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Passos N.181, Junho 2016

VIDA DE CL - CARITATIVA

Uma amizade que vai além das cestas básicas

por Isabella Santana Alberto

No Rio de Janeiro, há vários anos algumas famílias são ajudadas com uma cesta de alimentos. No tempo, cresce uma estima e um desejo de aprofundar os laços com estes moradores

Aos domingos, uma vez por mês, um grupo de amigos, com adultos e universitários, se reúne para assistir à missa na Capela de São Benedito, na comunidade do Morro dos Cabritos, em Copacabana. Após um momento de leitura do texto O sentido da caritativa, dividem-se em duplas ou trios. Subindo as escadarias e entrando pelas estreitas vielas do morro, carregam seus pacotes de mantimentos que formam uma simples cesta básica para ajudar no sustento de onze famílias do bairro.
Os alimentos são conseguidos por meio de doações. Um grupo se encarrega de verificar o pequeno estoque e comprar o que falta. Outras pessoas se disponibilizam para arrumar os alimentos, classificando as cestas como P, M e G, de acordo com o tamanho da família assistida. Um trabalho que envolve várias pessoas até chegar à visita, cada um doando um pouco de seu tempo.
Muitas vezes eles são esperados com bolo e café, como acontece na casa de dona Iracema, uma das mais idosas da comunidade, que pela dificuldade de caminhar aguarda ansiosa a chegada dos amigos. Se eles demoram em marcar a próxima visita, Iracema pede a Francisca, sua filha, que telefone para saber se estão bem. Reza por cada um e guarda os nomes daqueles que aprendeu a olhar como filhos.
Muitas famílias foram conhecidas através da Creche Cantinho da Natureza, onde os moradores têm um ponto seguro a quem confiar seus filhos, que ainda contam com aulas de reforço escolar para os adolescentes no mesmo local. E especialmente para as crianças este grupo da caritativa promove algumas atividades ao longo do ano, que não se limitam à entrega da cesta. Pode ser um passeio no parque, com música e lanche; ou a presença numa festa de aniversário; um piquenique; um jantar de final de ano. Pelo muito que receberam desejam compartilhar um pouco de beleza com estas famílias também.
Nestes anos cresceu uma familiaridade imprevista entre eles, e se por questões de segurança é melhor não subir o morro, as próprias famílias avisam o grupo e rapidamente mudam o ponto de encontro para a paróquia próxima. Ali podem se reunir para alguns cantos e a entrega dos alimentos.
Gabrielle chega de Jacarepaguá, Mariana e Natasha da Tijuca, Paola do Flamengo, Marco de Laranjeiras, Felipe do Recreio, André de Copacabana. Apenas alguns nomes como exemplo da diversidade de lugares e distâncias. E se encontram ali para juntos doarem um pouco de si, acolherem a si mesmos e àquelas famílias, receber e dar um abraço amigo, um sorriso, ouvir as dificuldades e rezar juntos muitas vezes.
Gestos simples que certamente não podem responder a todas às necessidades que observam, como o desemprego e a violência, mas os educa è gratuidade, gerando uma estranha alegria. É por isso que voltam sempre.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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