidão como marcas características da pessoa mudada por este encontro. Lá está também a paixão missionária, a consciência de que a comunidade cristã tem sempre que sair de si, ir às periferias da existência. E a opção pelos pobres, pelos excluídos e desamparados, não como opção ideológica, mas como exigência fundamental no seguimento de Cristo.
No Brasil, o trabalho de reflexão sobre o Documento de Aparecida encontra-se bem expresso nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasilpara o período 2011 – 2015, da CNBB. Logo no início, o documento afirma: “Toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e para o Reino do Pai. [...] A paixão por Jesus Cristo leva ao arrependimento, à contrição e à verdadeira conversão pessoal e pastoral” (nº 4).
Com seu testemunho, o Papa Francisco vem mostrando que cristãos e não cristãos têm o mesmo desejo, o mesmo fascínio, de ver e tocar pessoas mudadas pelo encontro com Cristo; que este encontro, vivido na sua integralidade, não nos fecha em guetos intimistas, mas nos lança em direção a todos, principalmente aos que mais sofrem, levando não só o anúncio missionário, mas também a solidariedade material.
O Documento de Aparecida nos fala de um cristianismo que é uma vida plena e que transborda para o mundo, que nada tem a ver com a repetição de princípios doutrinais, os moralismos brandos ou crispados ou o medíocre pragmatismo denunciados pelo Papa Bento XVI (cf. nº 12). Um cristianismo que todos queremos para nós e para o mundo.
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