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Passos N.99, Novembro 2008

EXPERIÊNCIA - BRASIL | ELEIÇÕES 2008

Um momento de anúncio

pela redação

Durante o período de campanha política para as últimas eleições, Comunhão e Libertação distribuiu mais de um milhão de panfletos em diversas cidades do país. O texto era intitulado “A política é para todos”. Com esse gesto, o Movimento procurava testemunhar uma novidade de vida que é para todos. A seguir, algumas mensagens que recebemos de diferentes pontos do Brasil. Grandes distâncias geográficas unidas pelo mesmo sentido.

A beleza que se encontra no gesto
Vivemos sem perceber a realidade que nos cerca. Passamos, sem nos dar conta, por um mundo cheio de pessoas e de acontecimentos. Até que, subitamente, um gesto de anúncio nos joga de encontro a tudo aquilo. E descobrimos, ainda com mais força, a beleza daquilo que nos aconteceu e o encanto de viver.

“Pego o metrô para ir ao trabalho todos os dias. Entro, muitas vezes sem me dar conta, num fluxo que me leva até o escritório. Um rio de pessoas que, no mesmo horário, saem de casa, pegam o metrô, pensam no dia que começa, nos problemas que deixaram em casa, e cansados ou não, tristes ou não, entram nos prédios para começar o dia de trabalho.
Essa panfletagem me colocou num certo dia do outro lado desse fluxo, atravessando-o. Vendo um rosto depois do outro, estendendo a mão e falando um “bom dia”, me dei conta que eu sou parte daquilo. Quase não dava para trocar uma palavra, pois todos estavam com pressa, mas, quando eu entregava aquele panfleto, entregava uma parte de mim. Para muitos de nós foi evidente que aquilo que escrevemos era dizer simplesmente: “Eu sou isso, um homem apaixonado por Cristo, que pertence a Comunhão e Libertação. Por causa desse encontro tudo me interessa, inclusive este momento eleitoral. Faço uma experiência que me mostra que todos podemos ser protagonistas da nossa história”.
Eu e os amigos que se envolveram nesse gesto experimentamos uma certeza ainda maior daquilo ao qual pertencemos e uma alegria em poder mostrar o nosso rosto mudado pelo encontro com Cristo hoje! Como nos disse padre Carrón, o desafio agora é ser como aquela mãe que continua sorrindo para que a criança possa dar o primeiro sorriso: a partir da nossa mudança, do nosso testemunho, se pode arrastar quem ainda está perdendo o melhor da batalha!”
Bracco (Rio de Janeiro)

A força do testemunho
Mesmo dizer Cristo pode ser uma abstração. Por que temos esperança? Por que podemos dizer a todos, conforme estava escrito no panfleto com o juízo sobre as eleições, que “precisamos ajudar a eleger pessoas que defendem a vida e o bem comum? Porque encontramos essas pessoas, todos os dias, na vida da Igreja. É o testemunho que elas nos dão que ilumina o nosso caminho e nos permite perceber que a verdadeira esperança vem do fato de já vivermos, apesar de todas as nossas contradições, a partir do encontro com Ele.

“Em Belo Horizonte, um de nossos amigos, o Benê, se candidatou a vereador. Sabendo disso, nós o convidamos a nossa reunião de Escola de Comunidade. Sua visita revelou-se um encontro marcante. Era impressionante ver o que é a experiência de um homem que se abandona à vontade de Deus, que arrisca tudo nisso e que tem clareza de que sua esperança está na experiência cristã que faz. Para mim, os dias seguintes foram determinados pelo desejo de fazer também esta experiência. Olhar para aquele amigo era me dar conta imediatamente do Mistério presente: ele se tornou um ponto de fuga para mim.
Assim, propus aos amigos da Escola de Comunidade que nos envolvêssemos com a sua campanha, distribuindo os “santinhos”. Depois de algumas dificuldades, arriscamos neste gesto que, para mim, era um grande pedido para que aquela experiência de verdade inconfundível, de maravilha, re-acontecesse. Entendi que me envolver na campanha era ficar diante de Cristo, não pelas consequências políticas, mas pelo testemunho que havia visto. Fiz pouco, com todo o meu limite, mas como Deus realiza as coisas através disso! Panfletamos em alguns barzinhos próximos ao local da Escola de Comunidade e, ao final, nós que começamos envergonhados, ensaiando as palavras, estávamos tão contentes, satisfeitos pelos encontros que tínhamos feito! Uma mulher que abordei, depois de um tempo de conversa dizendo que não tinha candidato, que estava desanimada com a política, enfim me disse: "Vou aceitar a sua proposta de candidato porque vejo que você é verdadeira". Insistiu nisso e depois completou: "Pode me dar mais santinhos porque vou te ajudar, vou divulgar na minha família e no meu trabalho!" Pegou dezenas de ”santinhos”! Eu fiquei feliz demais! Alguns amigos disseram que entenderam porque valia a pena fazer aquilo ao ver a experiência de realização que fizemos, os encontros que aconteceram. Houve pessoas que diziam não querer e depois pediam um santinho para a gente. Muitas pessoas perguntaram se estávamos recebendo para isso e fomos entendendo que aquele gesto era um bem que desejávamos para nós e para aquelas pessoas, tanto é que o que estava em jogo não era atacar os demais candidatos.
Na semana seguinte, aderimos ao gesto da panfletagem do juízo sobre a política. Foi impressionante porque foi a mesma experiência de satisfação! Muitas pessoas perguntavam se aquilo era partidário, muitas vezes tinham objeções... Mas também esse momento foi ocasião de nos encontrarmos de verdade com as pessoas, arriscando todo nosso eu ali. Por último, ao divulgar numa capela, foi surpreendente: a irmã pediu pra que deixássemos vários panfletos do juízo na capela e ainda ficou com o santinho do Benê! Fui entendendo que eu não fazia a panfletagem por uma regra, muito menos por temperamento, mas por afeição a um outro, que era sinal evidente de Cristo. E tanto a panfletagem quanto os encontros que organizamos para as pessoas conhecerem o Benê foram experiências que me fizeram ficar mais inteira na vida, dizendo eu de verdade. Fiquei muito agradecida pelo sim do Benê, que permitiu que eu também crescesse no meu sim à realidade, a Cristo.
O Benê não conseguiu os votos necessários para se eleger e confesso que isso me deixou muito triste.Mas, nessa ocasião, o Movimento organizou um encontro com o ator Pedro Sarubbi, que foi Barrabás no filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, e depois se converteu. Vimos o filme e me lembrei muito do Benê. Também Cristo se abandonou à vontade do Pai e o resultado pareceu um fracasso, mas na verdade foi a nossa salvação...”
Amanda (Belo Horizonte)

Por amor a Cristo
O que move o cristão não é o resultado de seu gesto, mas a resposta ao amor de Cristo. Por isso, a panfletagem não foi um gesto voluntarista para mudar o mundo, mas sim de gratuidade, onde se compreendia melhor o que Seu amor por nós.

“Eu até que ‘gostei’ quando alguém recusava o panfleto ou fazia uma grosseria. Não porque eu sou doida ou goste de sofrer. Não! Pelo contrário, mas é que, quando me deparei com essas atitudes, percebi que não era tanto por aquelas pessoas, ou mesmo por mim, que eu estava fazendo a panfletagem. Fazia aquilo porque sou grata a Ele por tudo isso que encontrei, como o padre Paulinho nos disse. Faço por amor a Ele e, portanto, por amor àquilo que Ele me deu. Cristo não precisa que a gente panflete, eu não tenho a presunção de salvar ninguém, quem prometeu a salvação foi Ele, não fui eu. Mas por amor a Ele, e ao que Ele me deu, estava lá, panfletando com as meninas. Além disso, percebi como a amizade realmente é importante, e fiquei muito mais próxima de minhas amigas que panfletaram comigo.”
Paula (Rio de Janeiro)

“Com a panfletagem estamos nos encontrando muito, e pra mim isso está sendo de grande ajuda. Principalmente porque quando panfletávamos sempre surgia o assunto de "por que estamos fazendo isso?" ou "por que esse panfleto?", etc. Na medida em que compreendia porque fazer esse gesto, incrivelmente fui ficando muito mais tranquila com tudo o que tenho que fazer e agradecida pela companhia que Ele me deu de presente!
Com exceção dos nossos amigos mais próximos, as pessoas muitas vezes não se mostravam muito interessadas nos panfletos,...Mas não é minha responsabilidade convencer ou converter ninguém, é por uma gratidão, e porque a política faz parte de nossas vidas. E, quem sabe, pode ter despertado algum cristão que estava passando por ali. Também nos perguntamos muito sobre a palavra "cristãos" no panfleto. O padre Paulo nos explicou que precisamos mostrar nossos rostos, e a Cláudia falou uma coisa legal: se não tivesse isso seria a mesma coisa que a propaganda de conscientização da TV.”
Jéssica ( Rio de Janeiro)

“A experiência da panfletagem foi muito bonita. Não achei que poderia ser assim... Muitos nos olhavam de um jeito que parecia que você estava cometendo um crime. Houve uma pessoa que chegou até a falar um bando de besteiras para mim. Só que, quando isso acontecia, eu pensava que Cristo nos salvou quando ainda éramos pecadores e em quantas vezes Ele sorri pra mim e eu viro a cara. Essa panfletagem está sendo pra mim um exercício de caridade, por isso eu entrego os panfletos com um sorriso porque eu tenho que imitá-Lo e Cristo sorri para mim todos os dias,e faz tudo isso gratuitamente.”
Luana (Rio de Janeiro)

Uma liberdade diante do mundo
A partir do testemunho dos amigos, nós também vamos nos arriscando nos gestos que nos são propostos. Assim como eles, vamos descobrindo uma liberdade que nasce da consciência de que é Deus quem cuida, e não nós. Contudo, a suprema liberdade e a maior experiência de ser amados acontece quando nos identificamos a Cristo, e percebemos toda a riqueza, toda a profundidade e toda a beleza de segui-Lo.

“No primeiro dia da panfletagem, eu estava na parte final da escadaria do metrô Barra Funda, quando vi dois guardas do metrô descendo em minha direção. Inicialmente fiquei com receio, mas logo depois me lembrei da Cleuza, que na ocasião de uma ação de despejo contra a sua Associação, ficou amiga do oficial da justiça.
Eles perguntaram o meu nome, pediram o folheto e eu expliquei que aquilo não era propaganda eleitoral, mas sim um folheto para as pessoas refletirem sobre a importância das eleições. Contei que o Movimento Comunhão e Libertação juntamente com a Associação dos Trabalhadores sem Terra têm muitas obras e para nós é muito importante que os políticos que entrem apóiem essas iniciativas populares. Um dos guardas falou que tinha sido carteiro e já tinha entregado correspondência na Associação. Começamos um bate papo amigável e como não podiam deixar-me ali, porque obedeciam ordens, disseram-me que conheciam um lugar muito bom para me indicar. Pedi para me ajudarem a carregar os pacotes, já que tinham me tirado o "ponto"... Eles foram muito disponíveis e me levaram para um local onde passavam muitas pessoas. Enquanto eles carregavam os pacotes, eu sorria pensando na Cleuza, pois graças ao testemunho dela, eu também tinha experimentado a positividade do real!
No segundo dia, fui para a Estação Lapa do metrô. Já estava um pouco cansada e comecei a repetir: "Te ofereço, Jesus" ou "Veni Sancte Spiritus, veni per Mariam". Aos poucos comecei a entender que estava oferecendo Jesus àquelas pessoas. Algumas começaram a jogar o panfleto alguns metros adiante. Eu pensei que aquilo poderia estimular outras a fazerem o mesmo e fui pegá-los do chão. Estava arrumando-os quando sujei minha mão num folheto sujo de escarro. Uma repugnância imensa me invadiu. Limpei a mão, mas não tinha aonde lavá-la, e estava ficando agoniada... Revoltei-me pensando: "estou oferecendo Jesus e olha o que ganhei..." Imediatamente veio à mente que eu estava enojada porque minha mão tinha se sujado enquanto Jesus tinha a sua face como alvo de cusparadas... Senti uma piedade por Jesus, por quanto Ele tinha se doado e recebido humilhações em troca. Chegando em casa fui ler o trecho de Isaías e aquela imagem não me saía da cabeça: Jesus flagelado, com a face suja...
“O Senhor Iahweh abriu-me os ouvidos e eu não fui rebelde, não recuei. Ofereci o dorso aos que me feriam e as faces aos que me arrancavam os fios da barba; não ocultei o rosto às injúrias e aos escarros." (Is. 50,5)
Entendi que a "resistência" que padre Carrón citou uma vez, era para mim, a resistência para olhar Jesus flagelado, ficar ao lado Dele também nesse momento... Compreendi que o gesto da panfletagem deve ser uma ocasião de mendigar uma familiaridade com Ele, superando a tentação inicial de afirmar uma generosidade minha. O resultado para os outros eu não sei, mas é preciso que algo "aconteça" para mim, de modo que eu O conheça um pouquinho mais e aumente minha afeição...”
Regina Tomie (São Paulo)

Algo de diferente acontece
Apesar da descrença generalizada, dos que não acreditam que algo de novo possa acontecer, muitos encontros mostraram que vale dar testemunho da experiência de beleza que vivemos.

“A participação na panfletagem na Praça da Piedade foi um gesto provocante onde minha liberdade foi colocada à disposição de uma ação que a princípio era banal. Mas encontrar aquelas pessoas e provocá-las à importância da política foi também uma provocação para mim que nunca tinha dado tanta importância às eleições como fiz neste ano.”
André (Salvador)

“A panfletagem deveria começar às 12h30, mas às 13h eu tinha que estar no trabalho. Assim, tive pouco tempo para distribuir os panfletos. No máximo 15 minutos de panfletagem, mas que foram suficientes para distribuir de 200 a 300 panfletos. Ou seja, foram 15 minutos que valeram um dia de trabalho.”
Sérgio (Salvador)

“Eu e Jaci panfletamos na Arco Verde. Um senhor chegou a voltar e me pediu mais panfletos porque tinha gostado e queria levar para a associação de moradores. Ontem fui à missa do Sacre-Coeur e o padre me deixou dar o aviso da panfletagem no microfone de modo que foi um sucesso. Todos que estavam na missa receberam o panfleto. Marco Aurélio me ajudou.”
Eliana (Rio de Janeiro)

“A panfletagem, gesto simples no centro da cidade, foi uma grande oportunidade para confirmar o sim às propostas do CL. É fantástico poder sentir-se livre em uma atividade sem a preocupação com o resultado. Participar simplesmente por obediência, como um gesto de adesão, dando prioridade a estar junto daquelas pessoas, renovando a unidade que tem Cristo como referência. O que parece ser um gesto banal na verdade é renovação da minha fé, do pertencer a essa história.”
Cássio (Salvador)

“Eu, Mara, Eliane, Rosângela e Flávio panfletamos na saída da missa das Paróquias Bom Pastor (Tijuca), Nossa Senhora do Líbano e Sagrados Corações. A recepção até que foi boa, apesar da disputa por espaço com outras pessoas que também panfletavam. O mais interessante é que a panfletagem nos ajudou a ficar mais tempo juntos, criar um laço bonito de amizade e colocar em jogo a nossa identidade.”
Walter (Rio de Janeiro)

Além da nossa medida
Costumamos avaliar até mesmo os nossos gestos segundo a nossa medida. Assim, acabamos, muitas vezes, vencidos pelos nossos próprios limites. Até que Deus nos mostra que é Ele quem faz, por meio da nossa entrega, e não de nosso sucesso. Então, o que parecia um desastre se mostra, na verdade, uma ocasião pela qual Deus nos ama particularmente.

“No dia 1º de outubro, resolvemos panfletar ir à missa na igreja de Santa Terezinha para distribuir o panfleto sobre as eleições. Estávamos somente eu e o Júnior, mas foi um momento de grande beleza. Programamo-nos para participar da última celebração do dia, às 20h. Só que caiu um grande dilúvio, o trânsito ficou péssimo, como a igreja era bem escondida acabamos nos perdendo. A igreja fica bem no alto de uma ladeira, no final de uma escadaria com mais de 66 degraus...
Estava quase chorando e querendo voltar pra casa. Mas carregava os panfletos na bolsa há uma semana, sem coragem de entregá-los, e pensei em todos os amigos do Movimento que estavam se doando e colocando a cara na rua. Resolvemos insistir, entregar assim mesmo os panfletos, e ofereci aquele meu sacrifício. Mas quando nos decidimos a panfletar, voltou a chover forte! Na hora me veio a pergunta: “Por que logo agora, Santa Terezinha? Eu nem mesmo estou querendo muito fazer isso!”
Meu Deus que tola eu fui... Lá embaixo, duas amigas panfletavam para um candidato amigo nosso, conhecido das bases católicas de Niterói. Pensei na minha insignificância e fiquei ao lado delas. Todas as pessoas que pegavam, agradeciam o panfleto molhado que recebiam e ainda abençoavam a gente por fazer aquele gesto no meio da chuvarada.
Saber o que todos faziam a partir do juízo dado às eleições, mudou muito a nossa medida e a forma como encaramos os desafios que a vida nos propõe.”
Ana Maria e Júnior (Niterói)

Uma beleza que se comunica
Todos os momentos de nossa vida são tocados por um gesto como esse da panfletagem do juízo sobre a política. A partir daí, “aprendemos a viver com mais entusiasmo e fascínio a Novidade que encontramos” em nossa vida.

“Ajudar a distribuir o panfleto sobre as eleições na Praça da Piedade, me ajudou a fazer crescer o meu coração por duas razões. Em primeiro lugar, permitiu que eu me aprofundasse na beleza de Cristo, porque só por Ela tive a coragem de ir a um lugar público e comunicar Aquilo que nós experimentamos, para que outras pessoas pudessem participar da mesma aventura. Em segundo lugar, foi uma ocasião de novos encontros, que nos levam a abrir a porta do próprio coração, para que outras pessoas possam entrar: Com os outros amigos com os quais compartilhei este gesto fizemos encontros interessantes, que não sei no que vão dar, mas sei que era Jesus que, por meio deles, me visitava.
Assim, este momento está me ajudando a ter, em todas as outras ocasiões de minha vida, mais entusiasmo e fascínio pela Novidade que encontramos.”
Padre Inácio (Salvador)

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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